A Latada de Coimbra marcou o fim da época de recepção aos caloiros na
Universidade. Os novos alunos desfilaram pelas ruas com fatos criados
pelos padrinhos e, claro, muitas latas, para mostrar ao mundo que já
estão integrados na comunidade académica. No entanto, alguns destes
alunos chegaram há poucos dias e perderam a maior parte das actividades.
São estes os alunos da segunda e terceira fase.
Todos os anos
acontece a mesma coisa: quando sobram vagas nas Universidades, abre-se
uma nova fase de candidaturas para preenchê-las. Mas isto já ocorre em
tempo de aulas. Ora, os alunos desta fase perdem as primeiras semanas do
ano lectivo, ficando logo prejudicados em relação aos colegas. Além
disso, causa problemas na ordem dos trabalhos nas aulas. Isto para não
falar nas medidas de última hora que os alunos mais velhos têm de tomar
para integrar afilhados imprevistos. A intenção por trás deste sistema é
muito boa: dar uma segunda oportunidade a quem a primeira fase não
correu bem e garantir o máximo de vagas preenchidas. Mas de boas
intenções está o inferno cheio…
Existe uma forma muito simples de
acabar com tamanha confusão: organizar as matrículas todas antes do
início das aulas. E sim, é possível. Entre a primeira fase de
candidaturas ao ensino superior e o período de matrículas há um buraco
de um mês em que não se faz nada. Se os funcionários das instituições,
em vez de irem todos de férias em Agosto, calendarizassem as pausas no
trabalho de forma a haver sempre pessoal suficiente para ficarem
abertos, haveria muito mais tempo para organizar as matrículas. Este
método é utilizado noutros países e é muito eficaz.
Portanto, já
que o Governo está a reorganizar tantas coisas, porque não reorganizar
também esta? Com óbvios benefícios para o ensino superior (e
instituições em geral), seria talvez a medida que causasse menos greves
este mandato. E todos os alunos poderiam desfrutar da vida académica
desde o início.
Por: Amy Gois
O artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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