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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sem Latas 2012

Este ano não houve festa das latas para Teresa Pina, esteticista e terapeuta de 49 anos, nem para Júlio César, com 22 anos e natural de Coimbra. “Acho que nunca fui à latada” foi a constatação do jovem aquando esta entrevista. Afirma já ter vivido o ambiente da Queima mas da latada não. “Há outras prioridades” diz conformado, “este ano gostava de ter ido mas o dinheiro não estica”. Acredita que o cortejo seja “giro e importante para integrar novos alunos e para haver diversão” algo que considera “importante nestes tempos de crise”.

Teresa viveu esta semana como o habitual, foi uma “semana como todas as outras com exceção dos “estudantes com quem me cruzei e do barulho que se fez sentir à noite vindo do Parque da Canção”. Admite não ter curiosidade para ver o cortejo nem ir às noites. “Lembro-me que com os meus 8 ou 9 anos era uma grande festa e mobilizava toda a cidade” Afirma que antes do 25 de Abril “não havia tantos excessos como os de agora, o cortejo era mais bonito, divertido e original” mas que hoje não lhe suscita interesse. Lembra que após o 25 de Abril houve um corte com as tradições até então vividas, “foram cerca de 7 ou 8 anos em que não houve festejos académicos e deixou de se usar o traje.” Quando entrou para o ensino superior, anos mais tarde, ainda assim não se encantou com a latada. “Eu era do politécnico e na altura havia muita discriminação em relação à universidade, daí o nosso cortejo não ser nada de especial”.

A crise é um fator que impede ambos de desfrutar deste ambiente festivo. Teresa recorda que “não havia noites do parque na sua mocidade. Os próprios estudantes organizavam-se e atuavam nas ruas para quem estivesse a ouvir.” Hoje convidam artistas para virem atuar e cobra-se entrada, impedindo muita gente, como será o caso do Júlio e de tantos outros jovens de assistir aos espetáculos.


por: Eva Pina 

O artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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