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terça-feira, 19 de outubro de 2010

A voz dos Balbúrdia: Nuno Abreu

Nuno Abreu, de 35 anos, é vocalista da banda Balbúrdia, inicialmente intitulada por Grupo K20. Define o estilo musical da banda como música moderna portuguesa. A 21 de Setembro de 1997, tiveram o seu ”baptismo” ao vivo, no Sandwich Bar (Soure), contando com o apoio especial do ex-Despe & Siga, Nuno Rafael. Organizam há 14 anos, o festival Cercal Rock.




Ana Veiga (A.V.) - Como ocorreu a formação dos Balbúrdia?


Nuno Abreu (N.A.) - A formação dos Balbúrdia ocorreu em meados de 1996, quando terminámos com um grupo de baile que tínhamos há três anos. Nessa altura havia dois tipos de grupo de Baile: os bons, com camiões e grandes sistemas de Luz e Som, e os outros com carrinhas pequeninas e pouco som e luz, ou seja parcos de material “Pilim”. No entanto, como continuava a haver o bichinho a “moer” cá dentro, viramo-nos para os originais, tocando em bares e concertos, onde só eram precisos os instrumentos.


 A.V. - Ao darem os concertos para terem fundos para a vossa maqueta, tinham a percepção de que chegariam ao patamar em que estão hoje?

N.A. - (Risos) Se quer que lhe diga, o patamar é igual. O que mudou foi a nossa experiência e conhecimento. Passámos a saber lidar com festivais, concertos e concursos e ganhámos experiência de back ground, ao nível de som e de estúdios. Apesar disso, como nunca sabemos tudo, gostamos de tocar regularmente e com outras bandas.



A.V. - Vocês já ganharam diversos concursos. Quais foram?


N.A. - Sim, aliás, já participámos em muitos concursos. Alguns ganhámos, como por exemplo os realizados no Cadaval e em Castanheira de Pêra. Outros ficamos em 2º lugar, como é o caso do Concurso de Bandas da Câmara Municipal de Guimarães, em 1999. Fomos apurados para a final de alguns, a que não comparecemos, por falta de disponibilidade por parte de alguns elementos. Em 2002, sagramo-nos finalistas do 1º Concurso do Programa Radioclip e alcançámos o 5º lugar no Concurso de M.M.P., em Castanheira de Pêra.



A.V. - Qual a sensação de verem que o vosso trabalho é reconhecido?

N.A. - É uma óptima sensação, que nos alimenta a vontade de tocar. Apesar de já existirem elementos dos Balbúrdia casados e com filhos, arranjamos sempre um “diazinho de semana” para ensaiar, trabalhar temas novos ou para dar uma outra roupagem a temas com alguma idade.



A.V. - Para além dos concertos e concursos, a banda organiza o Cercal Rock. Qual é o objectivo deste evento?

N.A. - O objectivo é dar visibilidade às ditas bandas de garagem, que não deixa de ser o nosso caso. Assim, têm um espaço digno de artista, com bom equipamento em palco, um bom sistema de frente e bons técnicos. A par das questões musicais, proporcionamos um bom jantar, a confraternização e a troca de experiências.



A.V. - Acha que o país reconhece os bons artistas que tem?

N.A. - Não.



A.V. - Porquê?

N.A. - O País valoriza mais as “máquina” de fazer dinheiro, como as Boys Band e Girls Band, do que bandas menos populares mas com mais qualidade. O problema é que estes artistas são só imagem e muitas vezes não sabem uma nota sequer, ou seja, é apenas show of. Têm por detrás uma produção incrível mas acabam por durar apenas um ano, tempo esse esmiuçado ao máximo.


A.V. - Agora uma questão mais pessoal. Este ano ingressou no curso de música, na Escola Superior de Educação de Coimbra. O que o levou a tomar esta decisão?


N.A. - Bem…uma “data de coisas”. Profissionalmente, dar-me-á mais habilitações para desempenhar as minhas funções, na biblioteca onde trabalho, na qual interajo directamente com miúdos. Poderei, ainda, trabalhar no Acompanhamento Extra Curricular. Além das razões anteriores, pertenço a uma banda filarmónica há 23 anos e assim poderei tornar mais concreto um conhecimento que era, até agora, subjectivo. Ter ingressado no curso de música é também uma satisfação pessoal, especialmente por saber que estou numa das melhores escolas do país.


Ana Veiga - Grupo 4

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