Desafio. Assim se
caracteriza a experiência de vários estudantes que anualmente fazem Erasmus em
vários pontos de Portugal. Encontrámos duas estudantes italianas que atualmente
estão a vivenciar esta aventura.
Um
novo país, novas pessoas, uma nova cultura e uma nova realidade que os jovens
têm que enfrentar quando chegam ao seu destino. Esse destino pode ser qualquer
país da europa, mas estas italianas escolheram Portugal, mais propriamente Coimbra
por ser a cidade dos estudantes.
Muitas
são as dificuldades que se deparam ao chegar cá.
Valentina
Ardagna, de 23 anos, apenas conseguiu alojamento com a ajuda de um amigo que
viveu a experiência Erasmus. Por mais que tenham disponíveis as residências,
estas alunas preferem encontrar uma casa em que estejam em permanente contacto
com a cultura portuguesa. Isto, segundo ela, só acontece quando vivem de perto
com colegas de casa portuguesas. Apenas conhece os pontos mais importantes de
Coimbra, graças a uma das suas companheiras de casa. Já para Francesca Lazzaretti,
de 23 anos, apenas conseguiu casa quando chegou a esta cidade, pois em Itália
as suas tentativas de procura falharam. Como elas, existem muitos outros
estudantes que se deparam com esta realidade quando ingressam em Coimbra.
O
alojamento é apenas um dos problemas mais frequentes dos jovens estrangeiros. A
língua é também um fator problemático para quem vem de fora. Francesca não teve
tanto essa dificuldade, pois em Itália estudou o português do Brasil, o que lhe
facilitou a sua escolha. Querendo aprender mais desta língua, depara-se com
aulas em Inglês, o que não lhe facilita o progresso na mesma. Estuda na
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Línguas Modernas. Por outro
lado, Valentina que estuda na Escola Superior de Educação de Coimbra, caracteriza
a língua como o maior problema para a sua integração, tendo já pondo várias
vezes a hipótese de regressar ao seu país de origem. Na primeira vez que pensou
nessa possibilidade foi por não conhecer ninguém e se sentir sozinha. Mais
recentemente voltou novamente a considerar essa opção, por não conseguir compreender
as aulas lecionadas em português. Apenas ficou porque um colega se
disponibilizou a ajudá-la e apoiou-a. Para estas estudantes italianas é importante
a integração e o acompanhamento dos colegas.
Assim,
encontram no ensino universitário português diferenças relativamente ao tipo de
ensino nas Universidades de Bolonha e de Torino, em Itália. Tanto na ESEC, como
na FLUC, a participação dos alunos é tido em conta, o que é visto como algo
positivo pelas italianas em questão. Consideram ainda as aulas interativas e
dinâmicas, o que facilita assim a aprendizagem de ambas. Em termos de
avaliação, as nossas universidades dão valor à avaliação contínua, o que
diferencia a avaliação feita nas Universidade italianas. Desta forma, tanto os
trabalhos práticos e as frequências são a motivação destas alunas estrangeiras.
Após
um mês de deixarem as suas raízes, a saudade é um sentimento que ambas não
conseguem controlar. Sentem falta dos seus amigos e familiares, mas pretendem
aceitar o que Coimbra tem para oferecer e dar uma oportunidade para ainda assim
viver umas das melhores experiências na vida académica.
Um
desafio, uma experiência, uma oportunidade que será para sempre recordada por
quem a vive.
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