Joana Montenegro Penetra é membro da Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra (TFMUC) . No dia do lançamento do CD desta tuna e comemoração do seu décimo aniversário, a vice-presidente fala sobre a sua experiência na TFMUC.
1. Como nasceu a Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra (TFMUC)?
Em meados de Abril de 1998, um grupo de amigas que frequentavam o 2º ano de Medicina Dentária, juntaram-se com a ideia de formar uma Tuna Feminina. Aos poucos, foram sondando algumas companheiras da mesma Faculdade para aderirem ao seu projecto, e este veio a concretizar-se em Novembro de 2000, quando pela primeira vez se reuniram para ensaiar.
2. Qual a sensação de celebrar 10 anos?
É um grande orgulho! O facto de a Tuna ser formada por um conjunto de pessoas que está na universidade por um tempo limitado, torna ainda mais desafiante o seu crescimento, uma vez que os elementos que a constituem serão sempre diferentes. Assim, o trabalho que realizamos hoje, não é só a pensar em quem no presente faz parte dela, mas também no sentido de assegurar o seu futuro. Penso que é desta forma que pensarão as nossas antigas tunas, ao aperceberem-se do tanto que deram à Tuna que hoje sobe a palco.
3. Ao fim destes 10 anos, o que mudou?
Tanta coisa! Por um lado, o número de tunantes. Contamos actualmente com mais de 70 elementos activos e este facto é não só um privilégio mas também um grande desafio. Por outro, o nosso reportório musical, em cuja variedade temos investido arduamente. Com a crescente experiência e a participação em inúmeras actuações, também o espectáculo que apresentamos tem vindo a enriquecer o nosso desempenho, sobretudo a nível das pandeiretas.
4. O que acha que distingue a TFMUC de outras tunas femininas?
Penso que a principal diferença consiste na sua opção quanto aos temas que apresenta em palco, que são exclusivamente originais. Dá-nos uma satisfação muito grande estarmos envolvidas no processo de criação de uma música desde que nasce a ideia da sua realização. Desta forma, quando subimos a palco, aquilo que cantamos não é apenas um arranjo, mas antes um bocadinho de todas nós. No entanto, escutar um original não agrada ao público da mesma forma que um tema conhecido que lhe traga memórias, e daí ser também um gosto lutar para que as nossas músicas se tornem familiares àqueles que nos apoiam.
5. Porquê um cd? Porquê agora?
A edição de um álbum, sobretudo um álbum de originais, é o eternizar de um projecto que permaneceria no anonimato ou apenas nas nossas recordações. O sonho da criação de um CD não é de agora. A pouco e pouco fomos juntando condições, quer artísticas quer financeiras, para a realização deste projecto, e agora que celebramos 10 anos de existência, achámos que a altura não poderia ser melhor.
6. Quais os objectivos e expectativas quanto ao CD?
Deste o princípio que nos surgiu esta ideia de um Concept Album e foi nele que investimos, construindo uma obra organizada por capítulos em que a tradição académica está muito presente. Assim, entre as faixas que constituem uma história, o CD inclui momentos de Praxe Académica, a formação de uma Trupe, as célebres bengaladas na cartola aquando do fim do curso e ainda o Grito Académico. Este pareceu-nos um conceito inovador, e foi com muito prazer que procedemos à sua gravação. Quanto aos objectivos e expectativas, esperamos simplesmente divulgar a nossa música e dar àqueles que gostam de nos seguir, a oportunidade de nos poderem levar para todo o lado.
7. Quais as músicas que mais a marcam?
Como disse anteriormente, todas as músicas têm um significado muito especial, por terem sido integralmente realizadas por nós. O “Caloiro” destaca-se pelo seu tema, pela sua alegria e por ser talvez aquela que mais nos caracteriza dentro da Faculdade, sendo um gosto ouvi-la ser cantada pelos nossos estudantes. Pessoalmente, não posso não realçar o “Feitiço de Amor” na voz da Sara Correia, uma música de solista que nos delicia particularmente e deixa sempre o público igualmente encantado.
8. Quais as maiores dificuldades para manter a tuna?
Como disse anteriormente, uma tuna é um grupo dinâmico. Assim, vai passando por fases com mais ou menos elementos, consoante o perfil e os interesses das pessoas que chegam de novo à Universidade e consoante o número daquelas que vão acabando o curso. Estamos constantemente a conhecer pessoas novas, a receber umas e a deixar partir outras e consequentemente em cada momento somos uma tuna diferente, com laços diferentes. Este facto obriga a uma adaptação constante que é melhor conseguida numas gerações do que noutras, e talvez seja essa uma das maiores dificuldades.
9. Qual a melhor experiência que já teve com a tuna?
Os momentos marcantes com a tuna acumulam-se infinitamente, sendo já muito difícil destacar um. Mas a experiência de um festival é sempre muito cheia e recordo com muito carinho os meus primeiros, quando era caloira, um em Faro, outro no Porto. Fomos todas juntas estrada fora, sempre a cantar e a tocar que é o que gostamos de fazer. E é indubitavelmente um prazer ir com alguém de quem gostamos experienciar a vida de uma cidade, ajudar a animá-la, somar conversas e gargalhadas noite fora, enfrentar as luzes de um palco e dar as mãos de nervosismo na entrega de prémios. Foram fins-de-semana muito ricos a todos os níveis e compensam largamente as horas de dedicação.
10. Quais os votos para o futuro da TFMUC neste aniversário?
Que não pare de crescer! Mais do que em número, desejo que não pare de crescer em ambições, em projectos, em humildade! Mas sobretudo que seja cada vez mais um lugar de amizade, que enriqueça sempre mais esta experiência Coimbrã, que por si só já é tão única.
Diana Teixeira, grupo4
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