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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

terça-feira, 25 de novembro de 2014

"Quando escrevemos uma notícia de rádio temos de nos colocar no papel do ouvinte…"




Sandra em reportagem de exterior

A paixão pela rádio e pelo jornalismo “alimentou” o sonho de Sandra Veloso Fernandes que desde 2005 informa os ouvintes da Rádio Barcelos, líder de audiências na região Litoral Norte.


Licenciou-se em Comunicação Social, em 2002, sempre foi este o seu objetivo?
      
    Sim… claro que essa meta começou a traçar-se sobretudo no secundário… tive que ter em conta o esforço financeiro dos meus pais e claro que fomos traçando esse caminho. Com o apoio deles trabalhei para obter notas que me permitissem aceder ao ensino superior. Estive ainda indecisa entre o ensino e o jornalismo. Mas acabei por concorrer para comunicação social para tentar justamente aquilo que queria e o primeiro passo era conseguir a licenciatura.

De que forma o jornalismo radiofónico surgiu na sua vida?

 Trabalhar numa rádio sempre foi o que mais me fascinou, fazer jornalismo radiofónico aliciava-me e ainda mais depois de estagiar na Antena 1. No entanto, quando terminei o curso o objectivo primeiro era conseguir trabalho na área do jornalismo, independentemente da área. O importante era começar a ganhar experiência e comecei justamente a trabalhar como jornalista num jornal. Foi uma boa escola, embora continuasse a tentar trabalho enquanto jornalista numa rádio. Comecei depois a fazer o programa “A Nossa Terra”, da Direnor(Comunicação, Estudos, Consultadoria e Divulgação Regional) em Barcelos o que me abriu portas a uma nova experiência, aí sim já com linguagem radiofónica, e eis que em 2005 me contactaram da Rádio Barcelos com uma proposta para integrar a equipa de informação da rádio. Foi aceite e hoje aqui estou.

Iniciou as suas funções na Rádio Barcelos em 2005 mas antes então teve uma colaboração na produção do projeto “A nossa Terra”? Em que consistia o projeto?

O projeto ainda existe atualmente, não no concelho de Barcelos, mas o objectivo era semana após semana proporcionar duas horas de emissão sobre uma determinada localidade, naquele caso uma freguesia ou associação do concelho de Barcelos. Aproveitávamos um acontecimento ou uma data marcante de cada terra ou coletividade para fazermos uma visita à freguesia e contar a sua história, dar a conhecer as suas gentes e artes e ofícios. Tratava-se dum espaço de promoção da “Nossa Terra” que ia depois para o ar em direto aos domingos de manhã. Durante a semana eu gravava algumas entrevistas e conversava com algumas personalidades desde autarcas, artesãos, empresários e presidentes das associações, preparando as suas entrevistas que seriam feitas em direto na manhã de domingo pelo locutor de serviço da Rádio que tinha protocolo com a Direnor, naquele caso a Rádio Cávado também de Barcelos. E fazia o alinhamento por escrito desse mesmo programa para o locutor.

     Quais as rotinas produtivas da Rádio Barcelos a nível da informação?

      A Rádio Barcelos tem noticiários de hora em hora, das 8h às 19h00, de segunda a sexta e aos sábados, domingos e feriados tem três blocos informativos de carácter local (9h, 12h e 15h).
Também durante a semana temos os noticiários que por norma seguem a seguinte estrutura: local, regional, nacional, internacional, desporto ou outro. Depois às 9h, 12h e 18h temos o chamado “Grande Plano” somente com notícias do concelho de Barcelos que marcam a actualidade diária.
Além disso, tenho um programa de informação (com entrevistas e reportagens) diário de segunda a sexta das 12h às 14h. Chama-se “Ponto de Encontro” e tanto pode abordar um tema da atualidade como de agenda, sempre com promoção de Barcelos nas mais variadas modalidades desde o desporto à arte, sociedade, saúde, coletividades ou personalidades e informações úteis à mistura, com a música portuguesa.
Relativamente às nossas fontes, bem qualquer cidadão ou instituição são fontes privilegiadas nos nossos serviços de informação, que como é óbvio estão mais centradas na localidade (concelho de Barcelos), mas por vezes também na região Minho, sobretudo nos concelhos vizinhos. Mas o foco de atenção é Barcelos, apesar de hoje em dia também as redes sociais e o email serem uma fonte de informação para o que vai acontecendo.


   Existem, efetivamente, diferenças entre o jornalismo de imprensa e o jornalismo    radiofónico, como as identifica e as caracteriza?
    
