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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Entrevista a Lúcia Amorim

Lúcia Amorim tem apenas 22 anos, é Licenciada no curso de Comunicação Social pela Escola Superior de Educação de Coimbra e depois de ter passado pelo canal televisivo TVI, é actualmente editora de imagem do programa Boa Tarde da SIC.
A jovem editora de imagem conta-nos o seu percurso até à tão almejada estabilidade na área da televisão.

Rui Valadão - Como nasceu o gosto pela comunicação social?

Lúcia Amorim - Tudo aconteceu de um momento para o outro. No secundário eu estudava gestão, um curso ligado às matemáticas, nem sequer tinha a certeza se queria ou não tirar um curso superior. Mas quando chegou a hora de me decidir, preferi a área de letras. A comunicação é algo que é sempre necessário, algo que acontece todos os dias. Há notícias todos os dias, então decidi-me a tirar um curso de jornalismo. Aprendi desde logo a gostar desta área, e embora numa primeira fase o curso ser muito teórico, para mim era perfeito. Descobri que realmente tinha muito jeito para a Comunicação. Foi tudo um perfeito acaso.

RV - No decorrer da formação académica, alguma vez pensaste ter escolhido a área errada?


LA - Nunca! Como já referi, numa primeira fase o curso era muito teórico. Mas mesmo assim, e embora cansativo, nunca pensei ser a área errada. No segundo ano, começaram a existir disciplinas mais práticas. Foi aí que realmente descobri a minha verdadeira vocação, criar conteúdos. Aprendi muito e estava inserida num mundo da comunicação e do social.

RV - A comunicação social tem diversas áreas. Porque a opção de trabalhar em televisão?

LA - Quando tive o primeiro contacto com a criação de conteúdos percebi que era aquilo que queria fazer, trabalhar em /para televisão. Na altura de arranjar o estágio consegui que fosse em televisão. Adorei, era mesmo aquilo que queria fazer. O facto de estar em contacto com uma realidade que não é conhecida por todos, ser uma das responsáveis para criar e fazer passar informação, conteúdos para milhares de pessoas. Estar por detrás de uma “caixinha mágica” tão pequena e ser um mundo tão grande. O facto de trabalhar ao pormenor todos os frames de uma imagem, todas as pistas de áudio e no final perceber que valeu a pena o esforço. Ser uma “costureira” da imagem e áudio em televisão. É realmente fantástico.

RV - A formação académica foi suficiente na transição para o mundo do trabalho?

LA - Não foi suficiente. Quando entrei para o meu estágio, em que comecei logo a trabalhar, trabalhei com equipamentos que nunca sequer imaginava que existissem. Aprendi muita coisa nova. Tive, no fundo, novos professores, que me ensinaram a trabalhar, não para um número restrito de pessoas, não para trabalhos de faculdade, mas para milhões de pessoas. Não tinha dois meses para criar uma reportagem, tinha alguns minutos, ou alguns dias, e não iria haver segunda nem terceira oportunidade. Não podia falhar!

RV - Quão difícil é essa transição?

LA - Não senti muitas dificuldades porque tive novos professores pacientes, que não se importavam de estar horas a explicar-me até eu conseguir. Tive muito treino até conseguir chegar ao verdadeiro ritmo da televisão. Os programas em directo foram algo que não imaginava como decorriam, não tive qualquer formação nessa área e aí se consegue perceber exactamente o que é trabalhar em televisão. Mas o que realmente é difícil é passar de estudante para um mundo profissional. O ritmo de trabalho é completamente diferente, as responsabilidades são outras. Há horários e prazos curtos para se cumprir.

RV - Que tipo de dificuldades enfrentas-te para chegares onde estás actualmente?

LA - Depois do estágio tive um pouco de sorte porque estavam a precisar de alguém para substituição de férias, e como eu era a estagiária do momento, fiquei a trabalhar um ano.
Depois desse ano, e de não me renovarem contrato, as coisas foram complicadas. Entregava o meu curriculum vitae em várias empresas da área, em produtoras, enviava para vários locais do país, e raramente obtinha resposta, e quando alguém me respondia, diziam-me que naquele momento não estavam a precisar de ninguém.
Sabia perfeitamente que as coisas estavam difíceis cá no nosso país, e muitas vezes pensei em tentar algo fora de Portugal.
Mais tarde, numa das empresas onde fui entregar curriculum, disseram-me que iriam precisar de um editor de imagem, que me iriam contactar brevemente. E assim foi, chamaram-me para entrevista, fiquei dois meses à experiência, e hoje em dia continuo a trabalhar na mesma cadeia televisiva.

RV - Quais os teus objectivos para o futuro?

LA - O meu principal objectivo é tirar ou um mestrado ou uma pós graduação num país onde se aposta imenso na minha área, como Inglaterra ou até mesmo Nova York. Para além disso, e enquanto estou por Portugal, e já que conheço o meio de funcionamento de dois dos principais canais Portugueses, gostaria de trabalhar no terceiro que ainda me falta, a RTP.



Rui Valadão

Comunicação Social 2º ano

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