A banda conimbricense Fitacola conta já com 9 anos de
existência, com trabalhos de originais que aliam a essência musical do punk
rock com a irreverencia individual de cada elemento. Num contexto de “conversas
informais” , a banda fala-nos sobre o seu percurso e revela-nos toda a história
que envolve o seu ultimo vídeo “sobreviver”.
Fitacola |
Posts de Pescada: Como
nasceram os Fitacola?
Diogo: Os Fitacola nascem de um grupo de
amigos que já se conheciam há algum tempo e que se resolveram juntar para
passar umas boas tardes a tocar. A verdade é que na altura ninguém sabia o que
estava a fazer, não é que agora saibamos…(risos). Basicamente juntámo-nos para
tentar fazer música que gostávamos de ouvir.
PP - Que
influencias musicais caracterizam a vossa música?
Diogo: NOFX,
Rise Against, Bad Religion, Dead fish. Acho que nos últimos álbuns tivemos muito de Rise
Against. Mas é por aí…
PP - Melhor
momento enquanto banda.
Chico: Acho que todos concordamos que
foram os concertos que demos no coliseu. Fizemos a primeira parte de Rise
Against ,que é uma banda que sempre ouvimos. Tocar no coliseu é único, é um
espaço único.
PP - A
formação inicial dos Fitacola não é aquela que hoje encontramos…podem falar um pouco sobre isso?
Diogo:
Inicialmente era eu (Diogo), o Chico, o Libelinha e o Besugo. O Besugo
acabou por sair da banda porque não tinha disponibilidade e não conseguia
conciliar o trabalho com a banda. Com a saída do Besugo tivemos necessidade de
encontrar alguém que o substituísse e é aí que entra o Cabal.
Chico: Quanto ao Libelinha, saiu da banda
há 4 anos. Antes dele também passaram outros baixistas pelo grupo. Como todas a
bandas têm as suas divergências, ele queria seguir um caminho com o qual nós
não concordávamos e optámos por ficar só nós. Entretanto convidámos o Pinho
para ser o nosso baixista.
PP - Sentem
que fazem parte de uma geração interventiva? Os álbuns traduzem de alguma forma
esse conceito?
Pinho: Acho que o primeiro álbum é um
álbum mais interventivo que o segundo. O segundo é um pouco mais pessoal. Seja
como for acho que também acaba por ter algum peso nesse campo.
Chico:
Mesmo que não seja algo propositado, porque nós não pensamos em intervir
de alguma maneira, fazemos porque achamos que deve ser dito ou feito. Mas de
alguma maneira acabamos por ser sempre interventivos. Recebemos inúmeros mails
e mensagens de fans que se identificam com a letra. Portanto intervimos sempre
de algum modo.
PP - Coimbra
está para os Fitacola como os Fitacola estão para Coimbra ou sentem algum
desequilíbrio nessa relação?
Pinho: Acho que há algum desequilíbrio.
Nós incrivelmente conseguimos mais fans e conseguimos chegar a mais pessoas em
outras cidades. Não querendo falar mal de Coimbra, sentimo-nos mais acarinhados
noutras cidades. Aqui em Coimbra não há muitos espaços para tocar.
Diogo: Seja como for não nos podemos queixar muito. Sempre que
tocamos temos sempre uma casa composta e as pessoas gostam de nós! Também não
vamos ser aqui mal agradecidos! Mas sim, não
somos assim
tão apoiados cá em Coimbra.
PP - Vocês
tiveram a participação de outros artistas nas vossas musicas, nomeadamente o
vocalista dos Cpm-22 (Badauí) em “outros dias” e também de Kalú (baterista dos
xutos e pontapés) na música “cai neve em nova Iorque”. Como surgiu a
iniciativa?
Diogo:
Tivemos a oportunidade de ter no nosso EP, que lançámos pela Optimus
discos, essas duas participações que nos marcaram bastante. No caso do Badauí
fomos nós que o convidámos. Os cpm-22 tinham vindo tocar a Portugal e
convidaram-nos para o concerto. Nessa mesma noite propusemos-lhe a ideia e ele
aceitou de imediato. A música “cai neve em nova Iorque” é um cover de uma
original do José Cid. Pensámos em convidá-lo mas na altura não foi possível.
Pensámos então no Kalú que aceitou logo. Aliás, o filho mais novo é fã dos Fitacola.
PP - A banda
caracteriza o último vídeo “sobreviver” como “uma face mais crua e sombria da
banda”. O que querem dizer com isso?
Chico: Dentro de todos os nossos vídeos,
este foi o vídeo que mostra a nossa realidade, a nossa visão das coisas. A
música teve como inspiração um caso que aconteceu aqui em Coimbra. Um suicídio.
A partir daí escrevemos a musica. É uma
musica mais pesada, mais “marada” e dá para perceber isso nas filmagens. Os
nossos outros vídeos são mais idealizados, mais pensados. Este não. Este é mais
cru e direto.
Esse
mesmo vídeo foi produzido inteiramente por vocês. Esta experiencia vai provocar
uma independência total na produção dos vídeos, ou seja a partir de agora vão
ser sempre vocês a fazer essa produção?
Chico: Este vídeo podia ter corrido muito
mal. No entanto, correu muito bem. Eu e o Pinho fizemos a edição e foi simples.
Se calhar por isso é que correu bem. Claro que se pudermos continuar nesse
registo, de fazermos nós as coisas, melhor. Poupamos dinheiro, tempo. As coisas
saem exatamente a nossa maneira e não há nenhum interveniente que altere ou
modifique a nossa perspetiva sobre as coisas. Se for algo mais complicado, pode
acontecer não conseguirmos responder a nossa própria necessidade. Mas a ideia é
essa, é evoluirmos e dar continuidade a este esquema.
PP - Sentem-se
realizados com o que conseguiram até agora?
Diogo: Sim, eu falo por mim. Acho que sim.
Até porque inicialmente não esperávamos grande coisa. Apenas nos tínhamos
juntado para tocar entre amigos. Conseguimos alcançar alguns espaços
importantes, gravar discos…portanto sentimo-nos realizados pelo que fizemos até
hoje. Esperamos continuar e alcançar mais coisas.
por: Joana Luciano
O artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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