Jornalistas, o nascimento da espécie e aparecimento dos dedos oponíveis - Antes do século XV
Como se irá observar esta é uma espécie muito ligada a tecnologia. Na verdade só a partir do século XV, mais precisamente no ano 1447 com a invenção da prensa por Gutenberg é que ela entra realmente para o ecossistema humano. Mas muito antes disto, o império romano realizava um pequeno texto afixado em praça pública para informar os seus cidadãos dos feitos do império. No século VIII surgiam jornais escritos a mão na China.
Jornalistas os primeiros passos – Pós-Gutenberg – Meados do século XIX
A prensa permitiu que se imprimissem muitos exemplares em pouco tempo. Isto foi um passo para a evolução no jornalismo. Várias publicações periódicas passaram a existir a partir do século XVII. Uma dessas publicações é o “london gazzete” que ainda hoje se mantém. Nesta fase, o jornalista não era ainda a espécie que hoje conhecemos. Limitava-se a relatar factos negativos sobre países inimigos, não dando atenção aos assuntos nacionais. Mas no mesmo século isso mudou e o jornalista começava a relatar assuntos locais e com isso nasceu também a censura. Em 1766, surge na Suécia a primeira lei de liberdade de imprensa.
Jornalistas sem fronteiras - Século XIX
Os inícios do século XIX são muitos importantes para esta espécie. O mundo era centro de novas tecnologias que surgiam desenfreadamente. Como é exemplo do telégrafo. Com este invento as notícias longínquas eram enviadas para a redacção em tempo muito curto, abrindo assim assas a um novo jornalismo. Nesta altura o jornalismo era já o principal veículo de informação e surgiam já grandes grupos editoriais.
Jornalistas e “A voz” – “Anos vinte”
Outro passo importante foi a rádio. Agora as notícias deixavam de ser apenas escritas e passam a poder ser ouvidas.Com grandes taxas de analfabetismo, a informação deixou de pertencer apenas as elites e passou a ser de um povo um pouco maior.
Jornalistas e a “Caixa mágica” – 1940
Mas é nos anos 40 que o jornalismo passa a ser um órgão realmente democrático. Agora o cidadão poderia ver, ouvir e ler as notícias. A televisão é o meio por excelência. Agora mais do que saber o que aconteceu, os jornalistas mostram-nos o que aconteceu e a quem aconteceu. Com toda esta nova magia também surgiu uma busca maior pelo entretenimento. A ideia passou a ser mais “Mostrar” do que “informar”. Este facto agrava-se com o aparecimento da concorrência. Não que não existisse antes, mas porque agora haveriam mais meios para uma competição realmente marcante.
Jornalistas e as bactérias da interactividade – 1990
Mas o auge do jornalismo televisivo não era para ser eterno. Surge na década de noventa um novo meio. A internet. Este novo meio apresentou-nos algo que hoje não viveríamos sem ela. A interactividade. O jornalista já não é o “Dono” da informação. O consumidor escolhe, selecciona, navega, edita, comenta, corrige. No fundo tem uma reacção, a internet trouxe-nos a era da comunicação.
Jornalistas e os predadores – 2000
Estando a internet difundida a nível global, a sua tecnologia permite que existam novos meios baratos e eficazes de apresentar informação. Surgem blogues, forums, chats. O espaço da informação já não pertence aos jornalistas. Surge o conceito de “jornalismo de cidadão”. É nesta fase que a espécie começa a apresentar riscos de extinção. Começam a gerar-se mutações. Jornalismo online, jornalismo multi-plataformas, jornalismo de especialidade.
Jornalistas e a clonagem do futuro – 2010 +
Não poderemos prever como será o jornalismo do futuro sem sabermos antes qual é a próxima tecnologia. Mas pelos contextos actuais podemos dizer que cada vez menos o papel de jornalista seja representado por jornalistas. Tal como a clonagem e manipulação de genes, o gene “jornalista” pertencerá a quem quer fazer jornalismo e não ao jornalista Per se .
O jornalismo foi evoluído ao longo de muitos séculos e manteve-se poucas vezes constante. A visão romântica do senhor de bloco na mão e cabelo desgrenhado, fechado numa redacção agitada pelos acontecimentos, não representa de facto o jornalismo. O jornalista está condenado a acompanhar os tempos e parece-me que é uma espécie vencedora.
Tony Santos
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