“Oh Coimbra do Mondego
E dos amores que eu lá tive
Quem te não viu anda cego
Quem te não ama não vive”
Cidade de ruas estreitas, pátios,
arcos e escadinhas, berço do nascimento de seis reis de Portugal e da primeira
universidade do país. Aeminium dos romanos, Kulumriyya dos mouros, Coimbra dos
portugueses. Erguida pela colina sobre o Mondego, a cidade divide-se: na alta,
outrora os aristocratas e os clérigos, hoje os estudantes. Na baixa, o
comércio, o artesanato e os bairros ribeirinhos populares.
Na cidade da tradição, a música
das tunas e a praxe dos doutores marcam a História.
Aqui entramos caloiros. Em
outubro, na nossa primeira latada, desfilamos pela praça com latas amarradas
pelos pés, mãos e qualquer outro sítio que pareça boa ideia aos nossos
doutores. Somos batizados no Mondego e recebemos palavras de confiança, apoio e
amizade dos nossos padrinhos.
Durante todo o percurso
académico, Coimbra tem imenso para dar. Os estudantes dividem-se pelas oito
faculdades, onze departamentos e pelo instituto politécnico, contando com mais
de dezasseis bibliotecas espalhadas pela cidade universitária.
É certo que estamos a falar da
cidade do conhecimento, mas a vida do estudante de Coimbra não passa só pelos
livros e pelas sebentas. Estudar em Coimbra também é entregar-se à tradição,
viver novas experiências e divertir-se. Certamente não haverá um estudante que
não tenha passado pela catedral da noite coimbrense, o bar da Associação
Académica. Também não haverá uma alma que não se tenha desfeito por momentos, lavada
em lágrimas de emoção ao abraçar os amigos ao som da balada da saudade. Muito
menos haverá alguém que não sinta o encanto desta cidade.
Coimbra é tradição e com ela vem
a praxe. Somos ensinados a respeitar, a conhecer e a criar ligações com os nossos
colegas, sabendo que poderemos sempre encontrar nos nossos doutores o apoio
necessário, em qualquer situação.
Terminado o ano de caloiro,
envergamos a capa e a batina, sentimos o peso da responsabilidade de ser doutor
e deixamos para trás a vida do primeiro ano na Serenata Monumental. É na
Serenata que descobrimos o que Coimbra significa: magia. A magia do traje, a
magia do espírito académico, da música das tunas e da saudade que já sentimos
por esta cidade, Coimbra do Mondego, ainda antes de a deixarmos.
E é no fim do terceiro ano, na
nossa última queima das fitas, que nos despedimos desta cidade. Quando chega
esta altura parece que tudo se vive mais intensamente, porque sabemos que é o
último tudo: o último cortejo, a última serenata, a última queima, o último
adeus. E é aí que Coimbra tem mais encanto: na hora da despedida. Porque tudo o
que se viveu fica connosco, mas enche as águas do rio e enche o rio que corre
dos nossos olhos. Ficamos com os segredos, mas deixamos pela cidade a marca da
nossa passagem. E são essas marcas que constroem o espírito académico tão único
de Coimbra. Fazemos para sempre parte de Coimbra e levamo-la para sempre nos
nossos corações
“Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações à luz
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu”
Diana Rodrigues
Miryam Mota
Infografia sobre o ensino superior em Coimbra
Diana Rodrigues
Miryam Mota
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