O conceito de jazz tem origem por volta de 1808 com o tráfico
de escravos no Atlântico que trouxe meio milhão de africanos aos Estados
Unidos. As tradições de músicas tribais por eles trazidas formaram um conceito
de danças e sons diferentes, tudo isto misturado com a cultura europeia,
criticada e “gozada” pelos escravos. Os instrumentos de extrema sonoridade
usados pelos mesmos foram proibidos para que não fosse possível a transmissão
de mensagens codificadas. Por este motivo, foram criados instrumentos com os
materiais disponíveis que iam tendo. Os chefes eram os primeiros a incentivar
com o propósito de unir o grupo.
No início do séc XIX os escravos começam a aprender a tocar
instrumentos ocidentais, o que os torna monetariamente mais valiosos na sua
sucessiva “venda” ou “troca”.
Nova Orleãs foi o palco destes acontecimentos pela mistura
cultural que apresentava, tanto de africanos como de europeus.
Este género tem como momento principal a década de 1920 a
1960, sendo este período considerado como o auge do Jazz e desta cultura que o
rodeia. As suas origens estilísticas nascem de uma mistura de Blues, Folk,
Ragtime e Marcha.
Em meados dos anos 30 surge o Swing, primeiro estilo popular
do Jazz, de seguida, em 1945 surge um estilo muito mais radical, o bebop sendo
ampliado nos anos 50 com o hard pop. Em resposta à agressividade destes géneros
aparece no final dos anos 50 o Cool Jazz e no final dos anos 60 surge a fusão
do Jazz com o Rock, despertando inicialmente inovação e de seguida dúvida
Ultrapassando agora a história e focando o conceito, particularmente,
afirma-se que Jazz não é o que se toca, mas sim como se toca. O Swing e a
Improvisação são dois elementos absolutamente necessários na “performance” de
Jazz. Diz-se também que uma apresentação de Jazz, não o é se não tiver um pouco
de improvisação. Fazer jazz significa assumir um risco pois há que preencher o papel
de compositor instantâneo com o risco de preencher um silêncio de possível
confronto. O conceito de Improvisação trata-se de produzir, em tempo real no
exato momento o que se toca. O Swing, numa definição apresentada por André
Francis, significa trazer à execução de uma peça um certo estado rítmico que
determine a sobreposição de uma tensão e de um relaxamento, é portanto dar
flexibilidade a um ritmo, dar “balanço” a uma frase, e contudo manter a
precisão, preservar o foco da música, evitando que ela perca carácter incisivo.
Dentro do jazz existe o Jazz Dance, que é uma expressão
pessoal criada também nos mesmos moldes do Jazz original mas passando pela
experiência do sapateado, sendo novamente uma crítica às danças usadas pela
cultura “branca”. Nos navios usados para transportar os escravos de África para
os Estados Unidos, os que não morriam por doença eram obrigados a dançar para
se manterem com saúde, usando todo o tipo de instrumentos e danças para o
fazer. Da mistura de danças, nasce então o Jazz Dance. Esta expressão artística
reveste-se do Modern Jazz Dance, do Soul Jazz, do Rock Jazz, do Disco Jazz, do
Free Style e do Jazz.
As características deste género de expressão incluem a isolação,
uma explosão de energia que se irradia e um ritmo pulsante que dá balanço certo
e a qualidade do movimento.
Em Portugal surge numa garagem em 1948 com o HOT CLUBE DE
PORTUGAL, sendo atualmente reconhecido nacional e internacionalmente. Tal como
anteriormente referido é um estilo alternativo e por isso de difícil
caracterização, vai ao encontro da postura do vocalista (do seu estado de espírito
ou maneira de estar na vida) ou do “soulista”.
Focando agora a cidade de Coimbra, ainda em crescimento e reconhecimento
cada vez mais valorizado, encontra-se o JAZZ AO CENTRO CLUBE, constituído a 30
de Abril de 2003 no meio de uma parceria com o evento Coimbra Capital Nacional
da Cultura, uma maneira de internacionalizar encontros de Jazz no centro do
país, tendo como objetivo a divulgação, promoção e ensino deste estilo
nacional. As parcerias começam a surgir e em 2005 nasce a primeira revista de
Jazz de edição nacional, projeto este de imensa visualização. O festival
Itinerante de Jazz nasce em 2006 com o objetivo de levar este estilo musical a
todos os municípios portugueses. Passa então a ser reconhecido pelo Presidente
da República e com estatuto de Interesse Cultural atribuído pelo Ministério da
Cultura. No site do Jazz ao Centro Clube (http://www.jacc.pt/main.php) é possível fazer uma excelente pesquisa desde notícia
publicadas sobre jazz, a músicos e correspondente perfil, formações que
decorreram ou decorrerão numa data específica e como não poderia deixar de ser,
contactos.
Jazz ao Centro Clube tem em Coimbra uma parceria com o Salão
Brazil localizado no Largo do Poço, nº 3, 1º
andar, no coração da
baixa da cidade de Coimbra é palco atual de grandes nomes da música Jazz,
conjuntamente com a gastronomia típica portuguesa, um espaço onde se conjuga o
bom gosto musical com a excelente gastronomia nacional. É uma Associação
Cultural sem fins lucrativos, presa apenas pela divulgação de um estilo tão
inconstante e bonito, todas as semanas apresenta uma agenda bastante completa
com nomes nacionais e internacionais, é possível a consulta em http://www.facebook.com/SalaoBrazilfan.
por: Patricia da Costa
*Este artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico