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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Entrevista - Reality shows


«São uma maneira “engraçada” de ter lucros esmiuçando a vida das pessoas.»

Os reality shows dominam quase por completo o mundo televisivo. Foi junto de Salomé Brogueira, estudante da Universidade de Coimbra, que tentámos perceber o modo como estes programas são vistos e influenciam a vida dos espectadores.

Posts de Pescada - Durante o ano lectivo o tempo dos estudantes é mais limitado. Como aproveitas o tempo que tens livre?

Salomé Brogueira - O tempo dos estudantes da Universidade é sempre muito limitado. Entre a enorme carga horária que nos é exigida e o tempo dedicado ao trabalho que tem que ser feito fora da faculdade, sobram-nos poucas horas de lazer. Utilizamo-lo para gozar um pouco da vida académica coimbrã, mas algum dele fica reservado ao merecido descanso. São estes momentos em que aproveito para dormitar, para fazer desporto, para ver televisão, entre outras coisas.

PP - Que géneros de programas assistes?

SB - Assisto a vários tipos de programas. Por estranho que pareça, não sou adepta de filmes nem séries. No pouco tempo que tenho para ver televisão, deixo-me levar pelo que vai passando. Novelas, programas informativos, reality shows…

PP - Acompanhas diariamente algum reality show?

SB - Mais ou menos. Não sou viciada nem deixo de fazer outro tipo de coisas para ver um reality show, mas sim, tenho acompanhado a Casa dos Segredos.

PP - Quais as razões que te levam a querer ver um programa deste género?

SB - Penso que não será um passatempo, mas sim porque é um programa com o qual se percebe em que estado está a sociedade actual ou pelo menos um grupo restrito dela. Infelizmente este tipo de programas não nos dá grandes benefícios, porque, no fundo, todos pensam que são demasiado deprimentes e sem qualquer tipo de interesse.

PP - Muitos classificam os reality shows como programas degradantes e exploradores da vida privada das pessoas. Partilhas da mesma opinião?

SB - Sim, partilho. Como já referi em cima, são programas deprimentes, nada educativos nem produtivos. São uma maneira “engraçada” de ter lucros esmiuçando a vida das pessoas. Na altura em que estamos, também qualquer pessoa se submete a este tipo de coisas, a sua vida é exposta até ao ínfimo, mas isto é-lhe bem pago, pelo que se sujeita sem pensar duas vezes.

PP - Consideras que os reality shows são uma das formas de entretenimento que atrai mais os espectadores? Porquê?

SB - Sim, talvez. Enquanto foi novidade penso que as pessoas se dedicavam mais, viam e reviam. Hoje em dia, já se tornou banal, tornou-se até aborrecido uma vez que as pessoas estão cansadas deste tipo de formatos. No entanto, continuam a ver, quanto mais não seja por puro entretenimento.

PP - Pensas que nestes programas tudo se resume ao lucro que estes podem facultar ou simplesmente é o que as pessoas querem ver? Porquê?

SB - Na minha opinião, depois de alguns anos de reality shows, o único objectivo destes será mesmo o lucro. Já nada é novidade para as pessoas, não há nada de novo!

PP - Descreverias os reality shows como um “escape” que os espectadores utilizam para se distrair das suas próprias vidas? Será que os portugueses precisam disto?

SB - Sim, sem dúvida. Os portugueses precisam de se distrair de toda a situação do país e até mesmo das suas vidas e usam este tipo de programas para o fazer. Com estes, conseguem distrair-se, até rir-se por vezes.

PP - Actualmente, é frequente elaborarem-se sátiras aos vários reality shows. Na tua opinião, estes servem para mostrar aos espectadores o ridículo destes programas ou são só mais um modo de entretenimento que se aproveita de outros programas?

SB - São só mais um modo de entretenimento. Ainda que possam tentar mostrar o ridículo dos verdadeiros programas, aproveitam-se disto e lucram.

PP - Para finalizar, pensas que os reality shows são apenas a moda de uma geração ou este formato televisivo veio para ficar? Porquê?

SB - Pelos vistos veio para ficar…Desde 2001, se não estou em erro, que nos habituámos a este formato e, passados 11 anos, nada mudou.

Por Filipa Lopes
Redacção 1

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