Páginas

domingo, 30 de abril de 2017

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Atelier de Cibercultura, com o intuito de transmitir o impacto que a rádio pode ter na vida de alguém.
Patrícia Figueiredo tem 26 anos e é natural de Chaves. Chegou a Coimbra com 18 anos e na casa onde vivia não tinha televisão nem internet. Durante dois anos, a rádio era a sua única companhia. Patrícia, contou-nos como a rádio já há muito, faz parte da sua vida e considera a rádio como uma amiga presente nas suas horas de solidão.




Trabalho elaborado por

Débora Gomes
Miguel Dantas
Rute Cunha
Sara Arinto
Soraia Esteves


VoxPop - Hábitos de Rádio

Saímos à rua para saber até que ponto as gentes de hoje em dia ouvem rádio no seu dia-a-dia e até mesmo, para perceber os motivos de gostarem de ouvir rádio!

Descubram connosco!





Débora Gomes

Miguel Dantas

Rute Cunha

Sara Arinto

Soraia Esteves






domingo, 23 de abril de 2017

Mudam-se os tempos, moldam-se os corpos

Hoje existe uma maior preocupação em manter um estilo de vida saudável. 
O exercício físico e a alimentação variada são práticas diárias. 
Soraia Esteves conta-nos a sua experiência.





Trabalho realizado por:
Ana Carolina Pereira
Ana Margarida Costa
Diana Teixeira
Fábio Oliveira

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Claridade

Março é o mês da poesia. Considerada uma das sete artes tradicionais, esta forma de expressão adapta-se aos tempos e ás gentes que dela se servem. Embora tenham elementos em comum uns com os outros, cada poeta é único e detentor da sua própria marca artística. É o caso de Sebastião da Gama. Nasceu em abril de 1924, em Lisboa e a sua obra está relacionada com a Serra da Arrábida - onde viveu - e também com a sua tragédia pessoal, motivada pela doença que o levou à morte aos 27 anos - a tuberculosa. Sebastião da Gama deixou-nos um leque de poemas sobre o sonho e sobre a vida, entre os quais "Claridade". 

https://soundcloud.com/posts-de-pescada/claridade


Ana Domingues
Bárbara Rodrigues
Cátia Cardoso
Jéssica Oliveira

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Lojas com História




Fomos em descoberta de ofícios de outros tempos, espaços antigos, pessoas que fazem parte da história e têm histórias para contar. Entre cantos e recantos, ruas e ruelas, encontrámos pessoas disponíveis, com experiência de vida e muita vontade de partilhar connosco os seus ofícios. Desde o dia em que começaram a aprender as diversas artes, passando pela primeira vez que cada “casa” abriu a público, até à história completa dos edifícios onde trabalham, tudo nos foi explicado.
Foi entre várias “portas fechadas” às nossas questões, que encontrámos, com um sorriso e disponibilidade, os três testemunhos que nos receberam.


O Barbeiro:

Ao caminhar pela Praça 8 de Maio, nas escadas que nos levam à Praça do Comércio, encontra-se uma barbearia, muito simples e discreta. Lá dentro João Couceiro, o proprietário da barbearia, que apesar de ocupado com os seus clientes, nos recebeu de forma agradável e automaticamente se disponibilizou para conversar um pouco.

Uma barbearia, com mais de um século, tem na sua gerência um antigo funcionário da casa. “Fidelizar o cliente” é o lema da barbearia desde que abriu. Segundo João Couceiro, é assim que têm sobrevivido à “pressão de deslocalização, tanto dos serviços, como das pessoas” que há nesta zona da cidade de Coimbra. Com os “centros comerciais a abafar tudo” e as poucas pessoas que ainda habitam a Baixa, manter a porta da barbearia aberta não é mais do que “tentar resistir” às tendências da sociedade, esclarece.

A trabalhar há mais de 30 anos na casa, o proprietário, afirma que alguns dos seus clientes já são “fiéis à barbearia há mais de 50 anos”. Reafirma que, apesar de haver um sistema de fidelização e um laço que se mantém, entre o barbeiro e os próprios clientes, “eles são menos, pois a renovação já não é feita de forma tão eficaz como antes”.

João Couceiro conta que, são diversas as faixas etárias que por lá passam, desde pessoas de 90 anos, até miúdos. Estas crianças, que inicialmente iam acompanhar os pais, tornaram-se, com o passar do tempo, clientes assíduos. Também os turistas e alguns estudantes da cidade frequentam a barbearia, “ora por curiosidade, ora para desenrascar”, esclarece.


“A Camponeza”:

O dia estava soalheiro e a Baixa de Coimbra repleta de pessoas. Foi entre ruas e ruelas que chegámos ao Nº 80 da Rua da Louça. Num canto meio escondido, encontrámos “A Camponeza”, uma garrafeira e mercearia de produtos gourmet. A loja estava vazia, a montra era deliciosa e o seu cheiro antigo e aspeto acolhedor convidou-nos a entrar.

