Pedro Tiago, 26 anos de idade, licenciado em psicologia na Universidade de Coimbra, actualmente reside no Brasil, treinador de futebol e psicólogo num projecto com crianças de altas habilidades. Desde cedo que começou a tatuar-se e nunca se arrependeu de nenhuma tatuagem que tenha feito. Para o psicólogo, as tatuagens representam uma forma de expressão individual dos seus sentimentos e das fases da sua vida.
Como e quando surgiu o
interesse pelas tatuagens?
O interesse surgiu quando tinha os meus 15 anos, numa fase
em que começaram a surgir os primeiros jogadores de futebol tatuados, os
primeiros programas de televisão de tatuagens (ex: Miami Ink). O primeiro
contacto que tive com as tatuagens foram aquelas de colar, provenientes de
brindes de bolicaus quando ainda era criança. Foi aos 15 que comecei a ter as primeiras ideias sobre o que
tatuar no meu corpo e aí surgiu a minha primeira tatuagem.
Qual é a sua opinião
sobre as tatuagens?
É uma forma de expressão individual. Acho que é uma
excelente forma de adornar o nosso corpo com aquilo que realmente é marcante na
nossa vida ou, simplesmente, ser uma forma de embelezar o nosso corpo através
da arte corporal que são as tatuagens.
O que representam para si?
Para mim, é uma forma de me expressar perante a minha vida.
Sempre fui uma pessoa muito simbólica e não há melhor forma de marcar factos
importantes da minha vida através da perpetuação dos símbolos na minha pele.
Quantas tatuagens tem
no seu corpo? Contêm todas uma história ou são apenas por gosto?
Tenho 3 tatuagens. Como já referi, todas elas têm um
significado importante na minha vida e, por isso, contêm uma história e fazem
muito sentido. Cada vez que olho para elas lembro-me da fase da vida em que me
encontrava: a primeira foi em honra à minha mãe e, por isso, tatuei o símbolo
que a representa (a âncora). É a carga de me fixar no terreno e o que me prende
à terra, o meu porto seguro. A segunda foi para marcar o estado de espírito que
sempre vivi mas, na altura, estava no clímax (“Forever Young”). A terceira foi
baseada em mais um lema da minha vida, é uma mensagem que quero viver e,
especialmente, passar aos outros (“Gentileza gera gentileza”).
Já teve de esconder as
suas tatuagens? Qual a sua opinião em relação a isso?
Nunca tive de esconder, porém já me senti na obrigação moral
de o fazer (nomeadamente em entrevistas de trabalho, pois nunca se sabe a
perspetiva da outra pessoa em relação a isso).
Tem preocupação em
fazer tatuagens que não sejam muito visíveis por causa da sua vida
profissional?
Já tive mais. A verdade é que nós temos de ser a mudança que
queremos ver no mundo e, apesar de saber que há pessoas que não aceitam, acho
que devemos caminhar para uma sociedade que não julgue a capacidade
profissional pela aparência.
Já se sentiu prejudicado
numa entrevista de emprego ou perdeu o emprego por causa das tatuagens?
Não, nunca me aconteceu, felizmente. Se acontecer é porque
essa empresa não se enquadra com a minha personalidade.
Alguma vez foi alvo de
exclusão social ou discriminação por parte das pessoas?
Também não, as minhas tatuagens não são muito expostas nem
extravagantes, por isso as pessoas não reparam muito, daí não sentir essa
discriminação.
Sim, acho que sim, mesmo que não seja de uma forma assumida.
A verdade é que, hoje em dia, ainda existem alguns olhares de julgamento.
Considera as tatuagens
prejudiciais à saúde?
Não, claro que não.
Quais os cuidados que
devem ter quando se faz uma tatuagem?
Desinfectar quando é feita a tatuagem, hidratar
constantemente e, quando exposta ao sol, ter cuidado redobrado.
O que aconselha às
pessoas que querem fazer tatuagens?
Que escolham sempre um bom tatuador, que olhem para a
qualidade da tatuagem e para a saúde antes de olhar para o lado lucrativo das
tatuagens. Deixo também o conselho para tatuarem sempre algo que tenha
significado para vocês, pois desta forma de certeza que nunca se arrependerão.
Rubina Mendes
20140111
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