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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Novo ciclo de seminários traz Patrícia Dias da Silva a Coimbra

  No âmbito do seminário "Os media em Mutação: participação e colaboração nas plataformas digitais", Patrícia Dias da Silva, doutoranda no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC).

  Numa exposição do seu estudo, a investigadora começa por fazer referência  à actual utilização das redes sociais, quer pelo cidadão comum, como pelas empresas e instituições políticas.

  A conhecida WEB 2.0, diz ela, chega até nós trazendo novos conceitos como "crowdsourcing" (a recolha cinernáutica de conhecimentos colectivos e voluntários), o "slacktivism" (nome dado a uma forma de activismo frouxe e pouco activo, que passa muitas vezes por um simples "like" num vídeo sobre direitos humanos ou preservação do ambiente) e "collective intelligence" (inteligência colectiva nas tecnologias).

  Remetendo-nos para o núcleo do seu estudo, a plataforma Youtube, menciona o círculo sobre o qual esta actua, constituído pelo público em geral, as empresas públicas e privadas, as instituições políticas e os media.

  A tecnologia e a inovação são já meios para o poder político para fazer chegar aos cidadãos as suas ideias e projectos. Cada vez mais as empresas têm uma participação activa nesta plataforma, e noutras do mesmo género. Infelizmente, o padrão de utilização das novas tecnologias aplicado pelas entidades oficiais muitas vezes não permite a interactividade, no sentido em que o usuário comum deste tipo de redes sociais muitas vezes fica impossibilitado de comentar o material disposto online, ou quando o faz, não recebe resposta da parte responsável pelos conteúdos.

  Outra problemática abordada foi a questão dos direitos de autor, exemplificada com um vídeo (disponível em http://www.youtube.com/watch?v=kBO5dh9qrIQ), na medida em que também nestes meios aplicam-se leis e procedimentos, que na opinião da oradora, mereciam um reajustamento à realidade cibernáutica. Para aproveitar, ou contornar, estas situações, começam a estabelecer-se acordos e parcerias entre o YOUTUBE e empresas como a CNN, criando canais com conteúdos exclusivos destas (i.e CNNInternational no Youtube), para a divulgação legal dos seus vídeos. 

  No que concerne os media, aproveitam estes meios e redes virtuais para a criação de sinergias que visam uma maior circulação de informação, a velocidades impensáveis noutros tempos. Contudo, Patrícia Silva aponta para dois efeitos desta evolução, ou simples mudança, dos meios de comunicação social: o seu sucesso, em contextos governativos autoritários, e o seu retrocesso nas sociedades democráticas. À parte da censura, estas plataformas parecem ter efeitos mais positivos, como escapatória para a liberdade de expressão, em sistemas autoritários, enquanto que em sistemas democráticos assiste-se a uma sobre-informação que "esmaga" o utilizador.

  Em forma de balanço, a doutoranda afirma que na Web 2.0, como em tudo, tem que haver um equilíbrio entre a informação que é debitada e o próprio consumo que dela fazemos, tendo sempre em mente que é um meio aberto e, portanto, susceptível de incluir todo o tipo de conteúdos. A solução poderá ser então educar a população, em geral, para a utilização das novas tecnologias e soluções virtuais, e um consumo ponderado e sensato das matérias on-line.

Cristina Freitas -  grupo 1 

2 comentários:

  1. Muito obrigada pelo comentário e por ter assistido a esta palestra, foi um grande prazer ir à ESEC e discutir estes assuntos com uma plateia tão atenta e curiosa.

    Só uma correcção, apesar de ser licenciada em Comunicação pela FCSH-UNL, o doutoramento é no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

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  2. Patrícia, peço desculpa pelo erro. já está corrigido. Em meu nome, agradeço imenso a oportunidade de aprender consigo sobre um assunto tão presente nas nossas vidas. Foi uma palestra muito interessante e admiro o seu à-vontade e a capacidade que teve para expor de forma clara e empolgante o seu estudo.
    Cristina Freitas

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