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sábado, 23 de maio de 2015

Coimbra dos estudantes


“Oh Coimbra do Mondego
E dos amores que eu lá tive
Quem te não viu anda cego
Quem te não ama não vive”

Cidade de ruas estreitas, pátios, arcos e escadinhas, berço do nascimento de seis reis de Portugal e da primeira universidade do país. Aeminium dos romanos, Kulumriyya dos mouros, Coimbra dos portugueses. Erguida pela colina sobre o Mondego, a cidade divide-se: na alta, outrora os aristocratas e os clérigos, hoje os estudantes. Na baixa, o comércio, o artesanato e os bairros ribeirinhos populares.
Na cidade da tradição, a música das tunas e a praxe dos doutores marcam a História.
Aqui entramos caloiros. Em outubro, na nossa primeira latada, desfilamos pela praça com latas amarradas pelos pés, mãos e qualquer outro sítio que pareça boa ideia aos nossos doutores. Somos batizados no Mondego e recebemos palavras de confiança, apoio e amizade dos nossos padrinhos.
Durante todo o percurso académico, Coimbra tem imenso para dar. Os estudantes dividem-se pelas oito faculdades, onze departamentos e pelo instituto politécnico, contando com mais de dezasseis bibliotecas espalhadas pela cidade universitária.
É certo que estamos a falar da cidade do conhecimento, mas a vida do estudante de Coimbra não passa só pelos livros e pelas sebentas. Estudar em Coimbra também é entregar-se à tradição, viver novas experiências e divertir-se. Certamente não haverá um estudante que não tenha passado pela catedral da noite coimbrense, o bar da Associação Académica. Também não haverá uma alma que não se tenha desfeito por momentos, lavada em lágrimas de emoção ao abraçar os amigos ao som da balada da saudade. Muito menos haverá alguém que não sinta o encanto desta cidade.
Coimbra é tradição e com ela vem a praxe. Somos ensinados a respeitar, a conhecer e a criar ligações com os nossos colegas, sabendo que poderemos sempre encontrar nos nossos doutores o apoio necessário, em qualquer situação.
Terminado o ano de caloiro, envergamos a capa e a batina, sentimos o peso da responsabilidade de ser doutor e deixamos para trás a vida do primeiro ano na Serenata Monumental. É na Serenata que descobrimos o que Coimbra significa: magia. A magia do traje, a magia do espírito académico, da música das tunas e da saudade que já sentimos por esta cidade, Coimbra do Mondego, ainda antes de a deixarmos.
E é no fim do terceiro ano, na nossa última queima das fitas, que nos despedimos desta cidade. Quando chega esta altura parece que tudo se vive mais intensamente, porque sabemos que é o último tudo: o último cortejo, a última serenata, a última queima, o último adeus. E é aí que Coimbra tem mais encanto: na hora da despedida. Porque tudo o que se viveu fica connosco, mas enche as águas do rio e enche o rio que corre dos nossos olhos. Ficamos com os segredos, mas deixamos pela cidade a marca da nossa passagem. E são essas marcas que constroem o espírito académico tão único de Coimbra. Fazemos para sempre parte de Coimbra e levamo-la para sempre nos nossos corações
“Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações à luz
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores

A fonte dos amores és tu”


Diana Rodrigues
Miryam Mota




Infografia sobre o ensino superior em Coimbra










Diana Rodrigues
Miryam Mota

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