Sara Meireles, licenciada
em Comunicação Social, com mestrado em Comunicação, Ciências e Tecnologia, pelo
ISCTE e a finalizar o seu doutoramento em Sociologia do Jornalismo, no
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é atualmente
professora na Escola Superior de Educação de Coimbra. Apaixonada pelo
jornalismo vê nele a forma de mudar o mundo e facilitar a vida das pessoas.
Qual foi o momento em que surgiu a vontade ou que em que decidiu fazer do
jornalismo a sua profissão?
A área do jornalismo sempre me atraiu, desde muito cedo, tinha uma ideia
fixa do que queria fazer. Queria ser jornalista, por isso, decidi muito cedo o
que queria fazer da minha vida, por volta do décimo ano de escolaridade. Aliás,
quando me candidatei ao ensino superior não pus sequer outra opção, portanto, o
meu objetivo era mesmo o jornalismo.
Qual foi a sua primeira experiência na área do jornalismo? Isto é, já
profissionalmente?
A minha primeira experiência foi a entrada no jornal Público, ainda como
estagiária, onde estive um ano. Foi uma experiência muito interessante, na
delegação de Coimbra, eramos uma equipa de apenas cinco pessoas e havia muito
trabalho. Acabei por substituir a chefe de delegação que tinha competências
muito específicas, entre as quais fazer o acompanhamento político de Coimbra,
por isso, iniciei a minha atividade profissional, de uma forma muito
trabalhosa. Tive obrigatoriamente de em pouco tempo me adaptar àquelas que eram
as exigências dessa função. Foi, por isso, um ano trabalhoso, mas muito
interessante, embora ainda fosse estagiária.
Se lhe pedir para descrever o que é o jornalismo, o que nos pode dizer?
É um assunto muito abrangente, é difícil de responder desde já porque é uma
atividade em grande mudança, com grandes desafios e constrangimentos. Eu gosto
de pensar que o jornalismo ainda é uma das maiores armas que as pessoas comuns têm
para terem a noção do que se passa à sua volta e para terem capacidade de
decisão. Isso é importante numa altura em que vivemos com problemas,
necessitamos cada vez mais de um elo de ligação com os outros. O jornalismo é
uma coisa complicada de se fazer mas que é absolutamente necessária e
indispensável na vida de todos nós.
Na sua opinião qual é o papel do jornalismo e dos jornalistas nos nossos
tempos?
Acho que nos tempos de hoje o papel dos jornalistas é servirem de guias
daquilo que interessa falar sobre. Isto é, no meio de um turbilhão de
informações em que estamos mergulhados constantemente, as pessoas precisam que
lhes mostrem o que é que interessa, o que interessa ser falado, ser trabalhado
e com o que nos devemos preocupar. Por outras palavras é a necessidade de
chamar as atenções para o sítio onde elas devem estar. O jornalismo para mim é
uma das melhores formas de transmissão de conhecimento do quotidiano. Quer a
função de quem faz esta atividade quer a instituição jornalismo são coisas muito
complexas, em grande transformação, com grandes desafios, mas possíveis de
atingir, portanto, pertinentes na época que estamos a atravessar.
Lilliana Ferreira
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