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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

“Ainda não acredito que eu faço o que faço”

Diogo Dias, vocalista da banda Klepht, mas mais conhecido por ser o rosto da MTV Portugal, num tom descontraído e animado acedeu contar-nos como foi o percurso da banda até ao momento. Bastante simpático, o Diogo respondeu até às perguntas mais difíceis.
 
Posts de Pescada: Como surgiu a oportunidade de entrar na MTV Portugal?
Diogo Dias: Na altura estava a fazer uma peça de teatro, “As Pedras Rolantes”, e todas as semanas tínhamos um convidado musical. Um deles foi o Rui Pregal da Cunha, que trabalhava numa agência de publicidade e que me convidou para fazer um casting para um anúncio de uma bebida. Fiz esse casting e o dono dessa produtora perguntou-me se eu não queria fazer, também, um casting para apresentar um “suposto” programa de música. Como eu já tinha uma banda e sempre gostei muito de música disse “é pá, porque não”. Passei nas duas primeiras sessões e na terceira disseram-me que a MTV ia abrir em Portugal e que o casting era para ser o apresentador desse canal. Fiquei, e já lá vão oito anos.
 
PP: Trabalhar na MTV ajudou à divulgação dos Klepht?
DD: Ajudou na divulgação e a conhecermos pessoas do meio. Por outro lado, tornou mais fácil a crítica. Muitas vezes pensa-se que os Klepht são um produto criado pela ou para a MTV, porém a banda já existia muito antes. Ainda sentimos um pouco que não nos respeitam como banda porque parece haver suporte da MTV, mas, até agora, as coisas têm estado a correr bem.
 
PP: Na biografia dos Klepht no site da MTV afirmas que “Nós nunca investimos muito na imagem, queríamos que as pessoas conhecessem a música.” Esta reserva na divulgação da imagem é devida à tua cara ser o rosto MTV?
DD: Exacto, sobretudo no primeiro álbum. A banda estava a começar e as pessoas iam criticar precisamente isso, então nós optámos por fazer um álbum em que não havia uma única fotografia dentro do álbum, fizemos videoclips em que nós não aparecíamos de propósito para as pessoas irem lá pela música. Mais tarde, se quisessem realmente conhecer a banda iam saber quem era. O que acontece é que muitas vezes as pessoas ainda não associam a música à banda ou rotulam os Klepht como a banda do rapaz da MTV.
 
PP: O primeiro álbum homónimo demorou cinco anos a ser produzido. Porquê tanto tempo?
DD: Nós mudámos três vezes de editora e quando finalmente encontrámos esta editora nós queríamos gravar com um produtor muito específico, o Mário Barreiros. Porém até conseguirmos esse produtor demorou-nos um ano, depois esperámos seis meses até ele ter disponibilidade. Passado esse tempo fomos para o Porto, estivemos a gravar as músicas numa espécie de uma pré-produção e depois esperámos mais seis meses para começarmos a gravar. Passadas duas ou três semanas tivemos que parar porque ele tinha outros compromissos. Ou seja, nesse álbum tivemos três produtores diferentes, Tivemos de criar capas e acertar datas de lançamento com editoras, porque o primeiro álbum tem uma série de burocracias que têm de ser cumpridas. Tudo isto levou-nos cinco anos e quando o álbum saiu achámos que estava um bocadinho atrasado para aquele que devia ter sido lançado, pois já eramos pessoas mais velhas e já tocávamos outras músicas, mas sentimos imenso orgulho na mesma.
 
PP: Em 2010 gravaram o segundo álbum “Hipocondria” em apenas três meses. Quais as principais diferenças entre a gravação dos dois álbuns?
DD: No segundo álbum, para além de termos ficado sem editora e de nos tornarmos uma banda cem por cento independente sem manager, sem agência e sem editora, resolvemos investir à séria dinheiro que não tínhamos e fomos para os Estado Unidos gravar com a Sylvia Messi, que já tinha produzido Foo Fighters, Smashing Pumpkins, Tool e por aí fora. Queríamos mesmo ter uma sonoridade diferente e queríamos uma experiência de fecharmo-nos durante os três meses num estúdio em que só pensávamos naquilo e em que as nossas vidas estavam à parte. Foi uma mudança completa na nossa vida e na forma de trabalhar também, foi muito importante e aprendemos muito.
 
