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sábado, 20 de novembro de 2010

Um passeio na margem do Rio Mondego

O parque Manuel Braga e o Parque Verde são jardins situados à beira rio da cidade de Coimbra.

Muitas vezes escolhidos para um passeio ou descanso por parte dos habitantes dos arredores ou turistas, os jardins oferecem tranquilidade e divertimento. Mas são poucos os que conhecem as histórias destes parques e do que por lá se pode desfrutar.



Por Dulce Valério



Em plena margem direita do Mondego, o Parque Manuel Braga, é um dos mais agradáveis parques urbanos do país, muito ao estilo dos finais do séc. XIX, onde sobressaem os jardins floridos e árvores frondosas. O muro que separa as águas do Mondego desenha ancos, decorados com azulejos, de onde se tem uma vista privilegiada sobre o curso do rio e, na outra margem, o Mosteiro de Santa Clara.

O parque Dr. Manuel Braga inclui o antigo edifício da Estação Elevatória de Água, entretanto recuperado e transformado no Museu da Água, onde também funciona o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Coimbra. Mesmo colado ao parque encontramos o porto de embarque do "Basófias", barco de recreio que leva os visitantes a apreciar a cidade vista do rio ao mesmo tempo que podem desfrutar de uma bela refeição durante o percurso.

Após a intervenção de requalificação urbana que Coimbra sofreu, o parque Dr. Manuel Braga tem servido desde o Verão de 2004 como uma das portas de acesso ao Parque Verde do Mondego, uma vasta zona ajardinada vocacionada para o lazer.

Vulgarmente chamado de Parque da Cidade, foi projectado em 1920. Ligado às tradições da Académica, por terem sido realizadas lá, as “Noites do Parque” na Queimas das Fitas, constitui, desde há muitos anos, um dos locais preferidos para o recreio e lazer dos conimbricenses.

Implantado à beira do rio Mondego, este jardim permite uma leitura perfeita da orla ribeirinha. Na margem oposta para Este temos uma das mais belas vistas da cidade onde a Ponte Rainha Santa Isabel se impõe sobre aquela que é a curva mais bonita do rio, com os Salgueirais e Laranjeira que as ladeiam e, quase em frente a Lapa dos Esteios. Para Oeste, temos a encosta de Santa Clara, onde ainda restam alguns núcleos de carvalhal, em frente, a Praça da Canção e do lado direito a Mata Nacional do Choupal.

Inaugurado em Junho de 2004, o Parque Verde do Mondego, projecto enquadrado no programa Polis de Coimbra, veio aproximar o rio da vivência diária da cidade. Parque amplo de acesso livre e vedado à circulação automóvel.

A margem direita é constituída por uma área de mais de 400.000m2, dedicada ao lazer, com zona de esplanadas. Sob uma plataforma em madeira que se estende sobre o rio criaram-se as Docas de Coimbra, um espaço privilegiado à beira-rio onde os seus frequentadores podem desfrutar de uma vista panorâmica sobre a outra margem do Mondego. Os bares e restaurantes são os espaços predilectos dos jovens e adultos. São espaços que disponibilizam ao consumidor um leque variado de ofertas, além de alguns oferecerem também música ao vivo. Esta zona privilegiada de esplanada sob o rio Mondego confere ao espaço tranquilidade e uma vista privilegiada da margem esquerda do rio mais concretamente a Praça da Canção.

A zona verde é de quatro quilómetros de corredores para peões e o mesmo comprimento de ciclo - vias, por entre pavilhões com exposições temporárias onde se destaca o Pavilhão Centro de Portugal, que representou Portugal na Expo 2000 em Hannover.

