Leila Melíssa de Oliveira Campos, estuda Administração Pública-Privada na faculdade de direito da Universidade de Coimbra. Com apenas dezanove anos, mostra-nos a sua perspectiva acerca das eleições presidências e conta-nos como entrou no mundo da política.
Vítor Frade (VF) - Como é que surgiu o interesse pela política?
Leila Campos (LC) - Eu vejo política não só como o poder político. É intervenção cívica. E acontece ao nosso lado, não é só no parlamento ou na AR. Sempre vi as coisas assim. Com a entrada no ensino secundário o interesse acentuou-se. A realidade mudou e surgiram conceitos novos com que até à data não tinha tido contacto nomeadamente as associações de estudantes, juventudes partidárias, organizações de protecção ambiental como a Greenpeace. Teve que ver com o contacto com outro tipo de pessoas, mais adultas, com carácter já formado, com escolhas feitas, ideologias políticas com as quais já se identificavam. Também a forma como os professores nos abordam, a colocação de questões no sentido de nos interessarmos pelo que se passa à nossa volta e fazermos as nossas próprias escolhas. Apesar de tudo só no final desse ciclo é que me filiei num partido. É uma escolha que requer ponderação e tem que ser fundamentada pela consciência política de cada um, que se descobre com o passar do tempo. Não é imediato.
VF-O seu pai teve alguma influência na sua ideologia política?
LC- Não no sentido de me impor a sua própria ideologia. Sempre foi neutro. Mas feita a minha escolha (partidária) introduziu-me esse mundo.
VF- Como acompanhou as eleições presidências?
LC- Acompanhei de perto, informando-me diariamente dos novos desenvolvimentos. Não só a campanha do Candidato que apoiei (cavaco silva) mas dos restantes.
VF-A seu ver Cavaco Silva foi o candidato mais competente para ocupar o cargo?
LC- Sim. Fez uma campanha isenta de escândalos e calúnias, ao contrário dos restantes. Assumiu, como sempre, uma postura séria e responsável. Tenho uma grande admiração por ele, pelo grande estadista que é. Contudo acho que a figura do PR é meramente ilustrativa. Defendo um regime plenamente parlamentarista ao invés deste misto.
VF- É filiada em algum partido?
LC- Jsd/psd
VF- Actualmente ocupa algum cargo político nesse partido?
LC- Sim, na secção concelhia. Responsável pelo “pelouro” da acção social.
VF- O que pensa do associativismo juvenil?
LC- É importante na construção de personalidades. No fundo são-nos atribuídas responsabilidades mais cedo, começamos a olhar pela causa pública mais cedo.
VF- Ocupa algum cargo nessa área?
LC- Sim, na dg/aac, recém empossada. Como coordenadora do pelouro GAPE (gabinete de apoio ao estudante).
VF- Como acompanhou as eleições da lista T, da qual fazia parte?
LC- Eu era parte dessa campanha, como tantos outros colegas. Foi intenso e enriquecedor, é o primeiro contacto da equipa com os estudantes, a primeira oportunidade de os ouvir e de fazer passar a nossa mensagem.
VF-O que a fez associa-se a essa lista e não a outra?
LC- Um projecto com bandeiras muito fortes, fundamentais, numa academia tão prestigiada. Um projecto que no caso de ser eleito tem efectivamente condições para desenvolver um trabalho competente. Para além disso um grupo de pessoas com experiência e capacidade de trabalho, conhecedoras desta académica, continuadoras do trabalho realizado até aqui mas com grande sede de empreender e desenvolver mais e melhor.
VF- Quais são os seus projectos a nível pessoal?
LC- Sinceramente não tenho nada pensado. Nunca me imaginei, politicamente, daqui a um ano ou dez. Os projectos podem ou não surgir, mas isso depende de como nos dedicamos no presente. O que não quer dizer que me empenhe hoje a pensar num “cargo” para o amanhã. O que importa é a competência, o resto vem por acréscimo.
Vítor Frade
Está muito bom!!
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