PP: O nome Klepht está associado a um espírito de guerrilha. Consideram-se uns guerreiros?
DD: Nós andámos dez anos a tocar em bares, a tentar a nossa sorte, e para estares este tempo todo sem ganhar dinheiro, a investir do próprio bolso, é porque gostas mesmo do que fazes e tens esse espírito de guerrilha. Ainda hoje acabamos por o ter porque, sendo independentes, temos que nos desenrascar de várias maneiras. Há uma série de contratempos que estão sempre a surgir e só com espírito de guerrilha é que conseguimos ultrapassá-los.
 
PP: Sempre apostaram na divulgação pela internet. Qual a importância do Facebook nessa divulgação?
DD: O Facebook veio revolucionar o contacto com as pessoas que gostam de ouvir a tua música. Neste momento estriamos músicas no Facebook porque é aí que temos a primeira reacção das pessoas que querem realmente ouvir os Klepht. É, também, a melhor maneira de dares a conhecer a tua música, os concertos e conteúdos que tens no Youtube. Sem dúvida nenhuma, é a melhor ferramenta que uma banda hoje em dia tem. Como é óbvio, os meios mais convencionais continuam a valer, mas é na internet que as pessoas passam o maior parte do seu tempo.
 
PP: Quando é que percebeste que a música era a tua vida?
DD: Nunca. (risos) Ainda não acredito que eu faço o que faço, mas lembro-me perfeitamente que sempre gostei de música Lembro-me que, em 1991, estava em casa de uns amigos e o irmão mais velho pôs um CD a tocar. À segunda música, aquilo fez-me todo o sentido. (pausa) Era tudo aquilo que eu sentia na altura. Não foi pela letra, foi pela emoção, por o que a música transmitia. Era o “Even Flow” dos Pearl Jam. Aquela música marcou-me profundamente e a partir daí comecei a ser um “music freak”. Depois os meus irmãos começaram a tocar, eu também comecei a tocar e as coisas foram acontecendo aos poucos. O criar uma banda foi num concurso de escola em que ganhavas um telemóvel, na altura era um tijolo, e eu e o Francisco, que era o guitarrista da banda, dizemos “embora concorrer”. Fizemos uma música, fomos lá e ganhámos, a partir daí, “bora lá fazer uma banda” e fizemos uma banda.
 
PP: O que se pode esperar do próximo álbum?
DD: Nem eu sei ainda, sinceramente. Há músicas que te podem fazer lembrar o primeiro disco, outras te podem fazer lembrar o segundo disco e depois temos uma música que, na minha opinião, é algo que nunca fizemos. Vamos ter também uma componente electrónica que não tivemos mas sinceramente, só no final do álbum é que eu vou olhar para aquilo e vou dizer “olha, isto não faz sentido nenhum para Klepht, mas pronto, vamos lançar isto”. Nós não queremos estagnar e queremos dar ideias novas daquilo que os Klepht podem fazer também às pessoas e queremos também evoluir como músicos. Ou seja, sem nunca desvirtuar o que os Klepht são, queremos inovar e a ideia é sempre de álbum para álbum inovarmos, nem que seja para pior, mas queremos inovar. (gargalhada).
 
Para saber um pouco mais:
 -Diogo Manuel Tavares Marques Dias nasceu em 1980 em Lisboa.
 -É VJ da MTV Portugal desde 2004.
-Formou a banda Klepht para um concurso escolar.
-Em 2008 lançaram o álbum homónimo que demorou cinco anos a ser produzido.
-Em 2010 lançaram o álbum “Hipocondria” de forma independente.
 -Já tiveram temas em bandas sonoras de produções nacionais como na “Lua Vermelha”, no “Pai à Força” e, actualmente, em “Rosa Fogo”.
-De momento a banda encontra-se a preparar o próximo álbum.
- “Sim”, o single do terceiro álbum, já passa em algumas rádios nacionais.
 
por: Joana Amado
*Este artigo não escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

"Nerds" Real ou virtual?

