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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quando a água e o mel se misturam

A Vila do Luso foi palco da “XI Feira Nacional do Mel”, que decorreu de 9 a 11 de Novembro - um evento que se realiza todos os anos.
A inauguração deste evento aconteceu por volta das 18 horas do dia 9 e o recinto (Pavilhão Gimnodesportivo do Luso) encontrava-se praticamente lotado.
Os visitantes podiam percorrer vários expositores, ainda que alguns deles se encontrassem temporariamente vazios. Para além das características áreas dedicadas ao mel, encontravam-se também presentes as “barraquinhas” da Água do Luso, do Turismo de Portugal, as “4 Maravilhas da mesa da Mealhada” e ainda algum artesanato local.
Para além dos supra referidos, havia ainda expositores internacionais que mostravam os seus produtos característicos, nomeadamente de empresas francesas.
No dia 10 (Sábado) decorreu um fórum onde para além de ter sido um local de negócio, foi simultaneamente um espaço onde se pôde dar a conhecer o que se tem feito no nosso país relativamente a este sector. Ocorreu também um momento de discussão sobre o futuro do sector apícula e onde foram apresentadas as diversas investigações na área.
Manuel Gonçalves, Presidente da FNAP (Federação Nacional de Apicultores de Portugal), foi um dos entrevistados e prestou algumas declarações onde afirmou que a crise que actualmente atravessamos tem afectado todos os sectores, e este, claro, não é excepção. Porém, o Presidente da FNAP afirma também que tradicionalmente o sector apícula é um dos que mais cresce em tempos de crise, não só em Portugal mas também noutros países.
Um antigo apicultor ainda ligado ao comércio do mel, Amadeu Pereira, considera que o preço do mel actualmente se encontra um pouco elevado e que o consumo a retalho tem vindo a diminuir significativamente. Afirma ainda que existem países, tais como a China, que têm vindo a prejudicar a exportação de mel português. Por outro lado, os maiores consumidores e/ou compradores deste nosso produto são empresas que utilizam o mel como matéria-prima de muitos dos seus produtos (por exemplo, a Nestlé na produção de farinhas lácteas, iogurtes, etc.). Ainda assim, na opinião de Amadeu Pereira, este tipo de feiras não contribui em muito para o desenvolvimento e potencialização do comércio de mel.
Apesar das inúmeras notícias desmotivadoras, há ainda sectores que pretendem dar a conhecer o que de melhor Portugal tem. A feira no Luso foi prova disto mesmo - “Queremos ser parte integrante de colaboradores para sair deste buraco em que o país está.”, exalta Manuel Gonçalves.
 

por: Sofia Rocha e Joana Amado
*Este artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Portugal para os Pequenitos

Zzzzzzzz…Abelhas? Ou estará alguém a dormir? 

Era uma vez, numa terra muito longínqua chamada Europa, um país que se situava em pleno oceano Atlântico e que servia de hall de entrada para uma coisa muito engraçada chamada Península Ibérica. Este país era muito pequenino mas tinha muita gente a viver nele- mais ou menos 10 milhões de pessoas. 

Abelha Maia
Esta nação, apesar de ter imensa gente, concentrava-se no litoral e na fronteira com Espanha. No centro do país, viviam as pessoas mais idosas. Isto, trocado por pessoas como vocês, “miúdos”, resulta em: Vocês conhecem uns animaizinhos chamados “abelhas”? Este país era mais ou menos assim. Dividia-se em colmeias. A colmeia central, a principal, onde tudo acontecia dava-se pelo nome de “Élle”. Era aqui que se vendia e se comprava o mel que as abelhas desta mesma colmeia e das colmeias vizinhas produziam. Em seu redor existiam umas colmeias mais pequeninas mas com muito potencial. O que acontecia é que a “Élle” recebia todos os apoios e não deixava que as outras abelhas interferissem. Durante algum tempo, acreditou-se que se fabricava e se vendia muito mel. E, quando não havia dinheiro para investir, em vez de se chegar a uma conclusão com todas as colmeias, pedia-se ajuda às abelhas estrangeiras. Que nada conheciam da nossa produção e o único interesse envolvido era fabricar a baixo custo o maior número de mel. Foi o que aconteceu… As outras colmeias, à exceção da Élle, deixaram de produzir e as abelhas que trabalhavam nelas haviam sido “dispensadas”. Ou seja, as abelhas que na altura trabalhavam deixaram de ter dinheiro e até mel para dar às suas filhas, abelhinhas. As abelhas mais velhas, sempre esquecidas pelos produtores de mel, já não tinham dinheiro para comprar medicamentos. Sim, porque as abelhas também ficam doentes! E, com o tempo, nem a colmeia Élle se safou! Começaram, então, a comprar mel de outros países! Este país de que falamos, que se assemelha a estas colmeias, deixou de vender para fora os seus produtos e passou só a comprar. Às vezes lá iam vendendo pasteis de nata mas eram tão poucos que não conseguiam lucro- dinheiro. Conclusão, Ficou endividada! Imaginem que vocês mesmo sem dinheiro fossem comprar aquele brinquedo de que tanto gostam e que, para isso, pediam o dinheiro emprestado à vossa avó- que, como as abelhas mais velhas- já pouco tinham para comprar medicamentos. Algum dia teriam de o repor, certo? E se nunca conseguissem pagar de volta? Quem é que depois lhe iria comprar os medicamentos? O segredo é não gastar dinheiro que não se tem. Isto, até crianças da vossa idade percebem. Sabem aquele mealheiro que vocês guardam em cima da secretária? Para que possam amealhar, não o podem gastar. Caso contrário não é um mealheiro! É um porta-moedas. Este país não queria ter um mealheiro! Só queria ter porta-moedas. Assim que encontrava uma moeda gastava-a! Desenfreadamente! O mesmo acontecia no caso das abelhas! Em vez de venderem mel e consequentemente comprarem outras coisas que ajudassem na produção, só compravam! Mas não compravam coisas úteis! Compravam máscaras de mergulhadores e pés de pato…Ora, digam lá, onde é que este equipamento ajuda para que haja mais mel? Não ajuda! Mas, uma coisa curiosa aconteceu. Todas as colmeias e as abelhas trabalhadoras se aperceberam que os patrões de todas as colmeias lhes gastavam o dinheiro todo!!! As abelhas revoltaram-se e ferraram os “senhores” das colmeias até chegarem a um acordo. Não podiam ficar paradas perante tamanha injustiça! Foi exatamente aquilo que não aconteceu no país de que vos falo. Esporadicamente aparecem abelhas que já assistiram àquilo que se vê neste país e tentam ajudar com diversos conselhos e até teorias práticas para que possam viver melhor. Mas, ainda assim não têm muita credibilidade num território onde o interesse económico se sobrepõe às condições de vida da população. Parece-me, de facto, que precisamos de uma manifestação temática onde os manifestantes se vistam a rigor, de amarelo e preto e, de preferência com um ferrão bem afiado. Será isto uma loucura ou um mal necessário? Se calhar o melhor é perguntar às cartas da (abelha) Maya. 

por: Joana Luciano

 *Este artigo foi redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico