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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jornalismo e profissão: "o drama...o horror..."

Um breve apanhado da ascenção e queda do ex jornalista Artur Albarran.

Artur Manuel de Oliveira Rodrigues Albarran nasceu a 16 de Janeiro de 1953 em Moçambique e iniciou a sua carreira de jornalista com a breve participação no Rádio Clube de Moçambique. Aos 18 anos imigrou para Portugal passando pelo Rádio Clube Português e quatro anos depois, após o 25 de Abril, Artur tornou-se activista da extrema-esquerda, trabalhando como jornalista do ‘Página Um’, propriedade do Partido Revolucionário do Proletariado, dando origem a acusações por parte das Brigadas Revolucionárias devido às ligações que tinha com o PRP. Procurou refugio em França e de seguida em Inglaterra onde viria a trabalhar na BBC e a colaborar no programa “world in action” da ITV. As acusações acabaram por lhe ser retiradas e Albarran regressou a Portugal em 1980 ingressando pouco depois na RTP, onde integrou na equipa da Grande Reportagem, acabando por se tornar director de informação de ambos os canais da RTP. Em 1988 trabalhou ainda no jornal “O século” do qual se tornara Director, mas foi maioritariamente no inicio de 1991 que a popularidade deste jornalista disparou, quando foi enviado especial da RTP à Guerra do Golfo. Como repórter de guerra acompanhou em 1992 o conflito na Somália, quando as forças norte-americanas entraram no país africano para tentar pôr fim à guerra civil.

Ainda no inicio da década de 90 foi mais uma vez Director, do jornal “século ilustrado”, um diário que se tentou impor no mercado através da distribuição gratuita. Nesta altura começaram a surgir as televisões privadas , e Artur Albarran trabalhou na redacção dando assim o seu contributo para o arranque da TVI, onde viria a realizar e apresentar um programa de informação com o seu próprio nome, ao mesmo tempo que apresentava o jornal da noite ao lado de Barbara Guimarães. Em 1996 o jornalista deixa a TVI e começa a apresentar na SIC, programas não só de cariz informativo como “A cadeira do Poder”, como também apresentou “Imagens reais”, um programa mais virado para o entretenimento, que consistia numa selecção de imagens de acontecimentos trágicos e espectaculares apanhados por câmaras de filmar. Em Janeiro de 2001, apresentou outro programa de entretenimento na SIC chamado "Acorrentados", que tentou, sem sucesso, fazer concorrência ao popular “Big Brother” da TVI.

Albarran afastou-se do jornalismo e da televisão e em 1997, numa controversa mudança de rumo, enveredou pelo sector da imobiliária através da EuroAmer, uma empresa ligada a Frank Carlucci, ex-director da CIA e antigo embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal nos tempos revolucionários do pós-25 de Abril. O jornalista aceitou o desafio de liderar os negócios deste grupo de empresários e políticos trazendo assim esta empresa para Portugal.

Em 2004, o empresário e ex-jornalista Artur Albarran tornou-se alvo de investigações sobre evasão fiscal na EuroAmer, que apresentava já em 2006 dívidas ao fisco superiores a cinco milhões de euros. Os seus bens foram penhorados na tentativa de saldar a divida que chegou a atingir, em 2009, os 16 milhoes de euros.  
Acusado pelo Ministério Público do crime de burla ao Estado, Albarran vive actualmente entre dois países africanos: a Cidade do Cabo na África do Sul, e Luanda, onde reside numa casa de família da namorada Sandra Nobre. Para além dos problemas com o fisco e o Estado português, Albarran tem ainda pendente o processo de divórcio com Lisa Hardy bem como o processo do poder paternal das duas filhas: Linny e Linda de 11 e 8 anos, respectivamente.
Pedro Gomes

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