Não
é Natal, mas parece. Várias lojas e centros comerciais começam a apostar nos
enfeites natalícios para chamar a atenção. Ainda vamos em Novembro, a um mês de
Dezembro, é certo, mas em Novembro. Tanta luz a piscar, tantas árvores já
montadas que parece que o Natal é já amanhã! Porque é que este marketing
consumista leva-nos tão cedo a pensar na quadra natalícia onde há sim muita paz
e amor, mas também muito materialismo e desperdício?
Há
quem defenda que Natal sem presentes, não é Natal. Outros pelo contrário dizem
que passar o Natal em família basta para fazer deste dia um dia feliz. Mas,
quem estamos a enganar? Por mais “paz de espírito” que tenhamos, há sempre uma
alegria especial em receber um presente. E há sempre um desejo enorme em dar também.
Presentes para todos: pais, namorado/a, avôs, primos, tios, sem contar com os
amigos e colegas de trabalho. E a expectativa de os receber? Principalmente as
crianças, que não têm noção do quanto custa o tão desejado brinquedo que vê na
televisão todos os dias.
E
o Pai Natal? Esta personagem que devia propagar a mensagem tradicional de amor,
alegria e paz, mudou de doutrina e desde meados de 1930 com os comerciais da Coca-Cola,
que a mensagem mudou e o consumismo é o princípio defendido por ele, mas de forma
muito, muito discreta.
Já para não falar da pessoa que supostamente dá a cara a este dia, pois sem o
seu nascimento, este feriado, tão querido por muitos, não existiria.
“Promoção”,
“saldos”, “peças únicas”, “quase esgotado”, são palavras que mais se ouvem nestes
últimos meses do ano. E assim começa, a luta pelo presente perfeito, a
necessidade de tornar algo substituível e não eterno, por algo insubstituível e
único. É com isto que as ruas enchem-se, as lojas entopem-se.
Mas,
pode ser este ano seja diferente (ou parecido com os anteriores e melhor que os
seguintes) e o português não se deixe levar pela pechincha tão rapidamente como antes. Tendo em conta a conjuntura
actual, os cortes de subsídios para fazer frente à tão famosa crise, entre
muitas outras medidas e subidas de preços. Há que pensar numa forma menos
dispendiosa de passar por este mês que se aproxima e que se encontra tão junto
de outra data celebrativa que também nos leva a alguns gastos desnecessários
com repercussões nesta nossa economia viciada e na natureza limitada.
Por isso, se vai oferecer algo,
procure dar coisas úteis e não algo que desaparece passado pouco tempo. Há que
procurar por algo ecológico também, pois o consumo de forma inconsciente ditou
a nossa vida desde há muitas décadas e só agora, há meros anos para cá, vimos a
repercussão dos nossos actos na natureza. Dê também preferência nos produtos
made in Portugal. Pois se a economia está mal e se querem, mesmo assim, gastar
tanto nesta fase do ano, então optem por produtos nacionais e não os que
utilizam mão de obra barata, e muitas vezes infantil que se escondem por detrás
do preço super barato. E pós o natal, recicle os papéis de presente, as caixas
de brinquedos, os plásticos, tudo!
Este
texto não foi para culpar a religião. Nem o Pai Natal que, caso não saibam, surgiu
de uma figura bastante caridosa do século III pela mão do Santo Nicolau de
Mira.
Não quero culpar ninguém a não ser eu própria. Tu também e todos os outros. Nós que fazemos desta época tudo, menos o que realmente deveria significar. E o consumismo surge disto e aproveita-se disso e faz com que cada montra, cada item de decoração, não seja colocado ao acaso. Tudo para nos chamar a atenção e fazermos entrar nestes paraísos do consumo sem razão.
Não quero culpar ninguém a não ser eu própria. Tu também e todos os outros. Nós que fazemos desta época tudo, menos o que realmente deveria significar. E o consumismo surge disto e aproveita-se disso e faz com que cada montra, cada item de decoração, não seja colocado ao acaso. Tudo para nos chamar a atenção e fazermos entrar nestes paraísos do consumo sem razão.
Mas
tu és livre, opta pelo correcto, gasta apenas o necessário, ou mesmo nada, mas sê racional e não te deixes levar pelo marketing
que na maioria das vezes só engana e nos leva a este stress em encontrar o
presente perfeito.
Vanessa Sofia. R2
(Video promocional da autoria da empresa Tekoha. Prova de que o marketing por vezes passa a mensagem correcta)
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