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terça-feira, 27 de outubro de 2015

“Nunca é tarde para aprender”

     O Governo de José Sócrates incentivou os mais velhos, ou os que deixaram o ensino prematuramente, a voltar a estudar para que o nível de escolaridade do nosso país subisse. Para isso contribuíram projectos como “Novas oportunidades” ou “Curso de Educação e Formação de Adultos (EFA)”. Milhares de portugueses agradeceram esta iniciativa e, agora, estão um pouco mais cultos com as novas aprendizagens, como vamos poder observar na entrevista a José Marques, 46 anos, electromecânico de profissão, natural de Coimbra.



Porque deixou a escola na sua juventude? E em que ano de escolaridade?
Na altura não gostava de andar na escola, andava desmotivado, a gastar dinheiro aos meus pais e queria ir trabalhar. Surgiu uma oportunidade de emprego que não podia recusar e deixei a escola. Saí no final do 6ºano, com as aulas dadas pela telescola.

Achou uma boa medida do governo de José Sócrates estas novas oportunidades, entretanto extintas, para os que desistiram do ensino “normal”?
Claro que achei! Nunca é tarde para aprender. Voltou a motivar muitas pessoas a voltar a estudar, como foi o meu caso. Se não fosse esta iniciativa não sabia usar um computador por exemplo.

Qual foi a principal razão que o levou a frequentar o curso EFA?
Seguir com os estudos (depois de concluir as “Novas Oportunidades”, que me  deu equivalência ao 9ºano), adquirir mais conhecimentos a nível pessoal e profissional, conhecer novas pessoas e por ser um novo desafio.

Quanto tempo esteve a frequentar o curso EFA?
Três anos e meio, 40 meses mais ou menos.

O que aprendeu no curso EFA?
Nos diferentes módulos, aprendi matérias que me despertaram muita atenção, aprendi muitas coisas que desconhecia por completo. Por exemplo, no módulo de CP (Cidadania e Profissionalismo) estudei a liberdade e responsabilidade democráticas, as desigualdades sociais, o racismo, códigos deontológicos, discriminação, em STC (Sociedade, Tecnologia e Ciências) estudei os impactos ambientais, as alterações climáticas, o DNA, em CLC (Comunicação, Linguagem e Cultura) estudei a política de reciclagem (3 R’s)… Todos estes temas sensibilizaram-me e surpreenderam pela positiva.

Que principais dificuldades enfrentou no curso EFA?
No curso a língua inglesa foi um grande problema! No geral foram tempos de grande sacrifício pessoal e familiar porque ir todos os dias, das 19h as 23h, depois de um dia cansativo de trabalho, não é fácil. Foi preciso muita força de vontade e o companheirismo e apoio do meu grupo foi crucial.

Sente que foi uma experiência enriquecedora?
Muito! Aprendi muitas coisas novas que me fizeram sentir mais realizado, com mais cultura. Evolui pessoalmente e profissionalmente, nas novas tecnologias do meu trabalho, cada vez mais úteis para o meu dia-a-dia. Conheci grandes amigos, novas pessoas, com quem aprendi muito e com as quais ainda mantenho contacto. Foi uma grande experiência.

Acha-se capaz de seguir os estudos? De que forma?
Em mais cursos profissionais porque não? Os convites têm surgido e alguns mantêm-se de pé. Um dia, quem sabe.

No meio profissional algo mudou com as suas novas habilitações?
Não mas porque não aceitei novos cargos, superiores, que me foram propostos. 


Grupo 6
Bruno Simões 20140566

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