Lá dentro fomos recebidas pelo sorriso do dono da loja, Paulo Bela, que nos contou, de imediato, a história da casa centenária. Com 105 anos de existência, “A Camponeza”, abriu em 1912 com “o caráter de mercearia local”. Entre as décadas de 50 e 70, evoluiu para drogaria. Foi transformado em garrafeira, por volta dos anos 70, e assim continuou até novembro de 2016, altura em que foi comprada por Paulo Bela.

Esclarece que, ao comprar a garrafeira tem como principal objetivo transformá-la em mercearia gourmet. Para isto, tem vindo a introduzir novos produtos “mais direcionados para os turistas”, como azeite, chocolates, chouriços e biscoitos regionais. É a ideia de tentar ter um conceito diferente, um conceito que privilegie a qualidade e os produtos portugueses que faz Paulo Bela continuar as transformações na loja. “Todos os turistas procuram história, ou seja, procuram coisas antigas”. O proprietário acrescenta que “centros comerciais, Mc Donald’s e Burger Kings existem em todo o lado”.

Para além da mercearia gourmet, Paulo Bela informa que “ há um projeto que envolve o edifício todo”. No primeiro andar vai haver um restaurante temático, com serviço de esplanada (no rés-do-chão), e os andares seguintes vão ser transformados em quartos para alugar, elucida o proprietário.

O Sapateiro:

Chegámos ao Nº23 da Rua 25 de Maio na aldeia de Queitide, em Soure, e logo fomos recebidas com simpatia e hospitalidade. José Sousa foi em tempos sapateiro de profissão. Hoje está reformado e arranja sapatos como ‘hobbie’. Visto que já não tem a sapataria, levou-nos a uma sala pequena, mas iluminada por uma grande janela. Na modesta sala, mantém as máquinas que comprou há 25 anos e que ainda utiliza para reparar alguns pares de sapatos.

Conta-nos tudo, desde o início da sua aprendizagem, na arte da sapataria, até aos dias de hoje. Explica que começou a aprender aos 14 anos com uns senhores da aldeia onde morava. Na altura em que começou a sua aprendizagem, os sapatos feitos à mão “era o que se usava”. Juntou a “o que gostava de fazer, ao que era atual” e fez disso vida. “Aprendi a fazer sapatos à mão, não era com máquinas, hoje é tudo com máquinas. Fazia tudo de raiz”, acrescenta.

Aos 16 anos, em plena ditadura salazarista, José Sousa vai para França em busca de uma vida melhor. Em 1992 retorna a Portugal, pois acreditava que o país tinha condições mais favoráveis e retomou o negócio como sapateiro, tendo aberto também uma sapataria. É por esta altura que compra as máquinas, que ainda hoje utiliza, esclarece.
“O negócio teve mais sucesso quando comecei, há 25 anos, do que quando  tinha 14 anos e comei a aprender”. Nesta altura (há 25 anos atrás) as posses das pessoas também eram outras, havia mais poder de compra, afirma. Explica ainda que, “há 50 anos a população gastava muito pouco dinheiro em sapatos. As pessoas das aldeias eram pobres, não tinham recursos”.

José Sousa conta que há cada vez menos sapateiros porque ninguém quer aprender. “As pessoas parece que têm vergonha”.
Para além disso, os sapateiros, que ele conhece, falam do pouco trabalho que têm. As pessoas já nem sequer os abordam, nem querem saber o que fazem, explica. O elevado preço dos sapatos, feitos de forma manual, “também influencia a escassa procura”. Acrescenta ainda que, “com 10 ou 20 euros já se compram uns sapatos, na feira, ou mesmo em algumas cadeias de sapatarias”.
Um sapateiro para pôr meias solas cobra dez euros. Meias solas e uns tacões são 12 euros e meio. “As pessoas preferem comprar novo”, esclarece.
A parte mais difícil e mais cara de arranjar num sapato é a gáspea. Esta, abrange a porção que cobre desde os dedos até ao peito do pé, explica José Sousa. Acrescenta que, pôr gáspeas nos sapatos e solas corridas vai para uns 30 euros, pelo que “ninguém manda arranjar”.

Numa troca de agradáveis palavras, soubemos histórias fantásticas de pessoas que lutam diariamente para manter a “casa” aberta e poder colocar comida em cima da mesa.
Nem sempre é fácil resistir à “pressão de deslocalização, tanto dos serviços, como das pessoas”. Nem sempre é fácil manter uma “porta aberta”. Nem sempre é fácil… Mas com esforço, dedicação e muito “amor à camisola” vai-se conseguindo ultrapassar as adversidades e vingar na vida.


Andreia Rodrigues
Carolina Ferreira
Cristina Furtado
Joana Beja
Rita Fonseca