Fig.1 Exposição da Feira ao longo das ruas da Baixa de Coimbra |
As mãos são a arte que fazem magia
e transformam produtos comuns como a madeira, a pedra, a cortiça em objetos únicos
que suscitam curiosidade a quem os observa. Assim são os artesãos, capazes de
transformar pequenos materiais em grandes obras de arte. Não precisam de uma
máquina, de novas tecnologias, apenas das mãos e, por vezes, de uma ferramenta,
bem como uma pitada de habilidade, originalidade e graciosidade.
Por estas ruas, encontrámos uma senhora encantadora
que vestia um avental muito criativo - era vermelho, com o emblemático boneco
amarelo vestido de pai natal. Na sua banca, minions
não faltavam. Esta artesã dedica-se desde há cinco anos à produção dos mesmos. Feitos
em cortiça e forrados a eva, com uma enorme variedade e para todos os gostos,
desde o futebolista, super-homem, estudante ao presépio. A ideia surgiu a
partir do filme Gru - O maldisposto, “Achei-os
adoráveis, muito fofos (…)”, diz entre sorrisos. O objetivo era “adaptar a um
material que realmente as crianças pudessem brincar com eles sem o problema de
os partir”. Segundo a própria, é um trabalho que tem uma adesão muito positiva,
sendo que muitos dos clientes já são habituais pois, vêm todos os meses à
espera de encontrar novas figurinhas amarelas.
Fig.2 Artesã de Minions e a sua banca |
Mas não são só os minions que têm sucesso, também as bonecas feitas de cabaça dão que
falar. São produzidas por duas irmãs que se dedicam a esta criação desde há
dois anos. Uma delas, que produzia cabaças no seu quintal, pensou que poderia
transformar aquele simples material em algo interessante, original, surgindo
assim as famosas bonecas de cabaça. Atualmente dedicam-se mais à produção de
bonecas fadistas que se têm revelado um êxito, são as que as pessoas mais
procuram, segundo o relato das mesmas.
Fig.3 Fernando Pessoa feito numa cabaça |
Caminhando um pouco mais pela calçada coninbrisense,
algo nos chama a atenção, umas primorosas obras em pedra. São produto de um
casal que trabalha com este material desde há muitos anos. Era inicialmente um
hobbie, e, mais tarde, transformou-se em algo sério, quando decidiram mudar de
vida. No entanto, “nós não pretendemos que seja um trabalho que cresça muito,
não é essa a ideia. É fazermos as peças quando nos apetece, com os modelos de
que gostamos. Não estamos propriamente preocupados com o tempo que demoramos, é
mais o resultado, se nos agrada ou não”, menciona a esposa. Segundo o casal, a
procura destas peças é alargada devido à diversificação de produtos. No
entanto, há a predominância para a escolha das peças maiores, mais arrojadas,
pelo menos na área de Coimbra e na Figueira da Foz.
Também não falta o gosto de trabalhar com a madeira.
Destacamos um artesão atencioso que nos falou do seu talento, a produção de
miniaturas. Uma ideia que surgiu pelo gosto que tinha pelas madeiras.
Inicialmente começou por produzir pequenas peças, sendo que, atualmente, já
produziu mais de uma centena. Estas, segundo o próprio, têm uma procura bastante
razoável, dependendo do local onde vai expor os seus trabalhos e também do tipo
de clientes.
Na chegada ao largo da portagem contemplamos alguém
a trabalhar na sua banca, é um senhor, - com um ar trabalhador, atento,
minucioso - um talentoso sapateiro que está a produzir uns tamancos, feitos em
madeira, pele e tecido. Este artesão diz fazer disto um trabalho sério desde há
27 anos, no entanto, o seu primeiro contacto com esta criação foi aos seus nove
anos de idade. Os tamancos portugueses já são uma invenção de família, “o meu
avô fazia, o meu pai fazia e eu faço” diz o próprio.
Fig.4 Artesão de Tamancos |
É na Feira de Artesanato Urbano, em Coimbra, que artesãos
colocam a sua originalidade e criatividade à prova, uns já desde alguns anos,
outros só agora despertaram curiosidade e tiveram ousadia para tal. Esta é uma
feira que se realiza todos os segundos sábados de cada mês, desde março até
dezembro, com o objetivo de contribuir para a crescente dinamização das
principais artérias centrais da cidade e para uma cada vez mais ampla afirmação
da vertente urbana e contemporânea do artesanato no contexto nacional. A
aproximação da época natalícia constitui a possibilidade do consumidor adquirir
produtos diferentes, originais que nem sempre são fáceis de encontrar nos
circuitos de comércio mais comuns.
Coimbra vai para além das grandiosas universidades,
lojas, montras e monumentos. Esta é uma cidade onde escoa talento, paixão e
arte pelas pedras da calçada. Se tem dúvidas visite a feira de artesanato e
deixe-se encantar por todas as obras de arte que lá se encontram.
Fig.5 Arte de cabaças |
Fig.6 Artefactos têxteis |
Fig.7 Portagem com arte dos artefactos |
Grupo 1
Beatriz Pessoa
Bianca Matos
Igor Lopes
Laura Tadeia
Liliana Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário