Estudantes combatem a crise sem abdicar do “Parque da Canção”
Praxe - ESEC |
Contam-se “trocos” para a “Festa das
Latas”. Os estudantes acabaram de aterrar em Coimbra e, apesar dos tempos que
correm, não querem perder a receção ao caloiro.
Catarina tem 18 anos e vive atualmente em Aveiro. Escolheu,
por enquanto, não arrendar casa em Coimbra e percorrer diariamente os 65km que
separam as duas cidades. “Queria estar mais perto da minha família”, afirma,
apesar de confessar também ter tido em conta razões económicas na tomada de
decisão. Por outro lado, Maria, natural de Olhão, diz ser “impensável ir a casa
todos os fins-de-semana”. Tanto pela duração da viagem como pelo preço. Em
média, e na circunstância mais económica, uma ida e volta ronda os 50€.
A escolha de uma casa passa por diversos aspetos, embora a
maioria dos estudantes procurem um equilíbrio qualidade-preço. Dependendo do
orçamento familiar, é possível encontrar casas para todos os bolsos desde 150€
a 250€ de renda mensal. Marta entrou este ano no ensino superior e encontrou
uma casa confortável e de preço acessível. Faz contas ao dinheiro que gastará
mensalmente nas idas a casa – cerca de 40€ -, e espera conseguir uma bolsa
escolar que a irá ajudar a suportar as despesas.
A matrícula no estabelecimento de ensino e as propinas são
um abalo no orçamento de qualquer família, embora no Politécnico esses valores
sejam menores que no Universitário. Nos Institutos Politécnicos de Coimbra as
propinas rondam os 905€ enquanto que na Universidade de Coimbra os valores
ultrapassam os 1000€ anuais. Marta diz não ter escolhido a ESEC por esse motivo
mas pelo plano curricular e saídas profissionais.
Apesar de a escolha de estudar a 500km de casa tenha sido
inteiramente sua, a estudante de Direito algarvia conhece casos em que estudar
fora não era possível. A escolha dos cursos nessas situações é um pouco
limitativa, pois têm que estar “sujeitos aos cursos existentes na Universidade
do Algarve, o que eu não queria para mim”. Uma vez que tem também uma irmã a
frequentar o ensino superior, Maria não descarta a hipótese de uma bolsa para
não sobrecarregar tanto os pais.
Como parte da integração dos novos estudantes, a Festa das
Latas é uma das tradições mais antigas e melhor preservadas de Coimbra.
Englobando a Serenata, o Cortejo e as noites de concertos no Parque da Canção,
a Latada tem a duração de aproximadamente uma semana.
Em tempos de recessão, a Latada não fica fora dos planos dos
estudantes de Coimbra. Marta não pretende ir todos os dias, não tanto pelo
preço mas por recear não aguentar a “pedalada”. O bilhete geral ronda os 30€ e
Catarina e Maria não querem perder nenhum concerto. “Vou tirar o dinheiro da
minha mesada”, afirma a estudante de Aveiro.
por: Ana Beatriz
Oliveira, Catarina Parrinha, Cristiana Peres
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