«São uma maneira “engraçada” de ter
lucros esmiuçando a vida das pessoas.»
Os
reality shows dominam quase por completo o mundo televisivo. Foi junto de
Salomé Brogueira, estudante da Universidade de Coimbra, que tentámos perceber o
modo como estes programas são vistos e influenciam a vida dos espectadores.
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de Pescada - Durante o ano lectivo o tempo dos estudantes é mais limitado. Como
aproveitas o tempo que tens livre?
Salomé
Brogueira - O tempo dos estudantes da Universidade é sempre muito
limitado. Entre a enorme carga horária que nos é exigida e o tempo dedicado ao
trabalho que tem que ser feito fora da faculdade, sobram-nos poucas horas de lazer.
Utilizamo-lo para gozar um pouco da vida académica coimbrã, mas algum dele fica
reservado ao merecido descanso. São estes momentos em que aproveito para
dormitar, para fazer desporto, para ver televisão, entre outras coisas.
PP
- Que géneros de programas assistes?
SB - Assisto
a vários tipos de programas. Por estranho que pareça, não sou adepta de filmes
nem séries. No pouco tempo que tenho para ver televisão, deixo-me levar pelo
que vai passando. Novelas, programas informativos, reality shows…
PP
- Acompanhas diariamente algum reality show?
SB - Mais
ou menos. Não sou viciada nem deixo de fazer outro tipo de coisas para ver um
reality show, mas sim, tenho acompanhado a Casa
dos Segredos.
PP
- Quais as razões que te levam a querer ver um programa deste género?
SB - Penso
que não será um passatempo, mas sim porque é um programa com o qual se percebe
em que estado está a sociedade actual ou pelo menos um grupo restrito dela.
Infelizmente este tipo de programas não nos dá grandes benefícios, porque, no
fundo, todos pensam que são demasiado deprimentes e sem qualquer tipo de
interesse.
PP - Muitos classificam os reality shows como
programas degradantes e exploradores da vida privada das pessoas. Partilhas da
mesma opinião?
SB - Sim,
partilho. Como já referi em cima, são programas deprimentes, nada educativos
nem produtivos. São uma maneira “engraçada” de ter lucros esmiuçando a vida das
pessoas. Na altura em que estamos, também qualquer pessoa se submete a este
tipo de coisas, a sua vida é exposta até ao ínfimo, mas isto é-lhe bem pago,
pelo que se sujeita sem pensar duas vezes.
PP - Consideras que os reality shows são uma das
formas de entretenimento que atrai mais os espectadores? Porquê?
SB - Sim,
talvez. Enquanto foi novidade penso que as pessoas se dedicavam mais, viam e
reviam. Hoje em dia, já se tornou banal, tornou-se até aborrecido uma vez que
as pessoas estão cansadas deste tipo de formatos. No entanto, continuam a ver,
quanto mais não seja por puro entretenimento.
PP
-
Pensas que nestes programas tudo se
resume ao lucro que estes podem facultar ou simplesmente é o que as pessoas
querem ver? Porquê?
SB - Na
minha opinião, depois de alguns anos de reality shows, o único objectivo destes
será mesmo o lucro. Já nada é novidade para as pessoas, não há nada de novo!
PP
- Descreverias os reality shows como um “escape” que os espectadores utilizam
para se distrair das suas próprias vidas? Será que os portugueses precisam
disto?
SB - Sim,
sem dúvida. Os portugueses precisam de se distrair de toda a situação do país e
até mesmo das suas vidas e usam este tipo de programas para o fazer. Com estes,
conseguem distrair-se, até rir-se por vezes.
PP - Actualmente, é frequente elaborarem-se sátiras
aos vários reality shows. Na tua opinião, estes servem para mostrar aos
espectadores o ridículo destes programas ou são só mais um modo de
entretenimento que se aproveita de outros programas?
SB - São
só mais um modo de entretenimento. Ainda que possam tentar mostrar o ridículo
dos verdadeiros programas, aproveitam-se disto e lucram.
PP
- Para finalizar, pensas que os reality shows são apenas a moda de uma geração
ou este formato televisivo veio para ficar? Porquê?
SB - Pelos
vistos veio para ficar…Desde 2001, se não estou em erro, que nos habituámos a
este formato e, passados 11 anos, nada mudou.
Por Filipa Lopes
Redacção 1
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