Nuno Morna é licenciado pela Universidade de
Letras de Lisboa no curso de História. Em 1995 integra a companhia de teatro
Arte Livre do Brasil, passados dois anos faz parte da MADS (Madeira Amateur
Dramatic Academy) até 2001. No ano de 2002 é um dos fundadores da COM.TEMA ,
Grupo da Companhia de Teatro da Madeira onde é simultaneamente actor, cenógrafo
e encenador até ao presente momento. A RTP-Madeira em 2006 convida-o para fazer
parte da estação na qualidade de apresentador nos mais variados programas. Nuno
Morna é sem dúvida uma figura incontornável no panorama cultural madeirense.
Se
pudesse definir a Madeira numa palavra qual seria?
Sempre.
Sempre.
Sendo uma referência incontornável na cultura madeirense, como avalia a evolução desta ao longo dos anos?
Devagar se vai ao longe. Se houve coisa que a autonomia tratou de um modo mais desleixado foi a cultura. Apesar de termos agentes culturais que vão penando para que a sua intervenção, na sua área, seja efectiva continua a faltar-nos um grande projecto comum identitário que unifique o que se vai fazendo. O betão, o alcatrão têm sido sempre muito mais importantes fazendo quase esquecer que a nossa identidade, como a de qualquer povo, define-se pela cultura.
Qual o seu prato madeirense preferido?
Podem ser dois? Bodião grelhado e espetada, claro!
O povo madeirense é fã de teatro?
Se pensarmos que há dez anos quando fundámos a COM.TEMA tínhamos uma média de vinte e poucos espectadores por sessão e que agora andamos pelos cento e trinta é óbvio que o panorama é muito melhor. Mas ainda há um longo caminho a percorrer!
Qual a personalidade madeirense que te inspira?
O povo madeirense como um todo único e irrepetível!
A Madeira precisa de mais iniciativas como o Funchal Music Fest?
O Funchal Music Fest, o Funchal Jazz, o Festival de Música da Madeira, o Festival de Cinema, já são organizações de alguma envergadura que indiciam que, a esse nível, estamos no bom caminho.
Da tua infância e adolescência qual a tua memória mais marcante em relação à Madeira?
As voltas à Ilha a pé que fazia todos os Verões com um grupo de amigos e as férias no Porto Santo.
Em que àrea do entretenimento te dá mais prazer trabalhar?
Teatro, agora e sempre!
Sei que vai iniciar um canal de televisão regional online. O futuro da televisão está na Internet?
É um dos caminhos. A Web TV baseia-se num princípio de proximidade. Pode ser muito mais interventiva e imediata no que concerne aos interesses comunitários do que um canal generalista de âmbito nacional. No caso da Madeira TV temos um enorme campo a desbravar uma vez que aquele que deveria ser um canal regional autonomista, a RTP/M, nunca assumiu esse papel. A etnografia, o folclore, o património, a cultura, etc, numa perspectiva de identidade de um povo, é esse o nosso caminho! Ah, e é claro, o fazer a ponte com as nossas comunidades da Diáspora!
Tiago Ferreira
Redacção 1
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