Adriana Fernandes, foi uma das
concorrentes do "Fator X", uma das melhores experiências da sua vida,
senão a melhor, como menciona, apesar de recordar que a sua ligação com a
música começou na sua vida muito cedo, “comecei a cantar, sinceramente,
desde que me lembro”, refere.
Atualmente, aos 21 anos,
ambiciona ser cantora profissional e fazer disso a sua vida. Para além da
música, está a estudar Línguas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra.
O que significa para ti a música?
A música para mim significa, para além do que
significa para a maior parte das pessoas que é o escape ao mundo real e o
relaxar um pouco e distrair, significa também um objetivo, uma coisa que eu
quero fazer, um sonho, que é viver da música.
Como é que começou a tua história com a música?
Comecei a cantar,
sinceramente, desde que me lembro. A minha mãe diz que foi mais ou menos,
quando comecei a falar. Depois, com cerca de 8 anos entrei no Coro dos Pequenos
Cantores, em Coimbra. Entretanto, tive de vir viver para a Lousã, mas mesmo
assim continuei a cantar, entrei aqui na academia de música e desde sempre que
canto.
Então, desde criança que tens este sonho pela música?
Sim, desde que me lembro que
quero cantar.
Ao longo do teu percurso qual foi o momento que mais te marcou?
O Fator X, sem dúvida, foi o
momento que mais me marcou, foi o ponto alto da minha carreira, se é que se
pode chamar carreira musical, porque foi onde eu tive mais sucesso e estive na
televisão.
Como foi essa experiência do Fator X?
Bem… teve coisas muito boas
como é óbvio, aprendi muito, cresci muito, quer a nível pessoal quer
profissionalmente. Conheci pessoas fantásticas, ganhei alguns contactos e, por
outro lado, quando saí fiquei muito triste. É sempre aquela fase do “se calhar
não sou boa o suficiente”, e “será que devo continuar, será que não devo
continuar”, mas no geral acho que foi uma experiência muito boa.
E qual era a sensação que tinhas quando passavas a uma próxima fase?
É muito complicado explicar
sem acontecer, a fase onde eu mais me emocionei e cheguei mesmo a chorar de
emoção foi quando passámos às galas, porque não estava mesmo à espera, foi mais
numa de “olha vamos ver como é que corre, se correr bem tudo bem se não correr,
a vida continua”. Quando percebi que tinha passado às galas fartei-me de
chorar, desde o inicio da gala até ao fim tinha sempre os nervos à flor da pele
e ainda por cima era ouvir toda a gente
a dizer “ai eu não passo”, “Eu também não passo”, o que nos levava a sentir que
havia sempre alguém melhor que nós. Mas quando passávamos era fantástico, era
um reconhecimento do nosso trabalho e do esforço que tínhamos toda a semana.
Voltando atrás no teu percurso, como te sentiste a primeira vez que
subiste ao palco? E agora como te sentes?
Boa pergunta… Do que me
lembro, sempre fui muito envergonhada, estava habituada a cantar para a minha
mãe, para a minha família, coisas mais pequeninas. Quando subi a um palco foi diferente, eu prefiro cantar para mais pessoas do
que para menos, porque não tenho de estar a focar a cara das pessoas. Consigo
olhar para toda a gente e sentir aquele apoio, o bater das palmas. Eu gostei
muito, ao início estava um pouco constrangida, mas agora acho fantástico, na
primeira vez percebi que adorava cantar em palco e para muitas pessoas.
Qual foi a tua situação mais inesperada num palco?
Ui, tenho de pensar… isso
acontece tantas, tantas vezes, quando temos concertos e as coisas não acontecem
bem como queremos, chegamos lá e dizem-nos que “temos microfones, temos colunas
e temos tudo” e, depois chegamos lá e afinal não há nada e temos de cantar para
um público enorme, essa aí, sinceramente, é das piores.
Como é que é a tua relação com o público?
A minha relação com o
público… eu admito que, às vezes, sou um bocado fria quando estou a cantar.
Canto mais para mim do que para os outros, mas, felizmente, tenho aprendido
bastante a mudar isso, porque afinal de contas é o público que faz com que eu
continue a fazer o que faço, não posso fazê-lo só para mim, porque se quiser
viver disto tenho de o fazer também para o público. Gosto muito de agradar e
perceber que agradei e fico muito triste quando as pessoas não gostam ou quando
não estão tão recetivas.
Como é conciliar o teu percurso musical com a faculdade?
É complicado, porque às vezes
os horários não são bem como nós queremos e, ainda para mais, vivendo na Lousã
e tendo de ir para Coimbra todos os dias, há dias que não é fácil, mas eu sou
da opinião de que quando se quer mesmo uma coisa, se consegue conciliar tudo e,
até agora, tenho conseguido.
Quem são os teus maiores apoios no teu percurso?
A minha mãe, sem dúvida
nenhuma. Não me posso mesmo queixar, porque muitos têm a questão dos pais,
porque, infelizmente, existem muitas pessoas que acham que a música não é um
mundo seguro para se fazer um futuro, mas a minha mãe sempre me apoiou
bastante, o meu pai também, a minha avó, acho que a minha família no geral, me
apoia bastante.
Um momento que recordes com saudade.
O Fator X, lá está…
Pretendes que a música faça parte de ti durante toda a tua vida?
Sim, sem dúvida nenhuma. Eu
sei que é um mundo muito complicado, ainda mais em Portugal, ainda ninguém dá
muito valor aos músicos e, apesar das pessoas não saberem, é um trabalho muito
complicado, e se um dia não conseguir singrar e ser cantora a tempo inteiro,
gostava de fazer disso um part time, ir cantando aqui e ali.
Quais são os teus projetos para o futuro? Bem, gostava de gravar um CD
com músicas originais, estou já a tratar disso, já tenho algumas músicas
originais. Gostava de ter sucesso no mundo da música, como Aurea, HMB e assim.
Quem são as tuas inspirações na área da música?
Gosto muito da Amy Winehouse,
apesar dela ter a vida pessoal que tinha, como artista é um grande ídolo meu. A
nível nacional gosto muito da Aurea, dos HBM, e de Tiago Bettencourt.
Olhando agora para o presente, sentes-te uma pessoa concretizada?
Ainda não, porque acho que só
me vou sentir uma pessoa concretizada quando perceber que não preciso de fazer
mais nada na vida a não ser a música, quero poder um dia dizer que sou cantora
profissional e que vivo disso, mas até agora acho que fiz tudo o que conseguia
para tentar concretizar isso.
Por último, podes deixar um conselho para todas as pessoas que têm
sonhos tal e qual como o teu?
O meu principal conselho é
sem dúvida lutar por isso e não se deixar ir abaixo por um “não”, porque já
ouvi muitos, e também vou continuar a ouvir. Não nos podemos deixar ir abaixo,
temos de saber quem somos e o potencial que temos e aproveitar todas as
oportunidades que nos dão, porque é o que tenho feito e não me tenho
arrependido de todo de ter aproveitado essas oportunidades.
Bianca Matos (20140110), Comunicação Social
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