No âmbito do segundo ciclo de conferências IECE-
Interactive ESEC Conferences for Education), realizou-se uma conferência
dedicada à Comunicação Social, na Escola Superior de Educação de Coimbra, no
passado dia 20 de Novembro. O evento contou com a participação de Nélson
Mateus, ex-jornalista do diário “As Beiras” e atual freelancer da SIC, Rui
Pedro Braz, analista e comentador desportivo da TVI e TVI24, assim como do jornalista
online, Alexandre Gamela. Todos os oradores revelaram informações relevantes
aos aspirantes à área de Comunicação Social.
(Esq. para a Dir. ) Alexandre
Gamela, Rui Pedro Braz, Nélson Mateus
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Foram vários os assuntos
debatidos pelos oradores, cujo objetivo era incentivar os estudantes e
ex-estudantes de comunicação social a não desistirem das suas metas e
objetivos.
“Não devem
confiar nem na vossa própria mãe”
Nélson Mateus foi o primeiro
a honrar as serventias da casa. O repórter da SIC começou por abordar alguns
aspetos essenciais sobre o que é ser jornalista, tomando como referência a sua
própria experiência. Após ter divulgado que o seu primeiro trabalho foi no diário
“As Beiras”, em 2000,
confessa que “nestes 12 anos, houve uma grande transformação dos meios de
comunicação social.” O Jornalista deu seguimento ao seu discurso, recomendando
alguns aspetos pertinentes aos alunos de comunicação social presentes na
conferência. “ Os jornalistas têm de se reinventar muito para se adaptar a este
novo mundo, a esta nova forma de jornalismo”, citou Nélson Mateus. “Enquanto
jornalistas, não devem confiar em ninguém, no sentido de confiar cegamente. Nem
na vossa própria mãe”, ironizou o orador, com o objetivo de ensinar aos
estudantes que têm de pesquisar a veracidade dos factos, confirmando-os. Neste
encontro educativo, a curiosidade e a necessidade de se fazer perguntas foi salientada.
Nélson Mateus afirmou “têm de fazer perguntas sem terem medo de mostrar a vossa
ignorância. A curiosidade é fundamental, apesar de, para qualquer peça, têm de
se preparar minimamente”, exemplificando com base nas suas experiências. Os
alunos foram elucidados que em jornais, rádio ou televisão é difícil condensar
a informação relevante dentro dos parâmetros estabelecidos por esses meios de
comunicação. Sendo ainda mais complicado quando se trata de selecionar a
informação, definindo aquilo que poderá ser importante para o público. O
repórter da SIC, Nélson Mateus, culminou o seu discurso referindo “a notícia
deve ser incolor, inodora e insípida.”.
“O jornalismo é um negócio”
Rui Pedro Braz, incidiu o
seu discurso, principalmente, na área do desporto, a sua especialidade. Começou
por referir alguns marcos relevantes na sua carreira que podiam ser
encorajadores para o público presente no auditório. O comentador e analista
desportivo na TVI e TVI24 referiu que “o jornalismo é um negócio”,
explicitando, posteriormente, que a comunicação é essencial, tanto dentro como
fora das instituições. “O jornalista devia ser livre e praticar a informação de
forma isenta, de modo a transmitir a verdade ao público”, referenciou. O
especialista em comunicação no desporto reconheceu que o jornalismo desportivo,
como lhe designam, engloba uma série de profissionalizações, como a medicina,
no caso de dopping, ou questões legais, por exemplo. Rui Pedro Braz comparou
ainda o futebol a uma tribo, referenciando o livro “A tribo do futebol” de
Demond Morris. O jornalista aconselhou ainda “não se deixem industrializar. Não
tenham medo de fazer perguntas e serem curiosos. E o mais importante, sejam
intelectualmente honestos.”.
“Tenho toda a informação na Internet”
Por fim, Alexandre Gamela tentou
persuadir os alunos a tomar consciência da importância da Internet como meio de
comunicação social. Começou por revelar que não compra jornais, “pela simples
razão que tenho toda a informação na internet”. No decorrer da sua
apresentação, presenteou os assistentes com a sua boa disposição, referindo
algumas das vantagens da produção de conteúdos online. “No online não há
parâmetros estabelecidos. Se tivermos de fazer um vídeo com quatro minutos
fazemos.”, exemplificou. De acordo com Alexandre Gamela, hoje em dia, quase
todos os jornais possuem um site. Porém, nem todos são de qualidade, pois quem
escreve online, deve saber fazê-lo, uma vez que “as histórias que são
publicadas no papel devem ser diferentes nos conteúdos online.” Relativamente
aos conteúdos pagos na internet, o jornalista online esclareceu que “só pagamos
por conteúdos que sejam únicos”, elucidando os presentes que devem ser
exclusivos e criativos naquilo que fazem. Alexandre Gamela, entende que “o jornalista
deve saber fazer tudo e deve centrar-se naquilo que sabe fazer melhor”. Conclui
dizendo que considera o jornalismo uma vocação.
por: Liliana Pastor
*este artigo está ao abrigo do novo acordo ortográfico
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