Ana Sofia
Ferreira licenciada em Comunicação Social pela Escola Superior de Educação de
Coimbra, optou no ensino secundário por Línguas e Humanidades já com a certeza
de que escolheria Jornalismo. Apenas com 21 anos de idade já trabalhou para uma
rádio local e fez parte da Associação de Estudantes onde encabeçou projectos
ligados à comunicação.
Coimbra
com uma diversidade tão grande em projectos ligados ao jornalismo era
impensável para ela não aproveitar essas oportunidades, deste modo, tirou
proveito de todos os workshops, formações e até conferências e palestras, onde
o testemunho dos oradores era um cunho importante para perceber como tudo
funcionava. Após a conclusão de um estágio curricular na empresa SIC notícias encetou na
equipa de jornalismo onde se encontra atualmente.
Quando
surgiu a certeza de que o jornalismo iria ser a tua profissão para a vida?
Pode até
nem ser a minha profissão para toda a vida, mas certo é que há uma grande
paixão que começou muito cedo… Contam os meus pais que depressa notaram em mim
uma grande capacidade de comunicação e muita, muita curiosidade por tudo e
todos os que me rodeavam. Nas idas ao supermercado, por exemplo, paragem
obrigatória para falar um bocadinho com toda a gente… “Como te chamas?”,
“Quantos anos tem?”, “E filhos, tem? Quantos?”, “O que faz(em)?” E tantas foram
as vezes que eles, com alguma pressa, me negavam que os acompanhasse. À medida
que ia crescendo, interessava-me cada vez mais pela escrita. Aos sete anos –
conta a minha mãe - quis “escrever livros para meninos e meninas”, aos 15 anos
comecei a escrever para o jornal da escola, e aos 17 decidi ocupar as minhas
tardes na rádio Cardal. Já na faculdade, a passagem pela Televisão da
Associação Académica de Coimbra, pela Cabra, o contacto que tive com a RUC, e
até mesmo enquanto membro de Comunicação da AIESEC (plataforma internacional que possibilita o desenvolvimento pessoal e
profissional de jovens estudantes através de programas de trabalho em equipa,
liderança e intercâmbio), permitiram-me ganhar competências que só
alimentaram esta vontade incessante de poder um dia trabalhar na área. E
apercebi-me de que diante todas as opções que o jornalismo me disponibilizava,
a televisão e a rádio despertavam em mim um “gosto” especial. Mas, bem sei, que
as nossas ideias, por vezes, se alteram e a juventude é uma idade promissora
para paixões. O estágio foi o momento ideal para experimentar. Poder tirar as
minhas dúvidas de perto, aprender com profissionais que há muito admirava,
justo numa estação de televisão, para mim, de eleição, a SIC.
Como é
licenciares-te e conseguires ficar numa grande empresa de comunicação?
É acima de tudo o reconhecimento
de todas as horas passadas a trabalhar por paixão, dos fins-de-semana sem ir a
casa, das tardes em que abdiquei de estar com amigos – como tanto me apetecia –,
das noites de trabalho e da entrega diária ao exercício da profissão. Não foi
tempo perdido.
Quais as
dificuldades que sentiste ao integrar esta mesma empresa logo a seguir à
licenciatura e ao estágio?
Findo o período de estágio não
somos bons o suficiente para fazer tudo. É só mais uma etapa de aprendizagem.
Seremos certamente melhores do que quando entrámos, mas temos muito para
aprender. Confesso que me senti um pouco assustada ao início, pois agora mais
do que nunca é altura de mostrar aquilo que valho. Estou rodeada de bons
profissionais e quero estar à altura. Estar rodeada de bons profissionais e
pertencer a uma grande empresa na área da comunicação traz também uma
responsabilidade acrescida. Mas ter a oportunidade de fazer aquilo que gosto é
um estímulo para trabalhar todos os dias com mais empenho e predisposição para
fazer sempre mais e melhor.
Quais os teus
planos em relação ao futuro? Ambicionas ainda mais para a tua profissão?
Creio que o “segredo” para o
sucesso é mesmo esse… ambicionar sempre mais. Embora não faça grandes planos em
relação ao meu futuro na empresa, ou até mesmo no jornalismo, há muita coisa
que quero e ambiciono fazer. Nomeadamente voltar a trabalhar com a editoria de
economia e política ou experimentar o internacional. Quem sabe até um dia opte
pela rádio, outro sonho que não ficou para trás…
Que mensagem deixas
aos licenciados e aos que estão a licenciar-se em comunicação social para o
futuro?
Empenhem-se. Nunca se contentem
mesmo quando o trabalho parece perfeito. Até porque nunca o é. Trabalhar para o
grande público permite muitas opiniões divergentes. O que para muitos é bom e
claro, para outros pode não ser. É muito importante ler e saber tudo quanto
possível. É impensável informar os outros quando não estamos 100% à vontade com
a mensagem que queremos passar. Sejam humildes, reconheçam sempre que há alguém
com mais experiência com quem podem aprender. Quando tiverem dúvidas,
tirem-nas. Não hesitem por achar que certas questões são mais ou menos risíveis.
Até porque das questões mais simples às vezes saem as respostas mais importantes.
Entreguem-se totalmente ao que fazem, o jornalismo é uma profissão sem horário,
sem planos, na verdade é o inesperado que faz desta uma profissão tão mais
interessante que todas as outras. Não esperem o amparo de uma “queda”. Não esperem
elogios do vosso trabalho. Raramente os ouvirão, não por estar mau, mas porque
é esperado que esteja bom. Esperem críticas e aceitem-nas. É sempre possível
fazer melhor.
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