No Verão de 2006 foi inaugurada a ponte pedonal "Pedro e Inês" que liga as duas margens do Mondego. Constitui o principal lugar onde se reúne público infantil. Aqui existe um parque infantil e espaços dedicados à ciência e à leitura, nomeadamente o Exploratório e o Ler ao Cubo. Esta zona do Parque Verde é também conhecida como o Parque do Urso, escultura que ao longo dos anos ganhou afecto e grande significado por parte dos cidadãos de Coimbra. É aqui que se inicia a Ponte Pedonal Pedro e Inês que permite aos utilizadores deslocarem-se a pé ou de bicicleta entre as duas margens do Mondego. Ainda deste lado do rio temos o Pavilhão Centro de Portugal, um espaço expositivo idealizado para representar Portugal na Expo 2000 em Hannover, Alemanha. Esta é uma estrutura desmontável o que possibilita a sua reutilização para outros fins e noutros lugares, cujos responsáveis, por esta obra feita em cortiça, (material tipicamente português) foram os arquitectos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura. Este é um pavilhão independente instalado dentro de um parque urbano, cuja actividade varia entre exposições e instalações passando por espectáculos de música, lançamentos de livros etc.

O Pavilhão tem forma de um “L”, a sua cobertura é ondulada, com uma forma orgânica e é feita de tela sintética dupla, de modo a permitir a entrada de luz, assim como o isolamento térmico, e criar boas condições acústicas. Ao nível externo, o Pavilhão é revestido a cortiça, havendo ainda uma parte revestida de azulejo. O aglomerado de cortiça oferece boas condições de durabilidade no exterior, constituindo um isolamento térmico que lhe confere uma imagem única.

Em Janeiro de 2008, o Pavilhão de Portugal foi entregue pela Câmara Municipal de Coimbra à Orquestra Clássica do Centro a quem cabe agora a sua gestão e programação cultural.

Na margem esquerda temos a Praça da Canção, um espaço aberto onde se realizam concertos ao ar livre, feiras populares, a feira da ACIC (Associação de Comerciais e industriais de Coimbra) e claro uma das mais importantes celebrações da cidade, “As Noites do Parque” da Queima das Fitas. Nesta margem também foi construída uma caixa de areia, que permite a prática de Voleibol de praia, um skatepark de nível básico e diversos equipamentos de diversão infantil, um circuito de exercícios físicos com alguns aparelhos, um parque de merendas, quatro pavilhões, sendo que três deles albergam clubes de actividades náuticas (canoagem, remo e vela), garantindo assim, a práticas de actividades de desporto e lazer particularmente ao fim de semana.

Estes espaços estão destinados ao público em geral sendo que, no caso das instalações das actividades náuticas são utilizadas pelos clubes da cidade nomeadamente a Secção de Desportos Náuticos da Associação Académica de Coimbra, o Clube Fluvial de Coimbra, o Clube do Mar de Coimbra e a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra. Existem outros equipamentos complementares como piscina de verão e o restaurante. Este projecto é da autoria do arquitecto Camilo Cortesão e é um espaço de grande qualidade para apanhar sol, andar a pé, levar as crianças e a família a passear e praticar actividade física informal.

Do outro lado da rua, indo pelo túnel que une o parque ao Rossio de Santa Clara encontramos mais um espaço museológico recentemente recuperado e de grande valor histórico-cultural para a cidade - o Mosteiro de Santa Clara a Velha. Fundado em finais do século XIII, insere-se num contexto religioso renovado pelos ideais de S. Francisco de Assis e de Santa Clara. O convento sofreu intervenções que o colocou à vista de todos os que por lá passam. Como resultado do trabalho realizado neste espaço, foi criado um Centro Interpretativo do Mosteiro de Santa Clara a Velha que oferece ao público uma área de 28.000m2 que engloba a visita à ruína através de um amplo espaço ao ar livre e ao Centro Interpretativo. Este último apresenta uma arquitectura contemporânea e foi construído em 2008 com o intuito de conservar, estudar e apresentar o espólio arqueológico resultante das escavações. Este assume-se igualmente como um pólo cultural aberto à cidade e às manifestações artísticas.

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