Com o avanço da era tecnológica, os meios de comunicação menos recentes travam uma luta diária pela subsistência. Como o conseguem, só eles o sabem, mas o motivo todos sabemos, eles adoram o que fazem. A rádio é um dos meios de comunicação mais antigos que existe, como será a realidade das pessoas que nela trabalham? O locutor e administrador da Rádio Clube de Amarante João Gonçalves,saberá certamente.
1- Hà quanto
tempo é jornalista/locutor de rádio?
R: Bem, nem eu
próprio sei ao certo. Quando acabei os estudos passei por uma fase em que
tentei perceber o iria fazer da minha vida. Adorava a rádio e os momentos que
passava com a minha família a ouvi-la, mas isso na altura não queria dizer
nada.
2- Como é
trabalhar com a consciência que os tempos estão a mudar e a rádio tem uma
audiência cada vez menor? Principalmente uma pequena como a de Amarante.
R: Bem, eu sei
que parece um discurso já feito, mas enquanto existir uma pessoa a ouvir rádio,
vale sempre a pena. Quem está no mundo da rádio geralmente não está por
ambicionar a fama ou grandes lucros. Cada um tem os seus motivos especiais para
aqui estar e adora cá estar. Se estiveres a conversar com 5 pessoas, vais
calar-te só porque apenas uma ficou a ouvir? Não pois não? O principio é o
mesmo.
3- Como membro
da admnistração, sente que a rádio de Amarante tem condições para se manter no
ar?
R: As coisas nem
sempre foram fáceis por aqui, aliás, acho que nunca foram, mas isso tu já
sabes. É como ser uma familia pobre que conta todos os cêntimos e recursos para
sobreviver ao final do mês, contudo, não deixamos de amar os nossos filhos ou
desistimos deles por isso. Aqui, encaramos a rádio como se fosse família.
4- Qual acha que
é o papel desempenhado pela rádio na sociedade?
R: Eu posso
fazer-te a mesma pergunta, qual o papel que a rádio desempenha na tua vida? A
rádio é algo que abrange muitos ramos da sociedade, há quem ouça so os relatos
desportivos, há quem ouça música no caminho para o trabalho, há quem ouça as
noticias e há também aqueles que só ouvem programas de discos pedidos para
poder ter aqueles breves minutos de conversa e poder escolher a sua música. Os
números de audiência de rádio podem ser enganadores. Pode haver muita gente a
ouvir rádio, mas distribuidos pela sua preferência. Uns ouvem às 9, outros às
15, contudo, quero acreditar que a rádio ainda tem um papel importante nas
pessoas, que ainda lhes coloca um sorriso ou as emociona. Essa é a minha
motivação.
5- Qual o
momento mais caricato deste período à frente da rádio?
R: Ocorreram
algumas situações caricatas (risos). Lembro-me de uma, em que um senhor ligou,
extremamente nervoso, reclamando que eu era do Sporting e que todos os dias
passava músicas do Sporting. Pediu-me, ou melhor, ordenou-me que passasse
musicas do Benfica também ou que ia fazer mais um inimigo. Lá fiz a vontade ao
homem mas não achei piada nenhuma à situação na altura. Hoje já sei quem é o
senhor e até ja conversamos sobre isso num café com risos, mas fiquei chateado
na altura, confesso.
6- E qual o
momento mais marcante?
R: Aqui, todos
os dias acontece algo que nos marca ou comove, que nos deixa a pensar, no fundo
que nos marca. Não posso escolher um momento mais marcante porque toda a rádio
em si deixa algo em cada um. Algo que fica para toda a vida.
7- O que mais o
fascina na rádio?
R: Eu adoro
tudo, tudo isto é algo fascinante, tudo sem exepção. Mas se tenho mesmo que
escolher algo concreto, continuo a adorar ouvir os relatos dos jogos
desportivos, ainda que isso não exista na nossa rádio.
8- É este o seu
sonho? Sempre foi isto que quis fazer?
R: Não era o meu
sonho de criança nem o que me imaginaria a fazer na altura, mas jamais me
adaptaria a outra coisa agora.
9- Se fosse
convidado para trabalhar na televisão aceitaria?
R: Tu, que sei
que queres trabalhar em rádio, irás compreender um dia que isto nos traz algo
que mais nada dá, ou pelo menos eu desconheço, isto é unico, especial, mas
respondendo à tua pergunta, não, nem pensar, seria infeliz.
10- Para
concluir, tem por hábito ouvir outras estações de rádio? Quais e porquê?
R: A rádio,
dependentemente do seu estilo, visa um ou mais públicos alvos, mas nunca pode
visar todos ao mesmo tempo. Eu não sou obrigado a gostar de todas as músicas só
porque passam aqui ou da jornalista que apresenta as noticias só porque as
apresenta aqui. Ouço a Antena 1 ou a TSF para os relatos desportivos e quando
conduzo ouço a Rádio Comercial, para me dar mais energia.
Eduardo Pinto,
2013139, Comunicação Social
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