Era um dia chuvoso mas nem por isso
menos belo. A água que escorria das lápides gastas acrescentava à melancolia do
local. Seguimos um passeio bonito e rústico até um miradouro onde se podia
observar grande parte de Coimbra. Porém, naquele dia a vista não era o ponto
mais interessante. Ressaltava-se a beleza própria do lugar, com o seu arvoredo
variado e bancos toscos, parece que esculpidos pela Natureza, ideais para ler
um livro num dia de sol. E, claro, as lápides. Brancas, cinzentas,
espalhavam-se por toda a parte, algumas meio escondidas pela folhagem, outras
em pé no meio da relva e ainda outras embutidas na rocha. O cenário lembrava a
simplicidade elegante de um cemitério rural inglês. E em cada lápide o nome de
um curso, uma dedicatória, um poema… A memória daqueles que passaram por
Coimbra em tempos idos. Reza a lenda que muitos anos antes de algum destes
memoriais ser posto, o rei D. Pedro vinha aqui chorar a perda da sua amada, D.
Inês. Com o tempo, tornou-se tradição vir para cá lembrar o passado com
nostalgia. Local marcante da cidade, quem vem não se esquece do Penedo da
Saudade…
por: Amy Gois
*Este
artigo não esta redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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Chegando ao local, deparamo-nos com a estátua de
João de Deus mirando Coimbra. |
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O Penedo da Saudade é na verdade um jardim de recordações |
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Bancos esculpidos da pedra… |
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… e das árvores convidam à leitura de um bom romance |
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Folhagem de cores vibrantes… |
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… serve de moldura à vista da cidade |
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Escondidas entre a folhagem… |
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…ou embutidas na rocha, as lápides complementam
a Natureza na perfeição |
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Lugar emblemático deste jardim, o Retiro dos Poetas
celebra a poesia e a criatividade conimbricense |
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Embora as palavras, erodidas pelo tempo
já não se leiam em muitas
lápides, as pedras são um
memorial intemporal de um passado saudoso |
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