A tendência é associar a Latada ou Festa das Latas e
Imposição das Insígnias a uma festa de abertura do ano lectivo com o principal
propósito de receber e integrar os estreantes nesta nova vida de cultura e tradição
académica – os caloiros. Esta é por excelência uma semana de diversão e
irreverência, repleta de concertos entre outras actividades como a Serenata ao
caloiro ou o tão badalado Cortejo onde os caloiros desfilam munidos de latas até
ao Mondego para serem baptizados pelos padrinhos “em nome da Praxe”.
Certo é que, para iniciar devidamente alguém na vida académica
é necessário respeitá-la mas acima de tudo compreendê-la, o que nos leva impreterivelmente
à tradição e onde tudo começou. Ora, as Latadas remontam ao século XIX, não
como as conhecemos hoje mas sim por ocasião do encerramento do ano lectivo, em
Maio, e como tal os estudantes festejavam fervorosamente o seu término pela
Alta de Coimbra. É neste contexto que surgem as latas, assim como todo e
qualquer outro objecto que produzisse ruído, serviam para festejar.
Latada de 1966 - retirada do blog "Guitarra de Coimbra " |
Mas se nos anos 20 as latadas vinham em
seguimento da “Queima das Fitas”, a partir dos anos 50/60 a Festa das Latas
vinha marcar a chegada dos responsáveis que fazem de Coimbra a “Cidade dos Estudantes”.
Ainda assim, o formato não era totalmente idêntico ao actual, uma vez que cada
Faculdade organizava a sua Latada e desfilava em dias diferentes. Já o programa
passava pelos mesmos pontos essenciais: a serenata, a cerimónia da imposição
das insígnias e o cortejo.
A partir de 1979, devido à restauração da praxe e à
necessidade de unificação do programa festivo (com fundamento no aumento
exponencial de alunos à época), o cortejo passa a decorrer, tal como
actualmente, num único dia juntando todas as Faculdades. Este modelo instaurado
sob apreciações penosas de antigos estudantes, surgiu inicialmente como “Semana
de Recepção ao Caloiro” e só mais tarde como a genuína “Festa das Latas e
Imposição das Insígnias” que até hoje faz palpitar os corações de quem respeita
e vive o espírito académico. De facto, são os melhores tempos das nossas vidas,
e há que aproveitá-los ao máximo exaltando o orgulho de estudar na cidade onde
a Tradição faz sentido.
Eduarda Barata - R2
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