“O futuro é como o papel branco onde podemos escrever e desenhar o que queremos.”. Se é assim que José Vítor Silva o encara, exploremos com ele, as primeiras linhas desenhadas por si. Gosta de coisas “Simples, clean” e pertence à geração de ’95. Natural de Amarante e estudante de Comunicação e Design Multimédia na Escola Superior de Educação de Coimbra.
Eis o “Zé Vitro”.1.Trabalho de dupla exposição de "Zé Vitro" |
Das vastas áreas que dominas - Fotografia, Design, Multimédia - em qual apostas mais tempo? Tem alguma explicação lógica?
Tudo depende da altura do ano, mas acabo por estar sempre mais dentro das áreas da Fotografia e do Design. Por exemplo, quando não tenho trabalhos da faculdade, tento sempre criar “propostas” para comigo, para me manter sempre ativo e nunca me desleixar nesta área. Passo muito tempo ao computador e isso influencia muito.
Qual foi o momento em que te apercebeste que era esta a tua zona de conforto?
Acho que desde novo já mostrava sinais que gostava de desenho, inclusive pintava as paredes à minha mãe - ela não achava muita piada. Sempre gostei de comunicar com as pessoas de forma diferente, com desenhos… algo que não fosse necessário utilizar a voz.
Conheci a área do Design bastante cedo e sabia que esta era uma boa forma de usar o desenho como um meio de comunicação, mantendo-me sempre atual e tentando inovar constantemente todos os anos. A isto juntou-se um hobbie que sempre tive desde pequeno - fotografar, fotografar e fotografar…
Já alguma vez foste criticado, pela tua área ou pelo teu trabalho?
Acho que todos nós recebemos críticas, sejam elas positivas ou negativas, e eu não sou exceção. Fui, sim, criticado construtivamente pelo meu trabalho, no entanto tento respeitar sempre essas opiniões.
Todas essas críticas nos fazem pensar no que devemos melhorar para tentar “reverter” esse pensamento.
Como percebes que uma ideia deve realmente ser concretizada?
Para mim só o facto de criar uma ideia já a torna moderadamente concretizada. Se todos pensarmos assim e formos ambiciosos, vamos conseguir mostrar aquilo que gostamos de fazer e, de certeza que, alguém reconhecerá o nosso trabalho. Se ninguém o fizer, fazemos nós! Não há nada melhor que nós próprios nos sentirmos bem com o nosso trabalho.
Tens esperança no Design Português?
Não só tenho como acho que é das melhores artes que o artista português faz, Design. Admiro bastante a nossa cultura e poder mostrá-la aos outros países, sendo que a melhor forma de o fazer é desenhá-la. Saber expressar pormenores que caracterizem o nosso país e que o identifiquem de imediato é do mais gratificante que existe.
Consideras que o design é suficientemente valorizado?
Acho que precisamos de ser persistentes e continuar a desenhar, a ilustrar, a fotografar, basicamente a comunicar.
Hoje em dia, no século XXI, penso que as pessoas estão aderir bastante a estas áreas e começam a procurar muito o Design para ser aplicado em vários assuntos. Por outro lado, considero que o desafio mais difícil é saber mostrar esta arte às pessoas mais velhas, porque para a minha avó eu sou um “desenhador” que faz “rabiscos”, no entanto sei que ela valoriza esses “rabiscos” e tenta implantar-lhes uma lógica.
Qual é a tua referência no Design?
Para mim, o que faz uma boa referência no Design é torná-lo apelativo e “clean”. Considero que, o mais difícil é fazer o simples.
A nível de Design Gráfico e de Tipografia, sem dúvida que Stanley Morison é uma inspiração. Foi ele que teve a capacidade de mostrar, ao longo da história, que a letra é bastante importante na imagem corporativa. Enfrentou muitos obstáculos, como jornais e revistas, e conseguiu dar a conhecer ao mundo a famosa letra “Times New Roman”, a qual considero o maior sucesso de sempre no mundo da tipografia.
E na fotografia?
Tenho várias (referências), contudo uma fotografia torna-se numa referência quando me cria sensações, emoções. Para mim isso sim é uma boa fotografia, não o reconhecimento de uma pessoa em concreto.
Sentes que o reconhecimento que tens recebido é equivalente ao teu esforço?
Não faço isto propriamente para ter um reconhecimento, mas é claro que todos nós gostamos de ser elogiados e receber algum apoio de quem nos é mais próximo.
2. "Zé Vitro" e a fotografia |
As tuas fotografias são frequentemente partilhadas pelo “P3”, um site de informação de forte componente multimédia, resultante de um consórcio inédito entre o Público, a Universidade do Porto e o INESC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Porto. Consegues explicar-nos como encaras esta situação?
Como referiste, o Público tem uma forte componente multimédia em vários aspetos, para mim é dos melhores centros de informação que existe em Portugal. Ser destacado pelo jornal deixa-me muito grato, é o reconhecimento daquilo que faço.
Como te sentes em relação a teres mais seguidores na aplicação “Instagram” que certas figuras públicas?
Não diria que me sinto melhor com isso por não é de todo gratificante. O mais importante para mim são as pessoas que se tornam assíduas e estão constantemente a acompanhar o meu trabalho - eu sei quem elas são. À custa disso, já criei laços com algumas pessoas, tanto no mundo do trabalho como na vida pessoal. Acaba por ser um espaço onde já conheces as pessoas pelo tipo de fotografia que captam e isso, sim, para mim é o mais importante.
Tens algum conselho para dar a um futuro designer que está prestes a iniciar o seu percurso académico?
Não sou a melhor pessoa para dar conselhos, porque eu próprio estou a começar, ainda tenho que aprender muito e tentar melhorar constantemente. No entanto, do pouco que sei, posso dizer que devemos persistir naquilo que gostamos de fazer, nunca desistir, porque se gostamos, vamos fazê-lo com alma e isso é o que nos faz crescer.
Como futuro licenciado, vês um futuro multifacetado em ti? O que te vês a desempenhar num futuro próximo?
Tenciono fazer o mestrado numa área mais especializada e conseguir focar-me naquilo que quero fazer na vida: Grafismo, Editoriais, Packaging, Fotografia, Tipografias…
Onde podemos encontrar os teus projetos?
Neste momento estou a criar um site pessoal para conseguir expôr melhor aquilo que faço, com mais profissionalismo. Contudo, tenho algumas redes sociais que são o grande foco para as pessoas poderem ver aquilo que faço.
Tens medo de falhar?
Tenho! Bastante aliás! Considero-me uma pessoa perfeccionista e preocupada com tudo o que pretendo alcançar. Exijo bastante de mim em tudo o que me envolvo e tento sempre orgulhar-me daquilo faço, contudo torna-se sempre complicado, porque quando criamos expectativas em nós próprios, apesar de achar que ter ambições é sempre bom, as coisas nem sempre correm bem. Temos que saber aprender com isso e melhorar…
Podem encontrar os trabalhos de "Zé Vitro" em:
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