  Bem, desde logo pela linguagem é totalmente diferente. Em Rádio as notícias têm de se cingir ao essencial, claro que depois se quisermos desenvolver um tema podemos fazê-lo no programa de informação Ponto de Encontro, mas no noticiário não excedemos os três a quatro minutos. Estamos a falar numa rádio local generalista que apenas tem de informar com o essencial os seus ouvintes. Depois tem de ser com uma linguagem acessível a todos sem causar dúvidas e desviar a atenção dos ouvintes que não têm possibilidade de ouvir de novo.
A colocação de voz e a pontuação também é fundamental para prender o ouvinte à rádio. Temos de transmitir o noticiário para um universo de pessoas a partir de um estúdio, mas como que se estivéssemos ao seu lado, enquanto ele trabalha ou está em casa nas suas lides e nós ali ao lado dele a informá-lo.
Já na imprensa, mesmo seguindo a pirâmide do que é mais importante para o menos, a verdade é que nos permite acrescentar todas as informações para esclarecer todas e quaisquer dúvidas que o tema possa suscitar, naturalmente com dependência do espaço disponível no jornal. O cuidado com o que escrevemos persiste, não só pela responsabilidade que nos é imputada enquanto jornalistas, mas temos que ser sóbrios e claros na informação embora com a vantagem de que os leitores podem ler e reler, pois dispõem do texto à sua frente. E mesmo que o leitor se distraia pode retomar quando quiser a notícia.
As duas áreas são fascinantes, mas claro que na rádio existe sempre a “magia” que se concretiza nas técnicas usadas para que o ouvinte continue connosco e sabemos que na hora seguinte assim que bater o sinal horário, o ouvinte aguça a audição para se manter informado com a rádio. A primeira informação é dada pela rádio depois para perceber melhor a pessoa vai ler, vai pesquisar. Mas primeiro ouviu na rádio. Durante o dia manteve-se informado pela rádio, depois à noite vê a televisão e se quiser pode ainda ir pesquisar e saber mais lendo no dia seguinte a notícia, no entanto, o essencial da informação teve oportunidade de reter ao longo do dia graças à rádio que a qualquer momento interrompe a sua emissão para dar conta de uma informação de última hora, caso se justifique.

Sandra em estúdio
   
 Quais são para Si os maiores obstáculos que o jornalismo radiofónico apresenta      (ou enfrenta)?

       Bem, tal como já tinha dito, na verdade o facto de o ouvinte estar ocupado e ter a possibilidade de estar a fazer mil e uma coisa enquanto ouve rádio é uma barreira que nós temos de saber contornar, não sendo repetitivos, é importante que ao longo da notícia vamos referindo o nome das coisas sem utilizar expressões do género “o mesmo, respectivamente, aquele…”. Há que chamar as coisas pelos nomes. No caso das siglas só mesmo as mais conhecidas é que devemos utilizar… o ideal é explicar por extenso. Quando escrevemos uma noticia de rádio temos de nos colocar no papel do ouvinte atarefado que apenas quer estar informado enquanto trabalha ou viaja e muitos dos nossos ouvintes se ouvirem por extenso até podem conhecer, mas se abreviamos… ele poderá ficar a pensar o que é ou quem e já não vai ouvir o resto que estamos a contar. Ser direto e conciso com frases curtas é fundamental.
Mesmo no caso do directo (a partir do exterior) muitas vezes acontece na base do improviso… eu faço sempre uns tópicos com palavras- chave para me orientar sem estar a ser repetitiva e perder tempo com o que não interessa. Porque quem nos ouve, sobretudo numa rádio local, quer é música para companhia e apesar de gostarem das notícias para se manterem actualizadas não podemos ser muito “chatos”.

Como interpreta as constantes alterações (tecnológicas/ profissionais) no                jornalismo? Qual a sua opinião sobre as mesmas?

   É a ordem natural das coisas, não é? Temos de nos adaptar a elas obrigatoriamente. A sociedade anda tão velozmente quanto às novas tecnologias. Se eu tive o meu primeiro computador na universidade e apenas informática no liceu (refira-se que na altura era um PC com MS DOS para uns  cinco ou seis alunos), hoje as crianças no ensino pré-escolar já têm noções de informática e em casa já “brincam” com os tablets e afins.
Na nossa profissão temos de estar o mais atualizados possível. Embora admita que existem funcionalidades que ainda não adquiro e naturalmente terei de fazer um curso ou formação em novas aplicações, a verdade é que temos de acompanhar a evolução das novas tecnologias ou ficamos infoexcluídos, não é? E sendo nós um motor de informação, tal não pode acontecer.


     O que perspetiva para o seu futuro radiofónico? Que projetos tem em mente?

     Bem… este programa do “Ponto de Encontro” é ainda muito pequenino. Tem apenas um ano de vida e naturalmente merece ainda muita atenção da minha parte e há muito para fazer. Barcelos é um concelho muito grande e talvez por essa razão também muito rico em termos de matéria para tratamento jornalístico. Dá-me um gosto enorme estar à frente dum projeto destes. E tanto se pode explorar, desde rubricas diárias de saúde ou um roteiro do artesanato… são algumas ideias, assim como já temos uma rubrica diária de psicologia, podem abrir-se novas portas, mas cada passo a seu passo. E claro sempre a tentar melhorar em tudo o que fazemos, todos os dias aprendemos novas coisas e esse é também um dos atrativos desta área.
                                                               

                                                                                                    Por: Ricardo Lomar

"Anda-se toda a vida a aprender e morre-se sem saber" - Provérbios Populares

Numa altura em que as tradições estão a perder cada vez mais importância, será que os provérbios populares continuam a ser um marco português?

https://www.youtube.com/watch?v=rI18mJmML9Q&feature=youtu.be

Por: Adriana Vieira; Maria Inês Guardado; Maria João Gonçalves; Filipa Ferreira; Silvana Queirós.

“Tudo o que fazemos hoje vamos colher no futuro”


   



   Soraia Filipa Coelho Pinheiro tem 22 anos e é mais um exemplo de uma estudante da Escola Superior de Educação de Coimbra que após terminar a sua licenciatura, obteve sucesso. Adora tornar os seus textos em histórias e dar ao leitor o que este quer ler. Foi colaboradora na TVAAC enquanto estudava, estagiando no final do curso na TVI. Hoje encontra-se a fazer aquilo que sempre quis, Jornalismo.











Desde quando é que começaste a pensar que o Jornalismo faria parte do teu futuro e porquê?

   Eu não pensei muito em jornalismo ao início. Fiz o décimo ano todo na área de Ciências e Tecnologias, no entanto, quis mudar para a área de Línguas e Humanidades, concluindo o secundário nessa área.
    Relativamente ao Jornalismo, este sempre me interessou. Sempre gostei de um trabalho em que não tivesse de ficar fechada em quatro paredes e o jornalismo dá-nos essa oportunidade. Obviamente que temos de fazer muito trabalho de casa mas dá, principalmente, para fazer trabalho na rua e, aliás, grande parte dele é na rua que se faz.
    No entanto, no início, pensava em Direito, isto para seguir mais a base de polícia e de investigação. No décimo segundo ano continuava com a mesma ideia. Porém, o jornalismo sempre foi uma opção que nunca pus em dúvida. Assim, no dia em que fui fazer a inscrição para a faculdade, decidi à última da hora que não ia pôr direito em primeiro e troquei. Assim, entrei como primeira opção na Escola Superior de Educação de Coimbra em Comunicação Social. Até hoje não me arrependo da escolha que fiz.

Neste momento, onde trabalhas e qual é a tua função dentro dessa organização?

Neste momento, faço jornalismo puro e trabalho para o Jornal Região de Condeixa e Região do Castelo situados em Penela. Sou responsável pela secção de desporto da Região de Condeixa, assim como a rubrica que é a “nossa gente”, entre outras notícias. Relativamente ao espaço físico, mais concretamente, trabalho em casa, no entanto, eu e todos os trabalhadores deste jornal reunimos todas as semanas em Penela para decidir o que sai em cada edição no Região de Condeixa e no Região do Castelo. Ambos os jornais têm uma periocidade quinzenal, ou seja, numa semana sai o Região de Condeixa e na outra semana sai o Região do Castelo.

 Jornais Região de Condeixa e Região do Castelo
 
Desde quando é que fazes parte dessa equipa?

   
Eu enviei currículos logo que terminei o curso, em Junho, tendo enviado para esta empresa à qual pertence o jornal onde me encontro agora. No entanto, não fazia a mínima ideia de que era um jornal. Pensava que era uma empresa de edição, por causa do seu nome e também porque não indicava qualquer aspeto ligado a um jornal. Assim, quando me dirigi para a entrevista é que percebi que era mesmo um jornal, começando a trabalhar em setembro.  

Quando chegaste à redação, que tipo de trabalhos jornalísticos começaste por fazer e de que forma os abordavas?

