Hit the road Jazz !
A cidade do Funchal, prepara-se para receber em Julho
“a quase” emancipação do Jazz. A 17º edição do Funchal Jazz, acontece, como
costume, a 13,14 e 15 e reúne um dos cartazes mais fortes de sempre.
André Santos, autor do álbum Vitamina D, admite “O Paulo Barbosa,
diretor artístico há três anos, tem feito um excelente trabalho na programação,
reunido grandes nomes nacionais e internacionais da atualidade do Jazz e este
ano não é exceção, cartaz de eleição!”
capa Àlbum Vitamina D |
Para o guitarrista João Rodrigues “Os três guitarristas que compõem o
cartaz desta edição, são verdadeiras inspirações. Rosenwinkel, provavelmente é
o guitarrista de jazz mais influente do séc XXI. Frisell é uma grande
referência nas últimas gerações de guitarristas, inclusive para o próprio
Rosenwinkel — assumido pelo próprio — tem
uma voz muito particular e inconfundível.
Quanto ao André Fernandes, é português mas para mim tem qualidade igualável.”
Evocando
a passagem do milénio, foi em 2000 que pela Câmara Municipal do Funchal nasceu
esta iniciativa. Durante uma década aconteceu na Quinta Magnólia e acolheu
nomes como Diana Krall ou o falecido Ray Brown.
Diana Krall |
Para
André Santos, com formação pela Hot Club Portugal, “é
importantíssimo assistir a pelo menos seis concertos de Jazz do mais altíssimo
nível anualmente no Funchal” é um festival que não dispensa desde os
12 anos. Sempre deteve preferência por este estilo musical e admite ter
assistido a músicos lendários ao longo dos tempos. Quanto aos últimos três
anos, com novo programador, “tive a oportunidade
de ver vários músicos que se destacam e que reinventam o Jazz e são a marca do
Jazz actual: Jason Moran; Ambrose Akimusirie; Fred
Hersch, etc.”
André Santos em atuação |
Presença em todas as edições, a madeirense Jani
Anjo, gostava do estilo aprendiz das primeiras edições “era um ambiente mais
descontraído. Havia cadeiras, mas as pessoas optavam pela relva. Quanto aos
artistas, atualmente confesso que a qualidade é muito superior. Há outro
público, verdadeiros amantes de Jazz, o que fez subir a fasquia.”
Sobre a dimensão do espetáculo, André perfaz: “A palavra
passa rápido no meio do Jazz e tocar num festival localizado num sítio como a
Madeira, com a receção e tratamento de luxo que é dado aos músicos, é fácil
toda a gente querer tocar no festival. “O próprio já atuou no palco secundário
como banda base das Jam Session, classificando a experiência como excelente.“ A
grande maioria dos músicos do palco principal juntou-se a nós para partilhar
música na Jam e alguns deles ficaram a partilhar histórias connosco depois
disso”, acrescentando, “isso é das coisas importantes que um músico pode ter,
partilhar música e histórias com músicos incríveis.”
João Barradas é o
“cabeça de cartaz” português. Acordeonista, já premiado pelo Troféu Mundial de
Acordeão, formou-se no Curso Oficial de Acordeão do Conservatório Nacional,
concluindo com 20 valores. Durante todo o seu percurso, tem vagueado entre o
Jazz, Musica Clássica e improviso.
Saxophone
Summit, são
os segundos a subir ao palco. Formado por três saxofonistas com projetos
independentes (Dave Liebman, Joe Lovano e Greg Osby) juntaram-se ao pianista
Phil Markowitz (65 anos), ao contrabaixista Cecil McBee (82anos) e ao baterista
Billy Hart (77anos). A organização do Funchal Jazz confessou que “a secção rítmica é um verdadeiro portento
cuja acção acusa mais a experiência do que a idade dos seus constituintes”. De
salientar que Joe Lovano é considerado o saxofonista mais galardoado da
atualidade, sendo conotado como “uma espécie de ‘Papa’ do Jazz”.
Saxophone Summit |
Da América, é confirmado o baterista Rudy
Royston para o
segundo dia. Nascido no Texas, foi referido no New
York Times, pelo
crítico de música Nate Chinen, como “um talento de primeira linha”.
No mesmo dia sobe “ao pódio”
o seu conterrâneo, o guitarrista Kurt Rosenwinkel CAIPI Band.
Kurt Rosenwinkel |
O último dia acolhe o premiado Bill Frisell e os
seus dois companheiros, o baixista Tony Scherr e Kenny Wollesen. Frisell em
2004, 2009 e 2016 recebeu a nomeação para o Grammy, tendo em 2005 vencido
na categoria de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo. O encerramento será feito
pelo saxofonista de 79 anos, Charles Lloyd que segundo a direção “parece estar
a tocar melhor do que nunca, de uma forma cada vez mais intensa,
inevitavelmente lírica e escandalosamente bela”.
Charles Lloyd |
O conhecido guitarrista Carlos Santana, classificou Charles Lloyd como “um tesouro internacional”. A não perder, no Funchal
Ana Sofia Jesus 2012316
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