“O voluntariado completa-nos, porque aquilo que temos é demasiado para ser só para nós”, ouvi estas palavras pela primeira vez referenciadas pela minha coordenadora de voluntariado, Catarina Farinha.
Com a chegada a Coimbra e a distância que se fazia sentir da família, resolvi que tinha de ocupar melhor o meu tempo, aqueles momentos livres das aulas, dos trabalhos e do estudo. Decidi juntar-me a um grupo de voluntariado que me tinha sido dado a conhecer muito recentemente, “Rabo de Peixe Sabe Sonhar”. Sem dúvida a melhor opção que podia ter tomado, apesar de ainda sentir falta da minha família, da minha cidade e dos meus hábitos, ganhei uma nova família em Coimbra.
“Rabo de Peixe Sabe Sonhar”, é um voluntariado dirigido aos jovens universitários, através dos centros universitários espalhados pelo país, após um ano de formação e de angariação de fundos dirigem-se durante duas semanas para os Açores, mais precisamente para Rabo de Peixe na Ilha de S. Miguel e nos mais jovens da população tentam introduzir valores e ideias que não foram incumbidas pelos pais. O próprio voluntariado divide-se em 3 fases: uma semana no Natal; uma semana na Páscoa (que apenas se realiza de dois em dois anos); e duas semanas no Verão (Agosto). Esta última referida é o grande momento do projeto, a realização todos os anos desta colónia em que o maior número de voluntários é selecionado para ir.
Assim compreendi ao primeiro instante quando ouvi aquela frase, o sentimento de preenchimento interior quando se pratica voluntariado é algo que nos supera. Estarmos a dar algo, que por vezes é apenas em tom simbólico, porque não há realmente nada para dar, apenas uns momentos de conversa e paciência, vai fazer a diferença na vida dos outros e na nossa.
Existem várias realidades que necessitam de ajuda de projetos como este no qual estava integrada. São várias as necessidades existentes e que podemos tentar colmatar para tornar essa realidade social um pouco melhor e menos evidente. Este é um dos factos que pode conduzir ao voluntariado, mas também a possibilidade de utilizar o nosso tempo de uma melhor forma, em algo que nos pode completar e aquilo que se pode evoluir com as várias experiências qua vamos passando ao longo da vida, sendo o voluntariado uma das mais importantes e que mais “ricos” nos faz. Estas são algumas das formas de entender o porquê de praticar voluntariado.
Há imensas razões para se integrar um grupo de voluntariado, são todas válidas, desde que o papel que se está a desempenhar, mais ou menos importante, seja sempre
bem realizado e com grande empenho. Certas pessoas entram para voluntariados para preencher e melhorar o seu curriculum, por vezes pode realmente marcar a diferença essa referência, principalmente em cursos com um cariz social mais elevado, ou então pelo dinheiro que irão receber no final das tarefas realizadas, enquanto ainda outros o fazem, apenas por se sentirem mais completos, pelos sorrisos que guardam consigo de cada pessoa que passa pela sua vida nessa experiência, que pode ser a experiência de uma vida.
Qualquer pessoa pode, e devia, entrar por uma vez, pelo menos, num voluntariado. Entra-se numa realidade que é diferente da nossa e assim automaticamente dá-se um crescimento, como somos sempre seres em crescimento, quantas mais experiências detivermos ao longo da vida maior será o nosso conhecimento das várias perspetivas do mundo.
por: Joana Correia
*Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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