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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crónica

Portugueses de “boas vontades”

Chegou de novo o frio e a chuva. A época natalícia com os seus presentes, os seus afectos, época em que as famílias se unem e aprendem a por de lado as suas divergências e em que tudo nos parece mais calmo, num verdadeiro ambiente de paz.

E que paz julgamos nós ser esta? Não passará esta paz apenas por um período de quinze dias em que vivemos o espírito natalício no verdadeiro sentido de prendas seguido de uma passagem de ano com passas e bom espumante?

Para muitos esta época não se restringe apenas a uns meros quinze dias. Antes fossem! Não teriam esses “muitos” que procurar o que “por na mesa” todos os dias.

O que é facto é que estamos em crise! Sim estamos, quem é que ainda não ouviu falar da crise? Quem? Sim, até já chegamos à saturação de tanto ouvirmos dizer que estamos em crise! Sem dúvida que agora mais do que nunca, também é certo que não nos limitamos a ouvir mas também a sentir essa crise cada vez mais e mais a cada dia que passa.

Curioso é pensarmos que a nós essa crise nos afecta agora e muitas vezes em bens supérfluos. Que pena este natal termos de nos conter em comidas e pratos extravagantes, sim porque uma filhós ou chocolate a menos vai ser a morte! Para já não falar nos cortes nas prendas de natal! Isso então vai ser de deitar lágrimas!

Pensemos agora então nas pessoas que têm de recorrer ao banco alimentar. Pessoas, muitas delas que tinham uma vida estável e economicamente rentável e que de um momento para o outro se vêem a ter de gerir ao máximo tudo o que ainda lhes resta.

Não quero ser demasiado dramática, e sem dúvida que o pensamento tem de ser sempre positivo, mas infelizmente e talvez sem aviso prévio, poderemos vir a ser uma destas pessoas!

Prendo-me contudo num aspecto, que no meio desta tristeza toda de crise e ao mesmo tempo abundância, ainda existem pessoas dispostas a ajudar! E em Portugal valha-nos isso. Este ano, segundo fonte da Lusa, em Dezembro bateram-se os recordes quer de alimentos doados quer de voluntários envolvidos, conseguindo-se mais 30 por cento de produtos do que em Dezembro de 2009 e somando mais de 30 mil voluntários.

É bom saber que num país em que a crise toca a todos, uns mais outros apenas porque nunca aprenderam o verdadeiro sentido da palavra poupança, que ainda há muita gente, quem sabe se pessoas também não muito abonadas, dispostas a darem do pouco que têm para ajudar os outros.

Isto conforta-me. Portugal que é tão pequenino em tantos aspectos, neste torna-se um verdadeiro gigante.

Não fosse Portugal um país que está sempre “atrás” da Europa, um país que está sempre mal, isto para não me expressar de forma desagradável, e contudo um país onde até o pobre ajuda o pobre! Valha-nos isso!


 

Sónia Mendes
Grupo 5

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