Os campos de jogos espalhados pelas cidades já não estão repletos de crianças como há uns anos atrás. Hoje em dia existem outro tipo de preferências. A internet substituiu a prática do desporto, e para os jovens isso não é um problema, mas o que os leva a passar dias inteiros fechados dentro do quarto sem largar o computador? Para responder a estas e a outras perguntas, fomos falar com alguns jovens de diferentes idades que passam por este dilema.
- "Encontramos na Internet formas de nos divertirmos mais, sem termos de sair de casa", diz David Grilo, um figueirense de 19 anos que admite pertencer a este grande grupo de jovens que prefere ficar em casa a jogar computador do que sair para praticar desporto, passear entre outras actividades.
Esta tendência está cada vez mais generalizada, quase todas as casas possuem computador e por sua vez a Internet, e com a evolução das tecnologias, vão aparecendo novas formas de ligar os jovens ainda mais ao computador.
-" Posso passar o dia a jogar com outras pessoas, conhecidas ou não, através de jogos online, onde podemos inclusive falar uns com os outros" diz David Grilo.
A educação dada pelos pais é o factor mais importante neste problema, visto que os jovens começam cada vez mais cedo a ganharem estes hábitos, devido a liberdade oferecida pelos pais para se integrarem no "mundo Online".
" Quando chego da escola a primeira coisa que faço é ir para o facebook e jogar jogos online com o meu irmão" fala-nos, João Diogo Moreira com apenas 11 anos " temos um computador portátil para cada um lá em casa e somos 5, assim podemos todos fazer o que quisermos sem problemas"
A campanha escolar do E-escolas, que durou 4 anos, dava oportunidade aos estudantes de obterem um computador portátil e Internet por um preço simbólico, o que proporcionou a famílias como a do João Diogo que obtivessem mais que um computador por casa.
A prática de exercício físico por parte dos mais jovens vem sendo cada vez mais reduzida, e com isto a taxa de crianças com um peso superior ao normal vem pelo contrario, aumentando, visto que preferem ficar em casa ligados ao computador do que sair a rua para praticar desporto.
" O único exercício físico que eu faço é nas aulas de educação Física da escola, e é disciplina que eu menos gosto" respondeu-nos Ruben Moreira, irmão de João Diogo.
O Ruben tem 14 anos e já usa óculos desde os 8, o facto de passar muito tempo a olhar para o ecrã da televisão foram os principais factores que o levaram a precisar de usar óculos tão cedo.
Mas será que o uso excessivo da internet e de ver televisão só tem consequências negativas?
A internet é também sem dúvida uma fonte de conhecimento, tudo o que quisermos saber, podemos encontrar facilmente através da internet.
"Quando tenho dúvidas sobre alguma coisa, vou ao Google e encontro a várias respostas muito rápido" David Grilo
 Além de conhecimento é também uma fonte de aprendizagem, onde podemos aprender tudo o que seja preciso.
" Eu não sabia falar Inglês e na escola tinha sempre negativa a essa disciplina, até começar a jogar jogos online onde a única língua usada é o Inglês, com o tempo fui aprendendo palavras novas, frases novas, e hoje consigo falar e perceber inglês fluentemente" David Grilo".
O jogo em questão é o "World Of Warcraft", que conta com mais de 10 Milhões de jogadores por todo o mundo e com uma mensalidade de 12.99 euros, sendo um dos jogos online com mais seguidores. É este tipo de jogos que leva os jovens nos seus dias de férias a não saírem de casa e nos dias de aulas esquecerem-se dos estudos.
 " Jogo World Of Wacraft" desde 2005, e desde de então que não deixei de jogar, como é um jogo online, não se pode dizer que tenha um fim como os jogos normais, e o facto de poder jogar com pessoas de todo o mundo, onde falo com elas, convivo com elas, cativa me ainda mais a não largar este vicio".
Encontramos então aspectos positivos e negativos, no entanto os negativos pesam mais que os positivos.
"A internet e os jogos online nunca podem ser tratados como coisas más para os jovens, no entanto o grande excesso de tempo que eles passam a olhar para o ecrã sentados numa cadeira com as costas dobradas, não é bom para a sua saúde, seja a nível dos olhos, de problemas nas costas, do facto de não fazerem desporto e ganharem excesso de peso, e também a nível social visto que não convivem pessoalmente com os colegas" Declarou a psicóloga da escola Secundária Cristina Torres na Figueira da Foz, Maria Leonilde Inácio.
 
Com a colaboração de: David Grilo, João Diogo Moreira, Ruben Moreira e Maria Leonilde Inácio

por: Eduardo Fortunato e João Pedro Rodrigues
 
*O artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O IECE volta a Coimbra


O ciclo de conferências do Interactive ESEC Conferences for Education (IECE) dedicado ao curso de Comunicação Social realizou-se no dia 20 de novembro, na Escola Superior de Educação de Coimbra. Como oradores estiveram presentes, Nélson Mateus, repórter da SIC, Rui Pedro Braz, comentador desportivo e Alexandre Gamela, formador de jornalismo online.

Nelson Mateus, jornalista desde 2000, começou a carreira no Diário as Beiras, em Coimbra. Em 2002, mudou-se para Macau onde trabalhou durante mais de dois anos no canal português da TDM - Teledifusão de Macau.

Rui Pedro Braz, jornalista desde 2002, acompanha atentamente os fenómenos desportivos em Portugal e no Mundo. No âmbito do jornalismo desportivo destaca-se a colaboração com a Al Jazeera Sports durante o Euro 2004, e a coordenação de diversos projectos editoriais futebolísticos para a Cofina Media. É presença assídua na TVI e na TVI 24 para analisar e comentar a atualidade futebolística nacional e internacional.

Alexandre Gamela, licenciou-se na Escola Superior de Educação de Coimbra e tirou mestrado em Birmingham City University. É colonista na revista PC Guia, formador e freelancer.
Ilustração 1 - Marco Eliseu, presidente da AEESEC;
 
Foram vários os temas pertinentes que os três oradores trouxeram ao IECE, desde o atual desemprego à má fase que o jornalismo tem vindo a passar e como pode ser ultrapassada, que o jornalismo apesar de todas as suas “má fases” conseguiu sempre superar. Partilharam também, histórias e peripécias das suas carreiras fazendo com que houvesse um bom ambiente na conferência e interesse por parte de alunos e formadores. O balanço deste dia foi bastante positivo o que agradou tanto a oradores, como à organização, ao encargo da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação (AEESEC).

por: Soraia Pinheiro e Cristiana Peres 

Marco Eliseu, presidente da AEESEC
Marco Eliseu refere a importância do ciclo de conferências do IECE;
A sala contou com atuais alunos, antigos alunos, professores e outros curiosos;
À esquerda, Alexandre Gamela, no centro, Rui Pedro Braz e à direita Nélson Mateus
Os dois oradores assistem à apresentação de Nélson Mateus;
Nélson Mateus dá início à sua apresentação
contando uma história sobre a sua experiencia jornalística;
Novamente Nélson Mateus
Auditório da ESEC encontrou-se cheio no dia de Comunicação Social
A conferência já tinha começado, mas iam chegando mais
espetadores ao longo de toda a conferência
Rui Pedro Braz
Rui Pedro Braz explica um episódio caricato que passou em direto
Alexandre Gamela
Alexandre Gamela trouxe um power-point elucidando
o que é o jornalismo online
A AEESEC mostrou-se contente com a afluência neste dia