Escola Superior de Educação de Coimbra |
Trabalhar e/ou estudar? Esta é a questão com que muitos jovens se deparam quando terminam o ensino secundário. Dada a conjuntura económica do país, os estudantes sentem necessidade de procurar um trabalho, quer seja part-time, quer seja full-time, para que não dependam de terceiros e sejam cada vez mais autónomos financeiramente. A percentagem de estudantes do ensino superior que procuram um trabalho para se conseguirem sustentar tende, cada vez mais, a aumentar. Na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), esta tendência foi comprovada através de testemunhos de quatro estudantes.
Ao abrigo do disposto no Código do Trabalho (aprovado pela Lei n.º 07/2009, de 12 de Fevereiro), trabalhador- estudante é um trabalhador que "frequenta qualquer nível de educação escolar, bem como curso de pós-graduação, mestrado ou doutoramento em instituição de ensino, ou ainda, curso de formação profissional ou programa de ocupação temporária de jovens com duração igual ou superior a seis meses".
Bruna Dias |
Na situação desta estudante, devido à incompatibilidade entre o horário laboral e o horário escolar, tornou-se imperativo coordenar os dois. No entanto, de acordo com o artigo 90º do Código de Trabalho (aprovado pela lei nº7/2009, de 12 de fevereiro), “o horário de trabalho de trabalhador-estudante deve, sempre que possível, ser ajustado de modo a permitir a frequência das aulas e a deslocação para o estabelecimento de ensino.” É neste sentido que se verifica que, muitas vezes, apesar de todas as formalidades estabelecidas, estas nem sempre são cumpridas.
O facto de viver longe do local onde estuda também é uma desvantagem para a maioria dos trabalhadores-estudantes. Ainda que o trabalho possa trazer independência financeira para muitos, as limitações horárias não permitem visitar as famílias regularmente. É neste contexto que Bruna nos revela que não vai ao Porto há dois meses .
Uma das maiores razões que conduzem à procura por um trabalho durante os estudos, é a vontade de ajudar os pais nas despesas escolares. “Uma vez que a minha mãe é divorciada e o meu pai nunca ajudou nas despesas, senti a necessidade de começar a trabalhar (…) para pagar a estadia e para poupar algum dinheiro.”, afirma a estudante.
Entrevista a Bruna Dias |
Gabriela Pereira |
Entrevista a Gabriela Pereira |
Flávia Silva |
Flávia não é exceção à realidade portuguesa: tal como muitos estudantes, não poderia estudar se não continuasse a trabalhar. À parte das dificuldades, a estudante sente que tanto os colegas de turma como a entidade patronal são flexíveis ao facto de ela não ter tanto tempo como um estudante dito normal.
Entrevista a Flávia Silva |
Fábio Mendes |
É comum verificar-se, nos trabalhadores-estudantes, um contrato instável ou até a ausência dele. No entanto, Fábio trabalha há cinco anos o que lhe permite ter um contrato estável e continuar a estudar uma vez que “se neste momento não estivesse a trabalhar, não conseguiria sustentar esta situação nem avançar com a minha formação académica devido aos seus custos elevados”.
Entrevista a Fábio Mendes |
Falta de dinheiro, independência
financeira, contas a pagar, propinas elevadas e firmeza em prosseguir estudos são
alguns dos principais fatores que levam estes jovens a lutar por um futuro
melhor. Neste sentido, a vontade de permanecer no ensino superior motiva-os a
ultrapassar todas as barreiras, apesar das dificuldades sentidas.
Por: Adriana Vieira, Maria Inês Guardado, Maria João Gonçalves, Filipa Ferreira, Silvana Queirós.
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