Bernardo Beja, 20 anos e oriundo da Figueira da Foz, é aluno
de Gestão na Nova SBE, Lisboa.
Ainda que concentrado nos seus estudos, e no seu último ano
de licenciatura, Bernardo continua a pensar nos outros e em como os fazer
sorrir, é desta forma que doa o seu cabelo sempre que pode.
Bernardo Beja, na Figueira da Foz |
Bernardo, como é que
surgiu a ideia de doares o cabelo?
Nunca dei grande importância ao meu cabelo, muitas pessoas
me dizem que fico melhor de uma maneira ou de outra mas isso para mim nunca
teve grande significado. Foi desta maneira que acabei por pensar que não seria
de todo má ideia deixar crescer o cabelo e doá-lo.
A quem é que doas o
teu cabelo?
Às crianças que estão no IPO e que estão a passar por
tratamentos de quimioterapia e que, infelizmente, acabam por perder o seu cabelo.
Tenho a certeza que lhe dão muito mais valor do que eu.
Sentes-te uma pessoa
mais “realizada” depois desta experiência?
Claro que sim! Não só me sinto mais realizado como também
uma pessoa mais feliz. Sou apologista de que maior parte das vezes é a ajudar
os outros que nos sentimos mais felizes, por vezes são os pequenos gestos que
mais importam.
Quais foram os
procedimentos que tiveste que ter?
Quando me lembrei que fazer isto podia ser uma experiência
enriquecedora, fui logo pesquisar o que é que era preciso ser feito para poder
doar o cabelo ao IPO. A informação que encontrei na internet era bastante clara
por isso o procedimento foi muito fácil. Primeiro basta que este não esteja
pintado ou danificado (pontas espigadas), depois é fazer uma trança ou um rabo
de cavalo com pelo menos 25 cm e enviar por correio ou mesmo no IPO segundo um
horário que eles têm estipulado.
Qual foi a reacção da
tua família e amigos quando souberam?
Penso que tenham ficado orgulhosos, sempre me deram apoio
para iniciativas deste tipo. Os meus amigos estavam mais preocupados em me
dizer como ficava melhor de cabelo rapado (risos). Mas para ser sincero e justo
também não foi a muita gente que contei o que tinha feito.
A longo prazo há
algum tipo de ajuda que dês aqueles que mais necessitam?
Sim, sim. A estudar em Lisboa é sempre um pouco mais difícil
e acabei por ter de me afastar um pouco do voluntariado, mas sempre que volto à Figueira dou apoio numa instituição que ajuda o sem-abrigo a CASA.
Sentes que
iniciativas como esta vão estar sempre presentes na tua vida?
Sem dúvida nenhuma. São coisas que eu faço por gosto e que
acabam por ser retribuídas deixando-me feliz com o sorriso dos outros.
Joana Coutinho
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