O trio britânico Muse, que estava há três anos sem lançar um disco,
partiu em busca das suas origens para dar vida ao seu sexto álbum de originais,
The 2nd Law (A Segunda Lei, em livre
tradução, faz referência à segunda lei da termodinâmica), disponível em
qualquer parte do mundo desde o passado dia 1 de Outubro.
Muse - The 2nd Law |
The 2nd Law prometia voltar às origens, assim apregoava Matt
Bellamy (segundo a revista Rolling Stone) – o que não é de todo verdade.
Afinal, o debut da banda, Showbiz (1999),
sugeria Tom Yorke dos Radiohead na fase The
Bends e Ok Computer, só que mais
rock. A influência de Radiohead hoje passa longe. Matt, Chris Wolstenholme e
Dominic Howard praticam hoje uma música muito mais pop, suave e aveludada, com
influências funk e toques eletrónicos.
A surpresa do álbum vem pela mão
de Wolstenholme, que pela primeira vez comanda o vocal de duas músicas, “Save
Me” e “Liquid State”, na qual ele relata a sua experiência com o alcoolismo. A
banda não abre mão da experimentação com instrumentos e dos falsetes
característicos de Bellamy, mas os tão esperados e poderosos riffs nem sempre
chegam. Além disso, as letras deixam a transcendência e a seriedade, com a qual
a banda falava de teorias conspiratórias, de vida extraterrestre e de apocalipses,
para abrir caminho a uma reflexão sobre o atual modo de vida nas grandes
cidades.
Calando a veia hipster, que sonha
com álbuns mais nus e melancólicos, ao género de Showbiz e Origin of Simmetry,
The 2nd Law, não é um álbum mau, até
porque parece fugir ao rock de arena – que o ultimo álbum The Resistence parecia traçar.
Sem ser extraordinária, a
experiência corre melhor do que se pensa. Agora é esperar que a segunda lei da
termodinâmica ajude a vender o álbum e mantê-los na posição privilegiada de
“Melhor Banda do Mundo”.
por:
Laura Duarte
*Artigo escrito ao abrigo do novo
Acordo Ortográfico
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