Os britânicos Kaiser Chiefs foram cabeças de cartaz da
terceira noite da Festa das Latas e Imposição das Insígnias. O recinto da Praça
da Canção, emoldurado pelas águas Mondeguinas, recebeu a banda para um momento
musical que se adivinhava memorável.
por Elisa David e Inês Antunes R2
Como prometido, meia hora depois da meia-noite, os Kaiser
Chiefs subiram ao palco do recinto. Os pontuais voaram das bilheteiras, as primeiras
filas encheram-se de fãs ansiosos por ver a sua banda predilecta actuar e vários cartazes e isqueiros deram a cor que a tenda branca precisava.
Ao som dos primeiros acordes a multidão delira. Mais de dez
mil aplaudem a banda que entra em palco. Everyday
I Love You Less And Less surge de rompante na voz de Ricky Wilson, o
vocalista da banda. As luzes tremem e o chão também. O público salta e entoa a
letra desta música tão conhecida pelos que se ali encontram.
O poder da banda foi revelado. Saltos, correria e uma
execução musical perfeita deixam bem claro quem são os reis daquele palco. A
audiência rende-se aos Kaiser e deixa-se levar pela energética Never Miss A Bit. No fim da música,
Ricky saúda a assistência e pergunta "Como é que se pronuncia Coimbra?" (não que não soubesse o nome da
cidade, apenas quer desafiar o público). E consegue. Em coro sai um
“Coimbra” perfeito e o vocalista não hesita em repetir (com os presentes) o
nome da cidade que tão bem o acolhe.
O concerto conta com novos singles. Little Shocks é um dos temas que compõe o novo álbum da banda
britânica e nem esse faz o público parar de vibrar. Everything Is Average Nowadays, Modern
Way e Good Days Bad Days dão seguimento ao concerto deixando os fãs ao rubro.
Entretanto chega Ruby.
A reacção dos presentes é indescritível. Com os braços a ondular ao som da
voz de Ricky e a cantar o refrão a plenos pulmões, Ruby ganha corpo e torna-se rainha.
Se Ruby é rainha,
The Angry Mob é rei. Sentindo cada
batida, a multidão entra em transe. A sincronia de movimentos, o pó levantado
pelos saltos e o calor do público criam o ambiente perfeito para o ritmo
esfusiante deste épico musical.
Quase no fim do concerto, Ricky decide saltar (literalmente)
para um dos ecrãs. Não ficando satisfeito em posar para as objectivas ou
seduzir a câmara que o filma, a voz dos Kaiser trepa para um dos ecrãs. A
poucos metros do seu ídolo, inúmeros fãs deliram e aclamam o vocalista. Mas eis que Ricky salta do palco e, já perto das barreiras de
segurança, deixa-se ser abraçado pelo público ansioso.
Na Na Na Na Na e I Predict a Riot deviam ter fechado o
concerto. Mas não. O público não fica contente. Sabe-lhes a pouco. A energia
dos dois últimos temas fê-los querer mais. E, por isso, há, ainda, espaço para um
encore. Love Is Not A Competition (But
I’m Winning) é um dos temas que encerra o concerto. O público agradece e, em uníssono, Oh My God soa a
despedida.
A promessa de mais um concerto em Portugal fica no ar. A
aguardar impacientemente ficam os fãs, com toda a certeza. Os Kaiser partem,
mas deixaram a sua marca. Coimbra não irá esquecer aquela noite e espera que
eles também não.
( A utilização ou partilha das fotografias sem autorização da autora é proibida.)
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