“Escândalo sexual com José Castelo
Branco”. A serio?!
Um
país com uma população claramente envelhecida e quase um milhão de analfabetos reflecte-se
na televisão que produz.
Com a crise que tanto se houve falar, os meios
de comunicação já só se interessam pelas audiências ou pela concorrência e o que se vê é uma
televisão pouco inteligente e desinteressante à medida do público a que se
destina.
Se
ligarmos a televisão por volta das nove da manhã, somos bombardeados por
programas que só mudam de nome conforme a estação, duram toda a manhã e não são
muito mais que quatro horas que apenas agradam a “quem muito pouco quer
aprender”. Comenta-se a ida “do Cristiano Ronaldo ao Algarve, as festas a que
foi, e o seu casamento” , “o escândalo sexual em que José Castelo Branco esteve
envolvido”, contam-se histórias dramáticas que tocam a todos, mas que não
recebem ajuda alguma. De tempos a tempos vamos sendo interrompidos por
publicidade e menos frequente dicas de saúde, que entre todo o guião deve ser a
única altura em que realmente se ganha alguma coisa. Conteúdo que nada
interessa a uma sociedade que deveria ser cultivada, um publico jovem e bem formado que também deveria ser bem
informado.
À
noite torna-se impossível fugir aos idênticos formatos de música que a RTP, a
Sic ou a Tvi exibem. Operação Triunfo, Ídolos ou Voz de Portugal são formatos
que se por um lado mostram que Portugal tem talento, por outro na maior parte
das vezes não leva vencedores nem concorrentes a lado nenhum, ou pelo menos não
onde querem chegar. São dias de festa
para as estações quando compram programas de sucesso a outros países, e estes atingem boas audiências. O passo seguinte
é exibir exactamente o mesmo programa, em que só mudam os concorrentes, vezes e
vezes sem conta, até o espectador sentir-se entediado por obesos a lutar por
perder peso ou um conjunto de pessoas numa casa a esconder segredos. É lamentável
que não haja criatividade sequer para desenvolver novos programas para se
intercalarem com as inúmeras temporadas dos mesmos .
Uma
população que nada mais ouve além das dificuldades financeiras atravessadas
pelo país ou o desemprego necessita que a televisão faça parte de um
entretenimento capaz de fazer esquecer, mesmo que por quarenta e cinco minutos,
a realidade em que vive. Mas para tudo
há limites. Chega a ser cómico que seja exibida a mesma telenovela até três
vezes ao dia e que outras sejam retiradas da programação sem qualquer aviso.
Ainda se pode referir aquelas que são transferidas para as madrugadas ou que a
sessão de cinema da tarde seja demasiadas vezes o “Sozinho em casa”.
Há
sim bons profissionais a trabalhar, há sim boas ideias, o que não se vê é a
execução de nada novo á medida do que o país deveria ser.
Há
que contrariar o velho ditado “alguém tem que ceder”. Ninguém tem que ceder! Há
que lutar por uma televisão digna, em que os espectadores promissores que podem
estar ainda em minoria, cresçam e construam o futuro do nosso país, que ofereça
algo de importante e imprescindível, da qual o público se orgulhe!
Por: Bárbara Corby - Redacção 1
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