Sónia Reis, de 28 anos é
atualmente a segunda melhor marcadora da liga feminina de basquetebol de
Espanha. Esta modalidade só surgiu na vida da desportista aos 14 anos; começou
a dar nas vistas e pouco tempo depois chegou aos campos da Seleção Nacional, de
onde nunca mais saiu.
Sónia Reis |
POSTS DE PESCADA - Como nasceu o gosto pelo desporto?
SONIA REIS - Desde de criança que gostava de desporto, por ironia da
vida gostava de quase tudo menos basquetebol, minha modalidade faz já 14 anos.
Agora não me vejo a fazer outra coisa se não basquetebol, apesar de ter
começado a jogar porque queria perder
peso para ser modelo e era a única
modalidade grátis. Nem emagreci nem me tornei modelo, pura e simplesmente
comecei a adorar a modalidade, o espírito e a emoção deste desporto.
PP - Quando é que descobriu que queria fazer do desporto a sua
profissão?
SR - Na verdade nunca foi um objetivo, as coisas foram acontecendo,
comecei a jogar numa equipa simples do concelho do seixal, um ano depois
convidaram-me para jogar em Santarém e pagavam me por isso, bem não era muito
mas com 16 anos se te dão 60 contos para jogar tu achas que estas a delirar e
dizes de imediato que sim. Jogava, estudava e ganhava dinheiro para gastar em
roupa e sapatilhas. A partir de ai foi sempre o mesmo ano após ano, só que com
o valor a aumentar, mas a possibilidade de ser profissional surgiu aos 20 anos com propostas de equipas estrangeiras a
oferecer muito e a dar me o possibilidade de fazer de isto vida, profissão. Acho que não planeias ser profissional, pura
e simplesmente acontece, tudo depende do bom que és no que fazes e no tanto que
trabalhas para ser bom!
Mas é
importante dizer que fora de Portugal, sim pode viver-se do desporto. Em Portugal
não podes viver só do desporto.
PP - Qual foi o seu percurso desportivo?
SR - Comecei numa equipa de bairro do concelho do Seixal, passei
para Santarém, durante os anos em Santarém também estive no Centro de Alto Rendimento
do Jamor, um centro para atletas nacionais com muito potencial na sua
modalidade, fui à selecção nacional de juniores, sub-20 e sénior, comecei a jogar
profissional em Espanha em Lugo na liga principal espanhola. Voltei a Portugal,
Santarém, com a falta de dinheiro em Portugal regressei a Espanha para Badajoz
na 2 liga espanhola, no ano seguinte voltei a liga principal aonde me mantenho
a 6 anos passando por equipas humildes mas competitivas como La Seu de Urgell
ou Girona até chegar a equipa top
espanhola Ros Caseres Valência ( sonho de qualquer atleta que quer
ser o melhor e estar com os melhores, que seria como o Barcelona no futebol),
campeão de Espanha e Euroliga ( que seria a champions do futebol). Nessa fase
excelente da minha vida infelizmente lesionei me no joelho esquerdo e hoje em
dia encontro me jogar em Hondarribia Espanha na liga principal mas ainda com
muitas limitações.
PP - Qual é a sensação de ser chamada para representar o seu país, pela
seleção nacional?
SR - Pessoalmente eu adoro ir a selecção, gosto de competir, gosto
das minhas companheiras, não acredito no típico cliché de orgulho patriotico,
no amor à camisola, mas acredito em gostar fazer algo e de poder representar
algo, eu gosto disso de representar e competir na nossa seleção. Mostrar que
somos pequenos, que não temos apoios, que ninguém dá nada por nós, mas aqui
estamos com pouco a tentar fazer muito.
Seleção Nacional de Basquetebol - Feminino |
PP - É difícil conciliar a vida profissional com a vida privada?
SR - Bem, nem imaginam, é quase impossível, ter vida amorosa de
longa duração, a não ser que acredites em relações a distancia, coisa que eu
não acredito, estar com a familia são momentos raros e curtos, os amigos de
toda uma vida passam a ser conhecidos. Vives de um lado para o outro, de uma época
a outra nunca sabes aonde vais estar, é muito, muito dificil.
PP - Quais os seus projetos e ambições?
SR - Sempre fui uma pessoa com muitos sonho e tive sorte de poder
realizar muitos desses sonhos, mas agora recuperando de uma lesão grave do
joelho esquerdo, onde toda a tua carreira depende disso, eu agora só tenho como
objectivo recuperar este joelho e não entrar na triste lista de atletas que se lesionam e são obrigados a abandonar o que mais gostam de fazer.
Agora só quero que DEUS me ajude
a recuperar.
por: Laura Duarte, Patrícia da
Costa e Joana Luciano
*Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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