   
Quando comecei a trabalhar no jornal comecei por ter de escrever uma notícia sobre o orçamento participativo, que são orçamentos que a Câmara dá para várias propostas que vão a concurso. Senti-me um pouco perdida por não dominar o assunto mas logo pesquisei algumas informações sobre o tema situando-me logo e quando fui escrever, rapidamente cheguei à segunda página, ou seja, escrevi cinco páginas de word, naturalmente. Para elaborar este texto fiz uma entrevista ao vereador responsável e juntando todo o conteúdo adquirido tentei fazer com que o texto fosse de fácil compreensão e pouco massudo. Para isso apresentei propostas que foram vencedoras nos anos anteriores, apresentei as propostas que iam a votação do mês de Outubro, coloquei caixas de forma dinâmica e, antes de tudo, questionei-me “o que é que eu, como leitora, gostava de saber?”.
    Quanto à forma de abordá-lo, eu tento sempre começar os textos sempre de forma diferente, cativando logo o leitor ao início. Na secção “nossa gente”, por exemplo, como é um texto mais livre, pude tratá-lo com mais carinho e chamar à atenção. Noutro texto, referente a uma gelataria, tentei torná-lo pessoal para também servir como uma forma de história.
    Em relação ao desporto, este não dá para contar histórias. No entanto, eu arranjei uma estratégia, que é a de apresentar os jogadores de uma equipa contando as suas histórias. Quanto ao resto, quando não dá para contar uma história tento sempre contornar um bocado a questão. Mas desporto é desporto e é um fato.


Primeira notícia de Soraia Pinheiro: Política
     "Orçamento Participativo já em votação"


Notícia de Soraia Pinheiro na secção Nossa Gente:
  "Tenho uma grande paixão pela cozinha"


Quais foram as principais dificuldades encontradas quando começaste a trabalhar na área do Jornalismo?

   
Eu tive alguma dificuldade na pontuação porque eu começava a escrever sem parar e não colocava as vírgulas necessárias, pois estava habituada a uma escrita específica de televisão e mais breve. Isto também se deve ao fato de ter seguido o ramo de Produção de Conteúdos na Escola Superior de Educação e não o de Informação. No entanto, quanto a este aspeto, já melhorei e alguns leitores ligados ao jornalismo, como a minha própria diretora deram-me um feedback positivo em relação ao meu progresso nesta questão.
    Outras dificuldades iniciais tiveram que ver com as pessoas que não sabiam da existência do jornal. Tal fato levou-me a informá-las da sua existência e da necessidade que tinha de obter informações semanais, relativas à área do desporto e não só.
Estar a trabalhar para este jornal é uma experiência diferente da que já tive, até porque o Jornal não conseguiu sobreviver, anteriormente, por causa de uns problemas internos. Isto fez com que as pessoas não estivessem muito recetivas com a sua reabertura. No entanto, cada vez mais noto facilidade e as pessoas são mais abertas devido também à nova equipa e pelo trabalho que temos feito.
    Alguns entraves que já tive e tenho são relativos às pessoas que tento contactar para fazer algum trabalho. Muitas não podem, outras estão muito ocupadas então tento contornar a situação e até hoje tenho conseguido. Por exemplo, contactei o presidente da Junta de Freguesia para fazer-lhe uma entrevista, no entanto, este não colaborou adiando sempre para que esta não se concretizasse, o que acabou por acontecer. Esta dificuldade leva a outro ponto, que é a insistência. Neste caso e noutros, quando peço demasiadas vezes e estas pessoas não respondem ou evitam, eu acabo por desistir. Pode não ser a minha melhor atitude porque o jornalista tem de insistir para o bem do jornal e da população, no entanto, quando as pessoas tendem a afastar-se e a demonstrar desinteresse não vale a pena. De resto, estes entraves não têm tirado o imenso trabalho que tenho tido.

Que conselhos podes dar aos futuros jovens jornalistas?

  
O primeiro conselho é que as pessoas têm de gostar, antes de tudo, do que fazem. Na TVI, sou sincera, houve dias muito stressantes e cansativos, no entanto, valeu muito a pena, pois colhi muito dessa experiência, a qual hoje me ajuda no trabalho que faço.
    As pessoas não podem pensar que ao fazer o trabalho têm de ser logo renumeradas. Eu tive quatro meses a trabalhar na TVI sem receber nada, pois era estágio curricular. Mas mesmo fora deste âmbito, certamente, há pessoas que começam sem receber nada. E isso, não é negativo. Claro que todos queremos receber pelo trabalho que fazemos mas temos que retirar o máximo das coisas, até porque na altura estava a aprender. Assim como pode acontecer a qualquer um num primeiro emprego. Não deixarmos ser explorados, isso nunca! Mas saber ter paciência quando as coisas não correm logo como queremos.
    Nunca devemos desistir até porque neste mundo do jornalismo conhecemos imensas pessoas. No meu caso, desde que estou no jornal já conheci muitas pessoas e na TVI, igualmente, com as quais ainda hoje falo. Tudo o que nós fazemos hoje, amanhã vai ser-nos benéfico, pois se eu fizer bem o meu trabalho hoje, amanhã eles podem se lembrar de mim como eu posso também precisar deles. Tudo o que fazemos hoje vamos colher no futuro, de bem ou de mal.


Jéssica Bárbara a entrevistar Soraia Pinheiro

                                                                                                                                Por Jéssica Bárbara