Poesia
"Ser poeta é ser mais alto"
Neste mundo, onde tudo é poesia, as palavras são o oxigénio que faz a voz dos Poetas soar; são a luz que traz a imagem aos olhos das pessoas que vivem como se ela não existisse e a informação dos outros que a representam. Contudo, ninguém lhe dá o devido valor.
Até
à época do neoclassicismo (segunda metade do século XVIII) existiam uma série
de características que tornavam o conceito de Poema, praticamente
incontestável. O texto literário era acompanhado de uma sobrecarga de regras em
relação à composição, à organização rítmica, aliada a recursos estilísticos e
imagéticos próprios, o que fazia discurso ser incomum, criativo, repleto de
conotações (figuras de estilo) de sonoridade especial, de polivalências, de
ambiguidades, de rompimento com as normas de uso dos signos e com as normas
gramaticais, ou seja signos inventados, neologismos e vícios de linguagem, como
por exemplo:
“Cerca
de grandes muros quem te sonhas
Depois
onde é visível o jardim
(…)
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para
que te conheçam só assim.”
Fernando
Pessoa.
A
partir do Pré-Romantismo, desencadeou-se uma revolução do conceito poético em
que o poema se aproxima cada vez mais da prosa literária, fugindo aos “normais”
cânones da época, pela renúncia dos esquemas métricos, rítmicos, estróficos, ou
seja, o verso, passa a ser independente do discurso, como se cada verso fosse
um poema, estabelecendo pausas fónicas independentemente das pausas sintáticas.
O
moderno conceito de poetização deixa para trás os esquemas formais e
interessa-se maioritariamente por criar imagens poéticas e pela descrição da
realidade, sentida e descrita artisticamente:
“Não
tirei bilhete para a vida,
Errei
a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não
perdesse.
Hoje
não me resta, em vésperas de viagem,
Com
a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado
na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,
Hoje
não me resta (à parte o incómodo de estar assim sentado)
Senão
saber isto:
Grandes
são os desertos, e tudo é deserto.
Grande
é a vida, e não vale a pena haver vida.”
Álvaro de Campos
Francisco Lopes - 2013117 e Rui Correia - 2013122
2º ano Comunicação Social - Atelier de Crossmedia
ESEC - 2015
2º ano Comunicação Social - Atelier de Crossmedia
ESEC - 2015
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