O
profissional que investe o seu dinheiro e abre um estúdio de tatuagens para
exercer a sua paixão pela arte corporal, ainda hoje, não vê reconhecida a sua
profissão com a naturalidade, o rigor e a clareza que merece.
João “Che”,
ex-delegado de informação médica, actual tatuador e body
piercer com estúdio aberto em Coimbra há mais de uma década, fala-nos disso. No
Portal das Finanças não existe um CAE para tatuador, no acto de activação do
seguro contra acidentes de trabalho assina como esteticista, em tribunal é
aconselhado a apresentar-se de fato e gravata com as tatuagens completamente
encobertas. Nas suas palavras, o país ainda enferma de muito atraso e a
discriminação não é tão utópica quanto fazem acreditar os vinte e um séculos de
história já percorridos.
Apesar disso,
e porque a evolução, embora vagarosa, vai ganhando o seu lugar, o tatuador
conta-nos que, no seu estúdio de classe média-alta, não existe um padrão de
clientes ou de estratificação social: tatua desde estudantes e professores a
juízes e médicos. - (Ver reportagem)
Estivemos à
conversa com Júdite, amiga e cliente de João, que, sendo médica, desvaloriza o
facto de a tatuagem ser, ainda hoje, vista como uma escolha marginal ou
bizarra. Aqui (Ver podcast),
recorda como surgiu o seu gosto por esta forma de arte corporal e testemunha um
episódio em que uma paciente se recusou a ser observada por si – “uma médica
suja”. Assevera que, em Portugal, a regra geral continua a ser a da
discriminação e que tem muita pena de quem é preconceituoso e retrógrado.
Os estúdios
de tatuagem e de body piercing não são como a maioria da população ainda quer
fantasiar. A imagem fora-da-lei e bairrista que se generalizou nos anos 90, com
as primeiras casas de tatuagens a surgir em Lisboa no Bairro Alto, algumas em
condições de higiene e segurança muito reprováveis, já não é uma realidade. A Fruta da Época, um estabelecimento
moderno, a cumprir todos os requisitos legais e de bom gosto, foi, por nós, o
exemplo escolhido para trazer à tona o conceito ideal de estúdio de tatuagem (Ver fotografias).
A nossa
pesquisa não poderia estar completa sem a confirmação estatística dos
depoimentos in loco que viemos a
recolher durante estes meses de trabalho. Apresentamos, então, em género de
infografia(Ver infografia),
dados como as faixas etárias mais tatuadas no nosso país, os tipos de tinta
mais utilizados e as tatuagens mais pedidas, bem como algumas sugestões de onde
se tatuar em Coimbra.
Trabalho realizado por:
Cristiana Barreto;
Daniela Rocha;
Leonor Candeias;
Rubina Mendes
Trabalho realizado por:
Cristiana Barreto;
Daniela Rocha;
Leonor Candeias;
Rubina Mendes
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