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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Crónica: Política de Vénus.


Dilma Rousseff

Dilma Vana Rousseff foi eleita presidente da República Federal do Brasil a 31 de Outubro de 2010. Até então, nenhuma mulher presidiu esta nação.

A política ainda é “uma coisa de homens”. Mas o facto é que mulheres têm estado à frente de nações desde a Antiguidade. Nefertiti, no século XIV a.C, foi considerada uma das personalidades mais influente do Egipto, durante mais de uma década. Ao longo dos tempos, constatamos que a mulher assume uma posição forte e definida, mas muito subtil, demarcando-se em outras áreas, que não a prática política, embora já esteja ganhando terreno também neste patamar.
Muitas vezes o ditado “atrás de um grande homem está uma grande mulher” aplica-se. Vejamos o caso de Hillary Clinton, considerada pela “Times”, em 2008, a quarta pessoa mais influente do mundo. Embora já tivesse sido nomeada a primeira sócia mulher da Firma de Direito de Rose em 1979, e duas vezes listada como uma das cem mais influentes advogadas na América, Hillary atingiu a popularidade como Primeira-Dama dos Estados Unidos da América no mandato de seu marido, Bill Clinton, entre 1993 e 2001.
Só começaram a ser eleitas mulheres para cargos de liderença no século XX, depois de serem nomeadas para pastas ministeriais após a I Guerra Mundial. Nina Bang abriu precedentes ao ser eleita para o Ministério da Educação da Dinamarca entre 1924 e 1926.
Maria de Lourdes Pintasilgo foi a primeira, e única até à data, a exercer funções de primeiro-ministro em Portugal, entre Julho de 1979 e Janeiro de 1980, precedida apenas por Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido entre Maio de 1979 e Novembro de 1990.
Mais recentemente, e num espaço de três dias, três mulheres foram designadas primeiras-ministras, na Finlândia, Eslováquia e Austrália. Mari Kiviniemi, Iveta Radicova e Julia Gillard não foram, no entanto, eleitas pelo povo.
Desde o final do século XIX, com as sufragistas e o movimento feminista, a luta pela igualdade entre os sexos têm sido constante e, na minha opinião, tem sido vitoriosa. No entanto, e olhando o espectro político, é bastante claro que existe um grande desfasamento no que concerne cargos políticos. Falta dar algum crédito às mulheres, falta o voto de confiança. Que a maioria do povo, de cada país, ainda não esteja preparado para dar esse mesmo voto, é de lamentar. É também uma questão cultural e histórica, por mais irracional que esta justificação possa ser. A inércia do poder eleitoral recai sobre o másculo, sobre o suposto sexo dominante, o homem. Se calhar faltam os bons exemplos, se calhar os que são dados não são bem divulgados. Ninguém espera que Oprah Winfrey, uma das personalidades mais influentes do mundo, se candidate à presidência dos E.U.A, mas de certeza que existem muitas outras mulheres, por todo o mundo, com força, capacidade e carisma para liderar.
            Por isso é de louvar que um país, com menos de duzentos anos de independência, tenha já ultrapassado estigmas e preconceitos e coloque na sua presidência uma mulher. Resta agora a Dilma Rousseff provar ao Brasil, e ao Mundo, que a mulher pode ter poder, e pode fazer o melhor que sabe com ele.


                                                                                     Grupo 1 -   Cristina Freitas

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