Cristiano Sousa |
Numa época onde se vive intensamente o espírito académico da
Festa das Latas – Imposição das Insígnias, fomos entrevistar um elemento do
Grupo Fados de Coimbra, Cristiano Sousa, finalista do curso de Turismo, Lazer e
Património da Faculdade de Letras. Cristiano, natural de Carrazede de Ansiães,
cantou na serenata da Festa das Latas, no passado dia dez de Outubro na Sé
Nova.
por: Soraia Pinheiro e Liliana Pastor
Posts de Pescada: Quando veio para Coimbra
estudar, ingressou em alguma tuna?
Cristiano Sousa: Quando vim para Coimbra estudar, no ano de 2009 ingressei na Estudantina,
mas estive lá pouco tempo. Entretanto, em 2010, convidaram-me para entrar no
Grupo de Fados da secção de Grupo de Fados da Associação Académica de Coimbra,
no qual permaneço até à atualidade.
PP: Quais foram os motivos que estiveram na origem da sua entrada
para o grupo musical?
CS: O que me levou a entrar e a participar num grupo musical académico foi
o gosto pela música que usufruo desde criança. Desde pequeno, gostei sempre da
canção de Coimbra, principalmente a partir do meu 7º ano, que comecei a ouvir
constantemente estas músicas estudantis.
Por outro lado, conhecia pessoas da minha terra,
que estudavam em Coimbra e que, por sua vez, também ingressaram em grupos
estudantis e me elucidaram para participar, caso tivesse oportunidade.
Sempre quis entrar no Ensino Superior em Coimbra. Quando soube que
entrei, foi a minha maior alegria, tanto para tirar a licenciatura, mas também
por saber que iria ter a oportunidade de fazer parte dos grupos musicais
estudantis de Coimbra, e assim, cantar a bela canção de Coimbra.
Quando cheguei a Coimbra, convidaram-me para entrar para a Estudantina,
mas permaneci lá pouco tempo, até um estudantino me convidar para participar
num grupo de Fados. Logo aceitei, uma vez que era aquilo que realmente queria.
PP: Qual é a sua função no grupo de Fados? Porquê?
CS: Tanto na Estudantina como no Grupo de Fados, entrei para cantar, pois
é aquilo que mais gosto de fazer. Desde pequeno que tenho uma grande paixão
pela música, pelo cantar, e sobretudo, pela canção de Coimbra.
Também gosto de tocar e toco alguns instrumentos, mas prefiro cantar,
daí ter ingressado no Grupo de Fados.
Numa tuna, como a Estudantina, podemos cantar e tocar ao mesmo tempo,
aliás, é essa a nossa função. Ao invés, no Grupo de Fados, especializamo-nos ou
nas cordas (na guitarra de Coimbra ou na guitarra clássica) ou no canto.
PP: Qual é a sua visão perante o Fado de Coimbra?
CS: O Fado de Coimbra deve ser entendido, antes de mais, como a canção de
Coimbra, uma vez que comporta músicas estudantis. O grupo de Fados faz uma
representação muito importante da canção de Coimbra, tal como a Pitagórica, o
Rancho típico, bem como a Estudantina Universitária.
A canção de Coimbra, no fundo, é a junção de toda a cultura portuguesa
no centro de Coimbra, tendo em conta os vários dialetos, as várias formas de
tocar e de representar em palco e em público, constituindo, desta forma, a
famosa Canção de Coimbra.
PP: O que sente quando sobe ao palco?
CS: Em primeiro lugar sinto medo e nervosismo de ver muitas pessoas (ou
não). Antes de subir ao palco existe sempre aquele nervoso miudinho juntamente
com adrenalina. Fico com medo e receoso, mas ao subir ao palco e ao iniciar o
canto, parece que tudo passa.
Além disso, antes de vir para Coimbra e ingressar no grupo de Fados,
fiz parte de um grupo de cantares na minha Terra, e portanto, já estava
habituado a cantar para muita população e a participar em encontros de grupos
musicais. No fundo, já sabia o que era o nervosismo e o medo inicial que
sentimos.
PP: Tem recordações da primeira vez que pisou o palco?
CS: Eu não
tinha medo nenhum de estar em palco, pois, já estava habituado a ver muitas
pessoas, em encontros de grupos de cantares a que pertencia, de música
tradicional, na minha localidade e não tinha receio porque já estava habituado.
A minha primeira atuação foi numa apresentação que o grupo de fados
rapsódia fez para os Serviços de Ação Social da
Universidade de Coimbra no polo II.
PP: Tem alguma noção da importância da serenata?
CS: A
importância da serenata em todas as festas estudantis, grandes ou pequenas,
outrora iniciavam-se com o fado de Coimbra e hoje, ainda na atualidade, vê-se
essa tradição. Já investiguei o porque de se iniciar sempre com uma serenata
mas ninguém me soube explicar.
Já perguntei, inclusive, à própria população de Coimbra e o que sempre
me disseram é que em todas as festas começa sempre com a serenata, tanto na
queima das fitas, como na festa das latas. Apesar de agora a festa das latas
ser já uma festa como a queima, mas outrora a festa das latas era só um dia em
que cada faculdade celebrava num dia à sua escolha.
O artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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