Cortejo da Latada 2011 |
Bem-vindo
caloiro! Celebra-se o início do ano lectivo, e como habitual, na cidade dos
estudantes, a Latada surge. Exuberante aos olhos daqueles que a sentem pela
primeira vez, não desaponta. Fortalece os laços já criados com os “Doutores”. Consagrada como
uma das maiores festas académicas, a nível nacional, teve a sua origem, por
volta, do século XIX.
Também
conhecida como a Imposição das Insígnias, a emblemática cidade de Coimbra,
reúne nesta altura, características específicas que lhe conferem um valor
simbólico marcando muitas vivências. A festa alegórica adquire um conjunto de
experiências inacreditáveis. A tradição cumpre-se, mais uma vez. A serenata fez
despertar emoções, sentimentos profundos. Para uns é o princípio de uma nova
época, que lhes trará certamente muita felicidade. Para outros é o despedir com
saudade daquilo que passou, mas que para sempre ficará na memória. Não será com certeza fácil esquecer as amizades feitas, os jantares de curso, as saídas
há noite ( terminando muitas delas em momentos inéditos), a convivência
afectiva com a cidade. Alguns pedirão para voltar no tempo, como por magia.
Outros seguirão o seu percurso, sem olhar para trás. Contudo, Coimbra voltará a
encher-se de estudantes, oriundos de todo o país, ano após ano.
Quinta-Feira
trouxe o Sarau Académico e, consequentemente as noites no parque da canção. A
sua duração ronda,aproximadamente uma semana, e é a loucura total. Vários são
os concertos ali realizados, que levam milhares de jovens ao rubro. Entre
bebedeiras, gritos de euforia, gestos poucos ortodoxos, a comunidade estudantil
vibra ao som do espectáculo. Foi assim, no passado sábado com a actuação do
grupo Scissor Sisters. A banda satisfez com alegria o público já entretido de
copo na mão. Muitos são os estudantes que não regressam a casa nesse
extraordinário fim de semana. Seja pela opção de ir a todos os espectáculos ou
por viver com intensidade toda esta festança, a verdade é que a cidade parece
outra!
Coimbra dos
doutores, Coimbra dos amores, vestir-se-á com determinadas indumentárias. A
população residente, bem como os familiares dos caloiros, verão o trabalho
realizado pelos padrinhos/madrinhas. Com saída nos arcos, o desfile é uma sátira da realidade em que se
encontra o país. Não deixando escapatória ao ridículo, o caloiro leva consigo
uma chupeta, um penico, associado as cores da sua faculdade/instituto.
Está a chegar a hora do Baptismo. Porém,
antes de o grande momento ocorrer, a “ Besta” é obrigada a comer o nabo.
O Baptismo
cria definitivamente uma relação entre o caloiro e o doutor acolhidos pela cidade.
As águas gélidas do Mondego “abençoam” o estudante. Instante místico, envolto
em palavras que soam como poesia. Recebem de Coimbra o melhor, e é a melhor
lembrança que levarão para a vida!
Como
estudante de Coimbra, reconheço a importância que cada ocasião tem. Cada
momento transmite algo de especial. Um toque peculiar. Parece que foi ontem,
era então caloira. O cortejo era algo totalmente novo e inesperado. Foi algo
espantoso! Terça- Feira serei eu, a “ doutora” que baptizará a afilhada nas
águas do Mondego!
por: Márcia Alves
O artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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