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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Artigo de Opinião

Tudo Passa. Tudo Muda. Tudo se Transforma.

Todas as coisas nascem, crescem e morrem.
Nada é eterno, tudo é efémero – esta deve ser uma das poucas verdades absolutas. Podemos pensar nos exemplos mais básicos ou nos mais complexos, mas a verdade é que tudo o que julgamos ser “para sempre” acaba um dia. Vivemos num autêntico extremo da efemeridade, onde a verdade de hoje é muitas vezes a mentira de amanhã. O que eu pergunto é para quê passar tanto tempo a pensar no futuro e nas ligações, se mais cedo ou mais tarde tudo tem um fim? São tantos e tantos que passam pelas nossas vidas, mas quantos deles é que permanecem? São tantos que de alguma forma nos tocam, transformando-se em (supostos) amigos, mas até quando? Quando menos esperamos, puff...! Termina tudo. O sentimento deixa de ser o mesmo, a magia evapora-se e com ela desaparecem a alegria e a vontade de estar. Por vezes parece que já não se valoriza a amizade, dá-se valor apenas se precisarem de ti...O tal interesse, já ouviram falar? Difícil é não ter ouvido. O problema é que nem sempre nos apercebemos logo, e quando finalmente acordamos e damos por nós, percebemos que as pessoas que estiveram sempre connosco já não estão lá. Desaparecem como por magia, mudando-se para outro planeta, ao qual deixamos de pertencer de um momento para o outro. Daí que a amizade não passa de mais uma coisa relativa. Parece que todos temos uma opinião diferente sobre ela, mas a única que está certa permanece estaticamente no dicionário. Amizade - é uma palavra maior que amor, mas na verdade igualmente fugaz. Amigos, daqueles que ficam sempre, há poucos. Muito poucos. O resto apenas aparece para desaparecer com a mesma rapidez. E aí percebemos, mesmo com alguma decepção, que boa parte da vida é feita de coisas efémeras, que mudam ou desaparecem por completo com o tempo. Esta é a verdade objectiva. Os sentimentos mudam. As amizades mudam e outras acabam mesmo. O contacto desaparece, mas a vida contínua. Sem dramas. A vida é feita de mudanças, já o dizia Camões. Não deve ser por acaso que ainda apelamos aos versos “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança, todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”. Este imaculável pensamento dialéctico mostra-nos a efemeridade de cada momento, chamando a nossa atenção para a ideia de que mudar é viver, sendo que as próprias formas de mudar também estão sujeitas a modificações. Na verdade tudo é passageiro. Só permanece o essencial, o resto é acessório. Tudo muda, tudo passa e tudo se transforma.
E entretanto a vida continua – sem dramas.

Ana Sofia Rodigues
Grupo 7

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