Durante os dias 5, 6 e 7 de Outubro na cidade de Guimarães
decorreu a segunda edição do projeto
“Guimarães Noc Noc “. Um projeto que visa a promoção das artes e que
fornece a desculpa perfeita para a descoberta da cidade, tanto pelos próprios
vimaranenses como por quem chega à cidade pela primeira vez.
Cartaz publicitário ao Guimarães Noc Noc |
Um
grupo de seis amigos apaixonados pelas artes juntou-se no ano de 2011, com o
intuito de se quererem associar a Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012,
mas sem necessitar das autorizações e burocracias para exporem. Em mais um
ameno convívio entre amigos, numa das suas casas, eis que surge a ideia de um
projeto onde cada um abre as portas de sua casa para receber um artista ou
expor a sua própria coleção artística ao público em geral. “A ideia essencial
do projeto sempre foi a promoção das artes”, referiu desde logo Adriana Miranda
Ribeiro, uma das organizadoras do evento.
O
evento que mais tarde se daria pelo nome de “ g’ noc noc “, sempre teve o
intuito de tornar as artes acessiveis a toda a população sem qualquer restrição
económica ou social. Abriram-se as portas das casas, das garagens, das lojas, a
todos os artistas voluntários para exporem as suas obras e deixavam-se entrar
os vários cidadãos neste novo mundo artístico criado em volta de Guimarães
2012, “Não há desculpas para não ter onde publicar os trabalhos ou não poder
entrar no evento”, constatou Adriana Ribeiro. Na primeira edição reuniram-se
150 projetos e 300 artistas em 41 espaços.
Guimarães
Noc Noc viu a sua segunda edição sair à rua durante o passado fim-de-semana. Devido
ao enorme sucesso obtido nos dois dias realizados no ano de 2011 houve um
aumento no número de espaços e artistas na edição de 2012. “ Deu-se este
aumento por dois grandes motivos, primeiro este ano Guimarães e o g’Noc Noc
estão envolvidos no grande enredo da Capital Europeia da Cultura e em segundo
pelo grande nível de público atingido na primeira edição. “, Adriana Ribeiro.
Este ano contaram com a presença de 320 projetos e 500 artistas em 70 espaços.
Durante
o evento e já como no ano de 2011 tinha acontecido, foi preciosa a ajuda prestada
por todos os voluntários. Estes abrangem todas as faixas etárias, são desde
estudantes, a professores, familiares, amigos ou até mesmo os vizinhos. A
entreajuda vivida, o espirito de conhecimento e a envolvência da comunidade
artística criam durante estes dias na cidade uma euforia e excentricidade
vividas ao máximo.
Dos 500
artistas presentes nesta edição existe uma forte percentagem de artistas
internacionais. Oriundos das mais variadas partes do mundo como Japão, Brasil,
Alemanha, Espanha, Holanda, entre muitos outros. Quando chegam a esta pequena
cidade do norte de Portugal ficam fascinados com todo equilíbrio e ligação
existente entre o passado e o presente, o rústico e o contemporâneo. Segundo
Adriana Ribeiro uma das surpresas em 2012 foi a receção de tantos artistas
vindos do Japão, “Depois da edição anterior e do seu sucesso, conseguimos um
contacto com a EU Japan Fest, associação de apoio à cultura japonesa e os
artistas receberam muito bem a ideia, daí este ano termos connosco uma grande
comunidade artística japonesa”.
Hirofumi
Masuda, jovem artista de 30 anos, oriundo do Japão trouxe até Guimarães a sua
peça para alertar consciências. “Desde o desastre de Março 2011 no Japão que
passei a prestar ainda mais atenção ao poder político e às suas ambições sem
medidas, queria expressar a minha opinião e tudo o que sentia naquele povo
afetado, mas queria faze-lo através da minha arte, para isso desloquei-me até
às terras afetadas pelo desastre nuclear. E assim dei inicio a este
documentário acompanhado pela frase – “Live with nuclear power”, explicou o
artista.
“Live with nuclear power” – Instalação – Hirofumi Masuda |
“Simples Alquimia bd” – Ilustração – Diogo Barros |
E no
final depois de tantas parcerias e ideias novas terem surgido com estas duas
edições, a organização pensa manter e quem sabe tornar este um evento anual e a
não perder em qualquer guia turístico/artístico mundial.
por: Joana Correia
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